Analisamos três forehands de tenistas canhotos que complicam a vida de qualquer destro
Para alguns destros, enfrentar canhotos é um pesadelo. Especialmente quando seus backhands não são tão afiados e se tornam alvos fáceis para os forehands desferidos por quem joga com a mão esquerda. Rafael Nadal, Fernando Verdasco e Thomaz Bellucci são três canhotos entre os 14 top 100 do ranking ATP atualmente e, apesar de todos eles terem como característica comum a mão esquerda dominante, suas técnicas de forehand são diferentes. Por isso, selecionamos aqui três momentos que exemplificam essas diferenças.
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1. Um dos piores cenários para qualquer adversário é este: Rafael Nadal plenamente equilibrado para desferir o seu forehand com topspin. A postura é intimidadora. Olhos na bola (cara de mau!). Apoio semi-aberto, ou seja, perna direita na frente, joelhos levemente dobrados, ombro para a bola. Exatamente como o professor mandaria na aula. |
2. A preparação também é antecipada e a raquete logo começa o loop, de cima para baixo (e depois para cima novamente). O centro de gravidade baixo da postura anterior ajuda a desenvolver toda a potência do golpe quando Nadal começa a se “esticar”, trocando o apoio da perda direita para a esquerda, que vai levá-lo para cima e para a frente. |
3. A intensidade do golpe é tanta que ele literalmente sai do chão para golpear a bola na altura do ombro e levemente à frente do corpo, com o braço totalmente esticado, como manda o figurino. Repare que a raquete rapidamente subiu dando uma “chicotada” na bola, muito típico de quem usa uma empunhadura tão extrema como esta. |
4. Para quem acha que Nadal vive atrasando o golpe, por isso faz aquela terminação por trás da cabeça com braço encolhido, essa imagem mostra claramente que estão enganados e que o espanhol leva o braço esticado para a frente, sem encolhê-lo em momento algum durante o golpe. A terminação por sobre a cabeça é apenas uma continuação do seu movimento (como veremos com Bellucci). |
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1. Quando um tenista arma seu forehand com tempo de sobra, sabe-se que o que vem daí será sempre um problema para o adversário. Assim como no exemplo de Nadal, aqui Fernando Verdasco tem postura muito semelhante quando recebe uma bola lenta: apoio semi-aberto com perna direita na frente, joelhos dobrados, golpe armado. |
2. Ele leva a raquete para trás, olho fixo na bola, e começa a transferência de peso para gerar toda a potência de que o golpe precisa. |
3. Ele projeta o corpo todo para a frente, de baixo para cima. A raquete faz um loop um pouco mais discreto do que o realizado por Nadal. |
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4. Essa terminação revela que, apesar do loop mais discreto, Verdasco “puxa” vigorosamente a raquete durante o contato, para gerar topspin. |
5. Essa “puxada” final (realizada sempre com o movimento para a frente e não para cima), garante, além de velocidade, efeito na bola. |
6. A inércia do movimento é tamanha que é natural Verdasco terminar com a perna esquerda na frente, pronto para assumir uma posição agressiva na quadra, caso o adversário consiga devolver a bola. |
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1. Diferentemente dos golpes de Nadal e Verdasco, neste momento, Thomaz Bellucci está tendo sua movimentação atacada e precisa tentar se impor no ponto novamente. |
2. Perceba que ele corre em direção à bola já fazendo a preparação do golpe – o que muitos amadores esquecem e, por isso, acabam atrasando o golpe. |
3. Por estar movimento, a base de apoio é um pouco diferente, aberta (veja matéria sobre apoios do forehand na página34). Para isso, ele dá uma passada mais larga no final, de ajuste, e firma o pé esquerdo. |
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4. Em uma transferência muito rápida de força do apoio da perna esquerda, ele ainda golpeia a bola à frente do corpo. A distância entre o corpo e a bola não é tão grande a ponto de ele ter de esticar o braço todo e, possivelmente, perder um pouco de controle. |
5. O movimento rápido de baixo para cima (e para a frente) da cabeça da raquete garante o topspin e a potência necessários. O movimento termina com apoio sobre o pé esquerdo novamente, com giro de tronco para poder recuperar a quadra. |
6. Aqui percebemos que a terminação da raquete atrás da cabeça é uma continuação natural do movimento e não uma “puxada” de um movimento encolhido como costumam fazer muitos amadores que tentam imitar Nadal erroneamente. |