Para colocar medo

Sete dicas para você pontuar em um segundo saque fraco do rival

Com boas estratégias, você ataca e coloca ainda mais pressão sobre o seu adversário


Seu adversário costuma soltar um petardo no primeiro saque, que quase nunca entra, porém, no segundo serviço ele só é capaz de dar um peteleco. Essa conjuntura é mais comum do que se imagina em uma partida de tênis entre amadores. Todavia, apesar de você prontamente imaginar que o recebedor sempre capitaliza no saque do rival, ocorrer o inverso é até mais comum.

Diante de um segundo saque fraco, muitos tenistas não sabem exatamente como reagir. Em um primeiro momento, a maioria decide golpear a devolução com a maior força possível. Isso, obviamente, acaba gerando muitos mais erros do que acertos, pois, quanto mais força, menor a precisão. Dessa forma, o recebedor vai colecionando bolas que param na rede ou voam direto para o alambrado, minando sua confiança nos golpes de fundo e, pior, no jogo todo, pois “como se pode errar diante de bolas tão fracas”?

Assim que você se dá conta de que suas respostas “winners” na verdade estão mais para erros do que para bolas vencedoras, uma reação natural é começar a apenas colocar a devolução de saque em quadra, fazendo com que seu adversário pare de se preocupar com o serviço fraco que executa e passe a jogar com mais confiança, vendo que você está acuado e sem reação. Nesse momento, inverte-se a lógica e quem passa a ter medo de realizar uma jogada é recebedor, e não o sacador, como deveria ser. Perde-se, assim, toda a vantagem que, em tese, o recebedor tem.

Mas, o que fazer para não cair nessa armadilha e capitalizar realmente diante de um segundo saque fraco? Confira as dicas a seguir.

1. Quem acompanhou um pouco da história do tênis certamente sabe como os tenistas clássicos gostavam de atacar os segundos serviços de seus oponentes. Há uma tática quase extinta hoje entre os tenistas profissionais capaz de deixar qualquer sacador preocupado: o chip-and-charge. O “fatiar e pressionar”, ou seja, devolver o saque com um slice e ir para a rede, raramente é usado no circuito profissional atual, pois o tênis se tornou muito rápido. No entanto, entre amadores, é uma tática ainda capaz de fazer muitos estragos, especialmente diante de segundos saques fracos. Para executar um chip-and-charge eficiente, assegure-se de fazer um slice bem baixo, rasante – isso é o mais importante, pois isso faz com que seu rival tenha que bater a bola para cima e, como você estará vindo em direção à rede, será mais fácil definir com o voleio. Mas e a direção em que devo bater esse slice? A primeira opção deve ser a paralela (assim você precisa cobrir menos espaço na rede) ou no lado do golpe mais fraco do adversário. Contudo, essa tática funciona com bolas batidas no meio da quadra e, às vezes, também na cruzada (aqui dá-se muito ângulo e tempo para o oponente).

2. Se o chip-and-charge é uma opção, outra óbvia seria pensar no saque fraco como uma bola lenta na qual você, caso estivesse diante de uma bola de fundo e não de um serviço, naturalmente faria um approach e subiria à rede. Portanto, se não quiser executar um slice, você pode bater uma bola com topspin ou mesmo chapada e finalizar a jogada na rede. Bata essa bola com o pensamento de fazer um approach e não um winner. Ou seja, a meta é dificultar a resposta de seu adversário ao máximo para que, na jogada seguinte, você possa matar o ponto com um voleio.

3. O segundo saque veio fraco? Está esperando o que para direcionar sua resposta para o golpe mais fraco de seu rival e tomar conta do ponto? Você não precisa ganhar o ponto logo na devolução, precisa? Quantos winners de devolução você vê em partidas profissionais? Não muitos, não é? Pois bem, use a inteligência, não a força, e execute um golpe que coloque seu oponente em uma posição de defesa. Na verdade, que o mantenha em uma posição de defesa, pois ele sabe que o seu segundo saque é muito fraco e espera ser atacado. Por mais que ele esteja acostumado a jogar na defensiva, essa não é uma tarefa tão simples, pois sempre há a possibilidade ver o rival definindo o ponto cedo ou tarde. Então, assuma uma postura de comando e mantenha seu adversário desconfortável.

4. Diante de uma bola fraca, teoricamente você pode executar a jogada que quiser. Uma boa alternativa é usar mais os ângulos do que a força. Dessa forma, tente realizar bolas cruzadas anguladas, fazendo com que seu adversário precise se deslocar bastante e sair da quadra. Com isso, provavelmente você poderá atacar a segunda bola com ainda mais tranquilidade, ou dando um winner ou colocando ele para correr até finalizar o ponto. Aliás, colocá-lo para correr quase sempre é uma boa opção, pois você fica no comando do ponto e joga a pressão de realizar uma bola que faça com que ele saia dessa situação desconfortável. Sendo assim, mantenha-o correndo.

5. Assim que você tiver “entrado na cabeça” de seu adversário com suas devoluções de saque, talvez seja hora de voltar a tentar alguns winners diretos. Lembre-se: winner não é só uma questão de força, mas de colocação também. Ou seja, às vezes, é muito mais interessante bater uma bola cruzada não tão forte, mas longe do alcance do rival, do que tentar uma paulada mais perto do meio da quadra, onde ele pode responder – mesmo que com dificuldades. Os winners dão confiança e deixam o adversário cada vez mais cabisbaixo. Tente alguns, mas não se empolgue demais. Quando perceber que eles não estão entrando, vá para uma tática mais conservadora, porém eficiente.

6. Se o segundo saque de seu oponente é tão fraco a ponto de você conseguir executar qualquer tipo de jogada, uma boa alternativa para deixá-lo ainda mais desconfortável é tentar surpreender algumas deixadinhas. Obviamente que essa não é uma tática que deve ser usada a todo momento, pois, desse modo, torna-se ineficaz. Entretanto, vale a pena acrescentá-la no seu mix de jogadas de devolução de saque, especialmente após algumas sequências de respostas mais pesadas. Depois de receber tantas bolas profundas, seu oponente provavelmente começará a dar passos para trás logo após executar o saque. É nesse momento que você precisa tirar proveito desse recuo e fazer o drop-shot. Seu rival certamente ficará desnorteado.

7. Por mais que você possa errar algumas jogadas seguidas ao responder segundos saques fracos, acredite, o importante é manter a pressão. Deixe claro para o seu adversário que, caso ele execute um serviço muito fraco, você tomará conta do ponto. Mostre isso para ele logo na primeira tentativa. Sabendo que o saque dele vai ficar curto, entre na quadra e vá para cima. Mexa com a cabeça dele posicionando-se dentro da quadra para receber o saque. Tão logo você acerte um boa devolução, ele sabe que estará em apuros e tenderá a ficar ainda mais tenso, preocupado. Assim que ele começar a se preocupar mais com a sua resposta do que com o próprio serviço, é provável que comece a tentar mudar o saque e, com isso, provavelmente passará a forçar mais, fazendo duplas-faltas. Portanto, jogue com a pressão e entre na mente de seu rival.

 

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Arnaldo Grizzo

Publicado em 11 de Julho de 2016 às 11:30


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