Venus, a irmã mais velha de 36 anos, é séria demais, bate forte na bola e surgiu como forte promessa de ser a maior de todos os tempos, vencendo 7 Grand Slams (o último em um longínquo 2008, na grama de Wimbledon), mas depois estagnou em sua carreira.
Serena, a mais nova, despontou no cenário do tênis feminino logo depois. Mais simpática e talentosa que a irmã, tornou-se uma das cinco maiores jogadoras de tênis de todos os tempos. Aos 35 anos de idade, ainda busca o recorde feminino de títulos de Grand Slams de simples (está empatada com 22 junto com Steffi Graf, ambas dois títulos atrás da lendária australiana Margareth Court).
As irmãs Williams apareceram no mundo do tênis no fim da década de 1990. Venus assumiu o primeiro posto do planeta em fevereiro de 2002. Cinco meses depois, viu sua irmã Serena tomar seu primeiro lugar do ranking, após a final de Wimbledon daquele ano, vencida por Serena em sets diretos. Essa final de Wimbledon foi a segunda de cinco decisões de Grand Slams consecutivas que as Williams protagonizaram.
Entre o torneio de Roland Garros de 2002 e o de Wimbledon do ano seguinte, somente elas sentiram o gosto de chegar às finais, em um impressionante domínio. Nas cinco oportunidades, o título foi para Serena. Aliás, das sete derrotas da carreira de Venus em finais de Majors, seis foram para a irmã caçula.
Desde a final de Wimbledon, em 2009, também vencida por Serena em sets diretos, a mais velha das Williams não sabia o que era chegar a uma final de Grand Slam. A vaga obtida por Venus Williams ontem veio depois de uma boa atuação contra a compatriota Coco Vandeweghe, por 2 sets a 1, parciais de 6-7(3-7), 6-2, 6-3, em duas horas e vinte e nove minutos de batalha de golpes potentes do fundo da quadra. Venus vai atrás de seu primeiro título na Austrália, em sua segunda final (na primeira em 2003, mais uma derrota para Serena, dessa vez em 3 sets).
Já Serena Williams carimbou sua vaga pela oitava vez na decisão do Aberto da Austrália ao massacrar a grande história humana do torneio, a alemã de origem croata Mirjana Lucic-Baroni, em apenas 52 minutos, com um impiedoso 6-2, 6-1. A atual número 2 do planeta vai atrás de seu sétimo título na terra do canguru, após ser derrotada na final do ano passado pela atual líder do ranking da WTA, a alemã Angelique Kerber.
Quando as duas entrarem na quadra central do Melbourne Park, pouco antes das seis e meia da manhã, horário de Brasília, o favoritismo de Serena estará à prova, pois Venus não parece ter remado até aqui para entregar o título sem muito lutar. A mais veterana das veteranas sabe que essa pode ser a sua última oportunidade de conquistar um Grand Slam de simples na carreira.
No caso de vencer a final contra sua irmã mais nova, o caneco na Austrália seria o título que ainda falta para a sala de troféus de Venus, pois Roland Garros, torneio que Venus também nunca conquistou, jamais foi muito valorizado pelas irmãs mais famosas da história do tênis mundial.
Dentre todas essas estatísticas, talvez a mais impressionante seja a certeza de que, aconteça o que acontecer na Arena Rod Laver no dia 28, após o 28º jogo (16 a 11 no confronto em favor de Serena) entre si, as irmãs Williams estarão levantando o 30º troféu de Grand Slam somente em simples, além de treze canecos em duplas, sempre jogando juntas. Se o tênis feminino tem um sobrenome, certamente este sobrenome é Williams.