Bruno Soares e Marcelo Melo contam o que é preciso para jogar bem duplas
Felipe De Queiroz E José Eduardo Aguiar em 16 de Abril de 2010 às 11:05
PARA MUITOS TENISTAS, dupla não é tênis. Pensando bem, se considerarmos uma das premissas básicas deste esporte: "tênis é um jogo individual", talvez a disputa de duplas possa ser mesmo um outro esporte. No entanto, mesmo que muitos não apreciem esta modalidade, ela continua sendo tênis.
E que o digam Bruno Soares e Marcelo Melo. Eles estão entre as melhores parcerias do mundo e viajam o circuito todo nos principais torneios. Em 2010, é o primeiro ano em que jogarão juntos toda uma temporada após mudarem seus parceiros no fim do ano passado. Melo jogava com André Sá, com quem alcançou a nona colocação no ranking de parcerias, e Soares estava atuando ao lado de Kevin Ullyett, do Zimbábue, que se aposentou.
Atualmente, apesar de muitos tenistas ainda terem "preconceito" com as duplas, esta modalidade possui seus ídolos - como os irmãos Bob e Mike Bryan, por exemplo, o "Federer das duplas", como diz Soares - e cria diversos especialistas, que vivem somente para a modalidade.
Tenso, rápido, extremamente estratégico, o jogo de duplas costuma ser eletrizante do começo ao fim. Ao contrário das simples, é, obviamente, um jogo de equipe em que um bom relacionamento significa muito. Sendo assim, a Revista TÊNIS conversou com Melo e Soares para ouvir deles um pouco das histórias do circuito e também para entender a visão deles do jogo de duplas. No fim, tivemos uma boa aula de como jogar esta modalidade, que muitos - equivocamente - não consideram tênis. Ao longo da entrevista, aproveitamos para dar dicas para você melhorar seu jogo.
VOCÊS COMEÇARAM A JOGAR JUNTOS ESTE ANO. COMO ESTÁ A PERCEPÇÃO DA DUPLA, A ADAPTAÇÃO DE UM COM O OUTRO?
Bruno: O Marcelo teve essa transição de jogar na esquerda e passar a jogar na direita. Ele jogou muito tempo na esquerda e passar para o outro lado é sempre complicado. Requer um tempo de adaptação, treino e muito jogo, principalmente. Então, só tende a melhorar.
"Acho que dupla é um relacionamento. Um tem que completar o outro"
"Para o meu estilo de jogo, preciso de um cara que devolve bem. Meu melhor não é minha devolução. É na rede, o voleio"
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Marcelo Melo Nascimento: 23 de setembro de 1983, Belo Horizonte Melhor ranking de duplas: 18º (02/02/2009) |
COMO DECIDIRAM QUEM IA JOGAR NA ESQUERDA?
Bruno: Já jogamos juntos desde a época de juvenil, sempre nessa formação. Mas, com o André (Sá), o Marcelo optou por trocar para a esquerda. Essa, então, era nossa formação antiga.
VOCÊ PASSOU QUASE TRÊS ANOS JOGANDO NA ESQUERDA, COMO ESTÁ SENDO SUA ADAPTAÇÃO?
Marcelo: Sempre joguei na direita quando juvenil. Passei a jogar na esquerda por causa do André. Como o Bruno devolve muito bem na esquerda e, na teoria, bem melhor do que eu, só tinha a ganhar mudando para a direita nesse aspecto. Acho que a minha devolução melhorou 100%, e mesmo meu estilo de jogo melhorou muito.
E O ROMPIMENTO COM ANDRÉ, COMO FOI?
Marcelo: Sempre jogava com o Bruno, mas não fixo. O motivo não foi: "Vou terminar com o André para jogar com o Bruno". Primeiro, a gente viu que não estava tendo os mesmos resultados de antes, que aconteceu um desgaste natural, e viu que era melhor para os dois buscar um parceiro novo, uma motivação nova, metas novas, coisas novas.
HOUVE UM DESGASTE ENTÃO?
Marcelo: São várias coisas que vão contribuindo para que não dê certo. O relacionamento fora de quadra. É muito difícil viajar o tempo inteiro. De 365 dias estou 348 com o Bruno. Estava com o André. Não é fácil. Tem momento em que você está nervoso. Desconta. É normal. Foram três anos e, além disso, tem a competição, tem que ganhar. Acabou que foi uma fase excelente para os dois.
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE O BRUNO E O ANDRÉ?
Marcelo: Ambos devolvem muito bem. O André, às vezes, na rede atrapalha mais os adversários. Em compensação, o Bruno cobre mais tranquilo. O André era mais imprevisível. De repente, não sabia o que ele ia fazer. Com o Bruno, sei o que ele vai fazer e acaba que tenho um controle um pouco maior do jogo. No aspecto emocional, o Bruno é melhor que o André. São coisas favoráveis. Nada que seja muita diferença. Muda um pouco, muda...
"Sei o que ele (Bruno) vai fazer e acaba que tenho um controle um pouco maior do jogo"
QUEM ENCAIXA MELHOR COM SEU JOGO, O ANDRÉ OU O BRUNO?
Marcelo: Para o meu estilo de jogo, preciso de um cara que devolve bem. Meu melhor não é minha devolução. É na rede, o voleio. Depois saque, depois devolução. O Bruno devolve muito bem, o que me ajuda na rede e a gente acaba colocando muita pressão nos caras que estão sacando. O Bruno saca, na teoria, melhor que o André. Então, posso ter um alívio um pouquinho maior no meu saque. Posso jogar um pouco mais tranquilo de não ter pressão de confirmar o meu serviço a toda hora. Isso ajuda a colocar mais pressão neles, pois o Bruno está devolvendo muito bem e eu consigo me mexer bem na rede. Esse é o aspecto que preciso, um cara que devolve bem para que eu possa ajudar na rede.
O QUE É MAIS IMPORTANTE EM UMA DUPLA?
Bruno: Acho que a dupla é um relacionamento. Um tem que completar o outro de certa forma. Então, eu devolvo bem, mas não me mexo tanto na rede. Já o Marcelo na rede se mexe muito bem. É essa combinação. Um completar o outro faz uma boa dupla. As parcerias que se dão bem são as que se completam, que um consegue ajudar o outro da melhor forma possível. Acho que no tênis social é a mesma coisa, vem desde o bom relacionamento, de saber de que lado jogar, qual lado o parceiro se sente mais confortável, o lado que ele consegue ajudar mais. Na simples, você está ali sozinho e não tem para onde correr. Na dupla, você está num dia pior, aí muda algum tipo de jogada, algum tipo de posicionamento, e seu parceiro consegue te ajudar mais. Aí vem a parte de estar entrosado.
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POSICIONAMENTO BÁSICO DE DUPLAS Sacador: Não fique muito perto do centro da quadra (a não ser que esteja executando uma "australiana"). Fique mais próximo do corredor de duplas, assim você e seu parceiro cobrirão melhor a quadra. Recebedor: Também não fique muito próximo ao centro da quadra, pois os ângulos do sacador na dupla são maiores. Fique na direção da linha do corredor de duplas. Observe a posição do sacador. Se ele for mais para o centro, vá mais para o centro. Se ele ficar mais aberto, fique também mais aberto. Tente ficar mais dentro da quadra, para dar menos tempo de reação aos oponentes. Voleador: O seu lugar é pouco à frente do meio do quadrado de saque, nem com a barriga colada na rede, nem sobre a linha de saque. Se seu parceiro estiver sacando, é preferível ficar mais perto da rede do que longe dela, para poder interceptar a bola no voleio com mais facilidade. Também não fique no corredor de duplas. Fique a, mais ou menos, dois passos da linha do corredor. Se seu parceiro estiver recebendo, pode ser melhor ficar um pouco mais longe da rede, algumas vezes sobre ou antes da linha de saque, caso o adversário intercepte a devolução. Nesse caso, você terá mais tempo de reagir se ele direcionar a bola para seu lado. |
"Tem que estar sempre conversando... A gente está sempre sabendo o que o outro vai fazer"
QUÃO IMPORTANTE É A COMUNICAÇÃO ENTRE OS PARCEIROS?
Bruno: Tem que estar sempre conversando. A gente está sempre conversando sobre o que esta acontecendo, a situação do jogo, sobre a tática e as jogadas, principalmente. A gente está sempre sabendo o que o outro vai fazer, por exemplo, na hora que vai sacar, onde vai sacar, onde vou me posicionar.
QUEM MANDA NA COMBINAÇÃO DA JOGADA, SACADOR OU VOLEADOR?
Bruno: Geralmente o sacador fala pelo que está sentindo. Mas sugestões acontecem.
COMO VOCÊS TRABALHAM A ESTRATÉGIA?
Bruno: A grande maioria dos jogadores a gente já conhece. O Daniel (Melo - irmão de Marcelo e treinador da dupla) também está sempre olhando esse tipo de coisa. Então, no dia anterior a gente conversa um pouco. Se durante o jogo está dando errado, a gente fala.
MOVIMENTAÇÃO NAS DUPLAS: Os parceiros devem sempre se movimentar como se existisse algo unindo-os pela cintura. Ou seja, se seu parceiro for jogado para fora da quadra (para a esquerda, por exemplo) ao buscar uma bola, você deve fechar mais o seu lado esquerdo. Sacador: Se você já tiver nível suficiente para isso, sempre saque e suba à rede para tentar matar o ponto. Se não, fique no fundo e aguarde uma bola mais curta para subir. Mas, mantenha o pensamento em sempre agredir o adversário e diminuir a quadra para ele. Como? Subindo à rede. Voleador: Sempre tente atrapalhar os adversário, movimentando-se. Nunca fique parado como uma estátua. Há uma movimentação clássica nas duplas que a maioria dos amadores se esquece de executar. Quando seu parceiro estiver trocando bolas de fundo com o adversário, faça o seguinte: 1- quando seu parceiro bater na bola, adiante-se, dê passos em direção à rede e feche mais a paralela. 2- quando seu adversário for bater na bola, dê passos para trás e cubra mais o meio da quadra (veja o diagrama acima). Para quê isso? Quando a bola estiver em seu lado da quadra, você se posiciona como um defensor, para não deixar buracos na quadra. Quando a bola estiver do lado dos oponentes, você fecha o corredor e se posiciona para atacar. Dica importante: sempre que você tomar um lob, vá para o outro lado da quadra. Se estiver no quadrado de saque da esquerda, vá para o da direita e vice-versa. Nunca fique parado, ou levará uma bolada de seu próprio parceiro e, mesmo que não leve, o outro lado da quadra ficará todo aberto para seus oponentes definirem o ponto. Dica importante 2: Por mais iniciante que você seja, não volte para o fundo quando seu parceiro vier para a rede. Permaneça na rede. Será mais fácil matar o ponto com os dois na rede. Se você voltar para o fundo da quadra, abrirá um especo enorme para seus adversários explorarem. Só volte para o fundo caso sua dupla leve um lob. |
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QUEM TEM MAIS VOCAÇÃO PARA SER TREINADOR, QUE CONSEGUE MUDAR A TÁTICA NO MEIO DE UMA PARTIDA?
Marcelo: É muito de cada um. Sempre tenho a filosofia de querer fazer o meu melhor primeiro, digo: "se meu saque for melhor na direita do adversário, prefiro arriscar lá mesmo ele tendo a devolução melhor na direita. Ao menos fiz o meu melhor". Mas, na questão tática, tem quase sempre de comum acordo o que temos que fazer. Mudar a estratégia dentro de quadra, a gente já mudou algumas vezes e vai de quem enxerga primeiro. Apesar de minha inteligência ser superior à do Bruno... [risos]
Bruno Soares Nascimento: 27 de fevereiro de 1982, Belo Horizonte Melhor ranking em duplas: 14º (04/05/2009) |
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DO JOGO DE DUPLAS?
Bruno: Básicão é saque e devolução. Colocar o primeiro saque e ter um parceiro que atrapalha. A dica é porcentagem de devolução alta. Para fazer sempre o cara sacar desconfortável. E primeiro saque, para sempre incomodar na devolução. E sacando sempre para vir para a rede. Às vezes, você pega uma parceria que joga melhor de fundo, então, quando eles estão devolvendo, vale a pena ficar atrás, pois faz jogar.
VOCÊS COSTUMAM JOGAR DE FUNDO? VALE A PENA?
Bruno: Faço constantemente, porque me sinto mais confortável atrás. O Marcelo não. Como gosto de devolver, e ele atrapalha muito na rede, não faz sentido o Marcelo ficar no fundo. Até no meu saque também fico atrás e trabalho para o Marcelo fazer o serviço sujo ali na rede e matar.
QUEM DEVE JOGAR NA ESQUERDA, O MELHOR DA DUPLA?
Bruno: Antes, com a regra de Grand Slam (com vantagem), o pessoal falava que o lado mais importante era o esquerdo. Porque era quem aguentava os pepinos. Mas hoje com o formato novo (no ad - sem vantagem), todo ponto é ponto. Mas, se jogarem no formato tradicional, o melhor devolvedor tem que ficar do lado esquerdo, pois é onde pressiona mais.
E JOGAR O CANHOTO NA DIREITA E O DESTRO NA ESQUERDA, FUNCIONA?
Bruno: Sempre gostei do canhoto no lado direito. Mesmo entre os amadores funciona, pois protege mais o meio da quadra. Os irmãos Bryan jogam assim. Se um devolve bem, o outro está sempre cruzando na rede com o forehand para matar.
FALANDO NOS BRYAN, O QUE ELES FAZEM DE EXCEPCIONAL?
Bruno: Tudo. Uma dupla de pouquíssimos buracos. O "Federer" das duplas. Eles treinam duro e são taticamente muito bons. Enxergam muito bem o jogo.
POR QUE ESCOLHERAM VIRAR DUPLISTAS? QUAIS OS PRÓS E CONTRAS DA DUPLA?
Bruno: Desde juvenil gostei muito de dupla. Contra: ganha-se menos dinheiro. Prós: sempre quando joguei simples tive nível de Challenger. Hoje tenho a oportunidade de jogar no que existe de melhor no esporte. Acho que esse é um pró que, para mim, foi muito legal e me motivou a ficar só na dupla. Marcelo: Basicamente o mesmo. A gente ganha 20% do que ganham os singlistas.
VOCÊS SENTEM SAUDADE DE JOGAR SIMPLES?
Marcelo: Sinto um pouco. Bruno: Eu sentia mais falta de jogar simples, mas jogar despreparado também é f... Jogamos uns qualis, mas você fica p... quando está perdendo.
ESSA TRANSIÇÃO É FRUSTRANTE?
Bruno: A minha foi meio que forçada. Depois da lesão, é muito difícil começar do zero. Falei: "Vou jogar seis meses simples e duplas". Em dezembro, estava 600 no ranking de simples e 190 em dupla. No início do ano já fui bem e estava 90 em duplas. Não tem como acompanhar.
Marcelo: Queria ter continuado um pouquinho mais na simples. Parei de jogar com 22 anos. Só que não tinha condições mais. Não tinha mais dinheiro para viajar. O que me trouxe para as duplas é que joguei seis ou sete Challengers com o André e a gente fez seis finais. E já estava mais ou menos desandando na simples e pensei: "Vou pegar essa oportunidade na dupla".
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ESTRATÉGIAS BÁSICAS: Sacador: Devolvedor: Voleador: |
VOCÊS COMEÇARAM CEDO NA DUPLA. E, EM DUPLA, DÁ PARA TER UMA CARREIRA MAIS LONGA, NÃO?
Bruno: Agora, com as Olimpíadas no Rio, cansando ou não, até lá tem que ir.
É POSSÍVEL TREINAR PARA SER DUPLISTA? DÁ PARA CRIAR UMA ESCOLA DE DUPLISTAS?
Bruno: O tênis é um esporte individual, você está muito sozinho. Quando se é moleque, você é mais teimoso, tem vontade da simples. E, na verdade, é onde o cara, se for bom mesmo, vai ganhar mais dinheiro. Mas acho que, com certeza, se uma pessoa começar a trabalhar o quanto antes como dupla, mais chances de sucesso vai ter.
CONHECE ALGUM CASO?
Bruno: Caso desde pequeno, só os Bryan.
O SUCESSO DE VOCÊS PODE INFLUENCIAR A MENINADA A JOGAR MAIS DUPLA?
Bruno: Sim, o que tem que ter na cabeça é que, para sobreviver na dupla, você tem que ser muito melhor do que na simples. Os top 150 na simples saem positivos no fim do ano. Na dupla, só os top 50, mais ou menos. Em termos de ranking, o parâmetro é outro.
TÓPICOS PARA SEREM LEMBRADOS: 1- Lembre-se: você não está jogando simples. |
VOCÊS JÁ JOGARAM COM UM PARCEIRO QUE AFUNDOU A DUPLA?
Marcelo: O Bruno quis matar a menina (a chinesa Su-Wei Hsieh, com que formou parceria em duplas mistas) na Austrália. Bruno: Acontece até entre a gente. No Chile, afundei ele.
NA DUPLA MISTA, VOCÊS MANERAM COM AS MENINAS?
Bruno: Nem um pouco. Bica nelas [risos]. Marcelo: A única coisa que a gente tenta é não acertar, porque é chato, né? Mas...
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NÃO DÁ NO CORPO?
Bruno: Não que a gente não dá, a gente evita... [risos]
Marcelo: Tem muito cara que não consegue jogar na mulher...
Bruno: Eu sou um... Mas tive melhores resultado quando comecei a ficar mais maldoso... [risos]
Marcelo: Eu sou maldoso?
Bruno: O Marcelo é pior, pois as mulheres têm medo de quem se mexe bem na rede. Eu, como jogo de fundo, já não incomodo tanto.
Marcelo: E tomar ace de mulher?
Bruno: Tomei um da (Caroline) Wozniacki. Mas o pior não foi tomar ace, o pior foi que ela pediu desculpa depois... [risos]
ROLAND GARROS É O GRAND SLAM COM CAMPEÕES DE DUPLAS MAIS ESDRÚXULOS, NÃO?
Bruno: Os melhores duplistas são muito bons no jogo de duplas, que é saque-evoleio. E os bons duplistas que jogam simples conseguem escapar disso em Roland Garros. Conseguem sacar e ficar no fundo.
QUAL O MELHOR DUPLISTA HOJE?
Bruno: (Daniel) Nestor. Individualmente falando é o melhor. O Mike (Bryan) é brincadeira também.
O FEDERER SE DARIA BEM COMO DUPLISTA? E O NADAL?
Bruno: O Nadal não. Seria bom, mas não dominaria o circuito. O Federer, com um parceiro forte, iria bem. O Nalbandian é muito forte. Cada "sapato" que vem de devolução. [risos]
LEMBRANDO ALGUMAS REGRAS: 1- É básico, mas é bom lembrar: o corredor de duplas vale! |