‘Ele sabe que não estava treinando o suficiente’, afirma Boris Becker sobre Djokovic

Depois do anúncio de que não será mais técnico de Novak Djokovic na próxima temporada, o alemão Boris Becker concedeu entrevista à rede britânica Sky Sports e, como de costume, não teve papas na língua - apesar de ter ressaltado a parceria de sucesso dos últimos três anos com o sérvio. “Foi uma caminhada maravilhosa e uma decisão como esta nem sempre parte de uma só pessoa e tampouco acontece da noite para o dia”, disse ele, ratificando a ideia de que o rompimento da relação profissional entre ambos aconteceu de comum acordo.

Apesar disso, o alemão ex-número um do mundo também tornou pública a situação com a qual lidava recentemente nos bastidores dos torneios: “Não trabalhávamos da forma como queríamos porque ele tinha outras prioridades. Ele não treinou o suficiente nos últimos seis meses. Não passou tanto tempo na quadra quanto o necessário – e ele sabe disso”, revelou Becker. “O sucesso não acontece com um simples apertar de botão. Você precisa trabalhar muito, pois é isso que seus adversários estão fazendo”.

“Por ele ter cumprido seu sonho de ganhar Roland Garros e conquistado todos os Grand Slams seguidos – a primeira vez que algum homem o faz desde 1969 -, fez com que ele quisesse passar mais tempo com a família e perseguisse outros objetivos. O que é totalmente legítimo. Ele tem uma mulher e um filho e também precisa de tempo para isso”, ressaltou Becker sobre a nova fase de Djokovic. “Tenista é provavelmente uma das profissões mais egoístas do esporte. Ele deixou tudo de lado por um tempo, mas não isso não poderia ser pra sempre”, ressaltou.

Questionado sobre as recentes perdas de seu ex-pupilo no circuito mundial, como os títulos de Wimbledon, US Open e ATP World Tour Finals, o alemão mostrou-se parcialmente otimista: “Talvez Novak precisasse destas derrotas para dar a volta por cima. Tenho certeza que ter perdido o número um do mundo para Andy Murray também o machucou”. Agora separados, o que reserva o futuro? “Serei o fã número um dele e acredito que ele tem chances de voltar ao topo do ranking”, concluiu Boris Becker.

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