Uma nova forma de avaliação física

Com a parte física se tornando cada vez mais essencial para os tenistas, as avaliações de desempenho não podem ficar defasadas e precisam acompanhar a evolução do esporte

Thiago Leite E Haroldo Omaki em 29 de Fevereiro de 2012 às 13:05

HÁ ALGUM TEMPO, o mundo vem acompanhado uma nova dinâmica nas partidas de tênis, sobretudo no que diz respeito às realizadas em quadras de saibro, onde verifica-se um aumento significativo da duração de cada ponto e, consequentemente, da partida. Isso demonstra que, com o aumento da competitividade dos atletas, a capacidade aeróbia ganha um novo e maior grau de importância entre as qualidades fundamentais para os tenistas de alto nível.

Assim, ao longo do tempo e com o decorrer dos treinos, espera-se que haja um desenvolvimento do condicionamento físico. No entanto, nem sempre é possível verificar a melhora do desempenho atlético apenas pela observação do jogador em quadra e muito menos ter a medida exata de quanto é essa melhora.

Com isso, é importante que os tenistas sejam submetidos periodicamente a uma bateria de testes físicos. Tais procedimentos possibilitam uma avaliação mais exata da melhora do condicionamento do atleta e, além disso, fornecerão resultados que poderão confirmar se os treinos estão ou não sendo eficientes.

AVALIAÇÃO

Para avaliar eficientemente as capacidades dos tenistas, vem sendo utilizado em âmbito nacional e internacional um teste que consiste em uma metodologia uniforme para a implementação e interpretação dos testes de resistência aeróbia no tênis - geralmente é aplicado um teste linear na esteira rolante (Bruce). Aqui, entretanto, a avaliação consiste em variar o ambiente e as condições, tornando-as o mais especifica possível em relação às ações que existem em uma partida.

É um teste acusticamente controlado de resistência para os jogadores com carga crescente. Ele é feito com raquetes em uma quadra e podem ser realizadas simultaneamente por um ou vários jogadores. O objetivo é acompanhar a frequência dos bips sonoros o maior tempo possível. É preciso trabalho braçal e execução de forehand e backhand, além do trabalho de movimentação de pernas. O teste é realizado até a exaustão, assim são coletados dados durante e no fim da avaliação para medir o desempenho. Este teste vem ganhando espaço também na comunidade científica brasileira. O pesquisador, Rodrigo Urso, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, por exemplo, avaliou tenistas brasileiros juvenis e profissionais. Os resultados do experimento ainda não foram publicados, no entanto, acredita-se que a avaliação da aptidão aeróbia através de um teste que envolva movimentos e simulações de golpes específicos do tênis possa ser uma melhor estratégia de avaliação quando comparado com testes que envolvem apenas a corrida comum.

5 PONTOS QUE VALEM A PENA PARA APLICAR O TESTE:

MOTIVAÇÃO - o avaliado se sente mais motivado com um teste que realmente avalia as ações realizadas dentro de quadra, tanto nos treinos quanto durante as partidas, além de poder ser realizado em mais de um indivíduo por sessão.
ADAPTAÇÃO COMO O TREINAMENTO - pode-se, de várias maneiras, adaptar o teste para as rotinas de treinamento, como, por exemplo, exigir o aumento, de forma progressiva, do número de golpes em um espaço de tempo fixo ou diminuir o tempo para fazer um determinado número de batidas.
USO EM QUALQUER PISO - o teste pode ser feito em qualquer piso, portanto, o atleta pode ter as mesmas condições de treino na hora do teste.
JUNÇÃO COM A TÉCNICA - é comum a movimentação em um bate-bola entre atletas ou entre técnico e atleta. Pode-se aplicar o sistema de forma a priorizar a parte técnica, mas com aumento da utilização da parte física.
CUSTO-BENEFÍCIO AO ATLETA - otimização do tempo de trabalho ou avaliação, pois, durante a execução, diversas variáveis podem ser avaliadas ou trabalhas, como, por exemplo, resistência aeróbia, agilidade e velocidade do tenista.
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