No final dos anos 1990 e começo do novo milênio, muitos acreditavam que o slice era um golpe fadado ao esquecimento. Com os backhands de topspin ganhando tanta força, especialmente devido ao uso das duas mãos para apoiar o golpe, o slice fatalmente ficaria relegado ao segundo plano, sendo usado apenas por alguns amadores que não tinha confiança em bater a esquerda.
No entanto, quis o destino que um dos mais talentosos tenistas de todos os tempos mostrasse ao mundo que, sim, era possível continuar golpeando com slice e, mais do que isso, usá-lo taticamente para anular justamente aqueles backhands repletos de topspin. Com slices desconcertantes que Roger Federer é capaz de acuar seus adversários. Diante de bolas rasantes e fundas, seus backhands com topspin não são tão eficazes.
Com sua técnica exuberante, o suíço mostrou que o slice não serve só para responder bolas baixas incômodas, ou para alcançar bolas distantes do corpo, ou para se defender. Federer literalmente ataca a bola com seu slice, mesmo quando encara “balões” com topspin. Para ele, o slice é um golpe tático poderoso, pois ele é capaz de usá-lo para quebrar o ritmo, para esconder uma jogada, para fazer o adversário entrar no seu jogo e logo surpreendê-lo com um golpe de aceleração etc. Enfim, graças a ele, o slice ainda vive.
1. Se você acha que o slice só serve para responder bolas baixas ou se defender de jogadas longe do corpo, está enganado. Roger Federer mostra claramente que esse golpe pode ser usado nas mais diversas situações, mesmo diante de bolas mais altas. Neste caso, ele está golpeando uma bola à meia altura, que a maioria dos tenistas sequer pensaria duas vezes antes de bater com topspin. O suíço não. Ele muda ligeiramente a empunhadura para a Continental, que dá mais firmeza nesse tipo de golpe, além de criar um ângulo naturalmente bom para esse tipo de jogada. Ele leva a cabeça da raquete para trás alta, com a face aberta, e se posiciona dando o ombro para a bola.
2. Apesar de o começo do backswing de um golpe com topspin também ser alto, é no movimento em direção à bola que estão as principais diferenças. No slice, em vez de fazer o loop (levar a cabeça da raquete de cima para baixo) e acertar a bola em um movimento rápido de baixo para cima (que gera o topspin), a cabeça da raquete segue de cima para baixo, como se estivesse mesmo fatiando a bola. É possível sentir a raquete deslizando por baixo da bola. Isso gera o efeito slice.
3. O ponto de contato deve ser ligeiramente à frente do corpo (não tão à frente quanto no golpe com topspin), atacando a bola. Se atrasar, o slice tente a subir e perder eficácia. A continuação do movimento deve seguir em direção ao alvo pretendido, terminando na altura do ombro. É interessante deixar o corpo sempre de lado para a quadra até o fim do golpe. A mão esquerda, pela inércia da batida, segue no sentido contrário, equilibrando o corpo. Também é importante deixar o pulso firme na hora do golpe e aproveitar a força da bola adversária.
Dicas
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Seu slice está saindo muito alto? Sugestão: Acelere um pouco mais a cabeça da raquete na direção da bola na hora do contato para criar mais efeito.
Seu slice está indo direto na rede? Sugestão: Abra mais a cabeça da raquete para fazer o contato com a bola. Quanto mais aberta, mais efeito será produzido.
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