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Entrevista: Presidente da CBT faz balanço e destaca novas iniciativas da entidade

Rafael Westrupp comentou sobre as esferas técnicas, administrativas e o cenário do tênis brasileiro


Crédito foto: Miriam Jeske/Heusi Action/Green Filmes

O atual presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Rafael Westrupp, concedeu uma entrevista com exclusividade para a Revista Tênis durante as partidas da Fed Cup, em Florianópolis, comentou sobre o atual cenário do tênis brasileiro e outros temas relevantes.

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Westrupp fez um balanço sobre a atual gestão, as mudanças que aconteceram na Confederação, as novas parcerias com Confederações de outros países, os novos torneios Challenger, os novos talentos do tênis brasileiro, entre outras iniciativas e destaques. Confira abaixo.

Como você avalia o trabalho sendo feito a frente da entidade? Quais os principais pilares e destaques da atual gestão?

Primeiramente eu tenho um reconhecimento muito grande pelo trabalho feito anteriormente na última gestão da entidade para que nós pudessemos iniciar novas linhas de trablho sem se preocupar em problemas do passado. A partir daí, estabelecemos nosso planejamento estratégico de 4 anos com indicadores para o pilar de gestão de o pilar técnico.

Atualmente a entidade possui uma sede com estrutura própria com a área técnica e administrativa lincadas, porque agora possuímos 5 quadras. Na área administrativa implementamos o conselho consultivo com Rafael Kuerten, Christian Burgos, Rogério Melzi, Marcelo Melo e eu (Rafael Westrupp), adequamos o nosso estatuto, deixando a entidade muito mais democrática. Implementamos métodos de gestão que nos deixou em melhor posição no ranking de prestação de contas do Comitê Olímpico. Também implantamos todas as boas práticas de transparência. No site da CBT todos tem acesso às mais diversas informações como estatutos, balanços, editais e etc.

Em termos financeiros, hoje temos um valor em caixa para eventuais necessidades e agora com esse acordo maravilhoso com o BRB de patrocínio no valor de 2 milhões de reais até o final dessa temporada, zero por cento oriundo de recursos público e de Lei de Incentivo. Verba de marketing do banco. O tênis veio como um complemento para essas ações do banco e foram analisadas todas as boas práticas de gestão da entidade para aprovação desse patrocínio.

 

Na esfera técnica, em 2018 houve uma quebra de recorde onde foram selecionados 8 atletas entre os 100 melhores tenistas masculinos infanto juvenis, e atualmente em 2020 estamos com 6 dos nossos tenistas entre os 100 melhores do mundo (perspectiva de 10 tenistas até o final do ano). Tivemos também uma parceria com o comitê brasileiro de clubes, passagens aéreas e hospedagem 100% inclusos para todos os atletas. Nossa meta para 2020 é atingir um número de 3840 tenistas que receberam no ano pelo menos uma passagem aérea com hospedagem para participarem dos torneios.

Também adquirimos uma técnica de desenvolvimento das atletas do feminino, realizando além dos encontros anuais, um encontro específico para que a categoria juvenil possa treinar com as meninas da FED CUP (profissionais). Com o objetivo de igualar a "base da piramide" (juvenil) com o topo (profissionais).

Hoje temos o maior número de torneios ITF e Cosat da América do Sul, com Juniors Cup, Banana Bowl, Sul-Americano fechado, com Londrina, Curitiba, Bahia Juniors Cup, Santa Catarina e a Copa Guga Kuerten. São nove torneios ITF e torneios internacionais infanto-juvenis realizados no Brasil.

Também tem o tênis de cadeira de rodas. Ano passado pela primeira vez conseguimos um Wild Card e nosso tenista jogou a chave principal de Roland Garros. Somos muito próximos à Federação Francesa, pois temos aqui no Brasil duas iniciativas muito interessantes, que são Roland Garros Junior Wild Card e o Roland Garros Amateur Series. Os campeões do Amateur Series participam de um sorteio e vão com tudo pago prestigiar o torneio.

Assinamos no final do ano passado com Wimbledon e o nos tornamos o único país da América a trazer o Infanto Juvenil e Sub 14. Vamos realizar o "Road to Wimbledon" 2020 em Bragança Paulista e os campeões e vices do sub 14 vão viajar com tudo pago para jogar no All England Lawn Tennis Club logo após o término do torneio profissional de Wimbledon. Essas são as principais conquistas da confederação. Basicamente este é o balanço que tivemos durante os 3 anos.

Crédito foto: Miriam Jeske/Heusi Action/Green Filmes

Qual sua opinião sobre a mudança de data do Brasil Open para Santiago e os novos Challengers no Brasil?

É sempre muito bom e sempre bem-vindo os torneios para o Brasil. Eu entendo que nesse momento para o desenvolvimento para o tênis masculino brasileiro vale mais 4 ou 5 torneios challengers do que apenas um ATP 250, pois conseguiremos oferecer 5 vezes mais oportunidades para os jovens tenistas que estão entre 150 a 300 no ranking, conquistarem pontos dentro de território nacional e consequentemente aumentarem suas colocações, focando no top 100, como o Felipe Meligeni, Rafael Matos, Orlando Luz, João Menezes, etc.

Pela primeira vez na história a Confederação Brasileira de Tênis será sede de um Challenger (no mês de abril). Isso a gente não conseguia conceder no passado, pois a sede da confederação era em uma casa alugada em São Paulo. Agora trouxemos para um local onde já existe uma história, com Copa Davis, WTA e agora um Challenger. Isso é muito bacana, pois os tenistas vão jogar na casa do tênis do Brasil e com chances de subirem no ranking.

Como você avalia os Next Gen brasileiros atualmente? Você pode apontar dois jovens tenistas que tenham mais potencial para despontar esse ano?

Tem muitos meninos vindo aí, até apontaria mais do que dois. João Menezes está batendo na porta pra entrar no top #100, Thiago Wild apresenta um potencial enorme, e ajustando alguns detalhes na rotina, o top 100 estará bem próximo. O Felipe Meligeni melhorou demais, faltou destacar que nos anos 2018 e 2019 nós investimos no Felipe Meligeni e Orlando Luz para treinamentos em Barcelona, com hospedagem e alimentação inclusa. Foi um investimento de quase 500 mil reais. Mas a gente vê um Felipe Meligeni saindo de 900 do mundo quando começamos este programa com eles, e hoje está ai no Top #200 e sendo convocado para a Copa Davis.

Eu entendo que esses nomes, junto com toda a turma, até mesmo o João Sorgi, Mateus Alves, Pedro Boscardin são meninos que enchem os olhos e entenderam que colocar o trabalho e a transpiração a frente de tudo, o futuro deles pode ser muito promissor.

Thiago Monteiro é uma realidade, então não posso ficar falando de futuro embora acho ele muito jovem, 25 anos ainda. Marcelo Demoliner subiu muito no ranking de duplas, Romboli vindo na garupa. Temos vários nomes.

No feminino, a Carol Meligeni melhorou muito de jogo e tomou uma decisão de montar seu time e investir na sua carreira com o nosso apoio. A Gabriela Cé está no melhor momento de ranking dela também.

Como foi a iniciativa de renovar a marca da CBT?

A gente implementou uma linha de gestão corporativa na CBT, para isso, a gente teve que profissionalizar todos os departamentos. Hoje temos o Eduardo Frick que é o gestor de alto rendimento, ex-tenista profissional e trabalhou nas Olimpíadas como treinador e etc. Quando a gente profissionalizou algumas áreas, entendemos que o posicionamento de marca também tinha que mudar e ser renovado.

O nosso conselheiro Christian Burgos nos ajudou muito neste processo de rebranding, junto com uma agência contratada. Pegamos recursos junto ao COB para poder contratar essa agência de design e publicidade. O Bruno Ferreira também como especialista em Marketing contribuiu. Isso demorou quase 2 anos até a gente chegar no formato final e acredito que a nova marca reflete os novos valores da entidade.

Nova marca da CBT - Confederação Brasileira de Tênis

Por Vinicius Araujo e Pedro Castelo

Publicado em 11 de Março de 2020 às 18:00


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