Já chamou árbitro para briga

Fabio Fognini, um anti-herói à moda antiga

Uma das atrações do Rio Open 2017, italiano que deu a vitória à Itália sobre a Argentina na Davis coleciona polêmicas e confusões na carreira


 
Nesta semana, em Buenos Aires, um italiano prestes a completar 30 anos (24 de maio de 1987) protagonizou uma das maiores viradas dos últimos tempos do tênis. Itália e Argentina empatavam em dois a dois e Fabio Fognini, número 45 do mundo, entrou em quadra como favorito frente ao argentino Guido Pella, octogésimo classificado no circuito mundial. Perdeu os dois primeiros sets e, de maneira espetacular, lutou muito até finalmente dobrar Pella no quinto set, fechando o jogo para ele e o confronto para a Itália em 3 a 2. 
 

Guido Pella deixou escapar a vitória da Argentina 

Normalmente displicente na forma de jogar, Fognini parece um sujeito que já entra em quadra cansado. Pouca movimentação, feição corporal de quem não está com a menor vontade de estar em uma quadra de tênis. Seu inegável talento por muitas vezes foi ofuscado por sua postura quase incoerente, ao mesmo tempo desleixada e agressiva. 
 
Seus três títulos na carreira foram conquistados em um intervalo de tempo de apenas sete meses (Stuttgart e Hamburgo, em julho de 2013, e Viña del Mar, em fevereiro de 2014, todos no saibro). As confusões com os árbitros de cadeira são, talvez, ainda mais notórias do que suas conquistas dentro de quadra. 
 

Chamou o árbitro para a briga 

No Master Series de Madrid de 2014, Fognini simplesmente chamou o árbitro de cadeira, o sueco Mohamed Lahyani, para as vias de fato. Depois que foi derrotado pelo ucraniano Alexandr Dolgopolov, Fognini começou a gritar para Lahyani descer da cadeira e encará-lo. Obviamente, o árbitro preferiu ignorá-lo.

Outro vexame de Fognini aconteceu no Master de Xangai do mesmo ano. Depois de ser surpreendido pelo chinês Chuhan Wang, então número 554 do ranking mundial, o esquentado italiano fez gestos obscenos para a torcida chinesa, protagonizando mais um lamentável episódio. 

Entregou o jogo

O anti-heroi ainda tem no currículo uma áspera discussão com o árbitro de cadeira brasileiro Carlos Bernardes, além de um episódio em que ele simplesmente entregou o último game da partida contra o interminável tcheco Radek Stepanek, no Master Series de Cincinnati, em 2013. Nos dois primeiros pontos do game, duas duplas faltas. Com raiva, Fognini isolou a bola na torcida e tomou uma chamada por atitude antidesportiva, perdendo mais um ponto. 
 
No 0-40, veio a ápice. Dois foot faults propositais e uma lamentável forma de mostrar falta de comprometimento com o jogo. E esse mesmo cidadão, quase quatro anos mais tarde, chega na Argentina, perde dois sets e vira o jogo com talento, mas principalmente com coração. Fognini, sem dúvida, é um dos personagens mais controvertidos do atual circuito mundial, um jogador do tipo “ame-o ou deixe-o”.
 
Por Rodrigo Soares

Publicado em 9 de Fevereiro de 2017 às 09:19


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