Personagens conhecidas da televisão enxergam no tênis a forma ideal de relaxar e se exercitar
Por Matheus Martins Fontes em 27 de Julho de 2013 às 00:00
DESDE QUE GUSTAVO KUERTEN despontou no circuito em 1997, o público brasileiro passou a conhecer melhor o esporte da raquete e bolinha. Até aqueles que arriscavam acompanhar finais de grandes torneios nos anos 1980, quando reconheciam Bjorn Borg apenas pela faixa na cabeça e os longos cabelos louros, as brigas do esquentado John McEnroe ou os óculos da canhota Martina Navratilova, não podem discutir que, desde que o manézinho da ilha levantou a primeira de suas três taças em Roland Garros, o tênis se tornou uma febre e ganhou destaque.
Muitos queriam experimentar a sensação daquela prática que revelou Guga, um catarinense desengonçado, de cabeleira inigualável e que cativou tantos fãs a entrar em quadra. A euforia foi tanta que até celebridades deixaram um pouco de lado a fama e também foram para as quadras para arriscar um ace, uma curtinha ou – como Kuerten tinha sempre na manga – aquela esquerda na paralela, seguida de uma gemido singular.
Dezesseis anos se passaram e, acreditem, há ainda muitos famosos – assim como anônimos – que fizeram daquela experiência o estopim para começarem suas raquetadas no clube, seja para perderem peso, por incentivo do parceiro, pela sorte de haver uma quadra no condomínio ou mesmo por terem sido inspirados por outros ídolos que quebrarem tantos recordes na última década, como Roger Federer e Rafael Nadal.
Várias celebridades da televisão escolhem o tênis na sua rotina de exercícios como o seu esporte preferido. Além de Ronaldo “Fenômeno”, que recorreu ao tênis como uma das diversas maneiras para perder peso, outras personalidades, como o repórter do CQC Felipe Andreoli, o ex-atacante Amoroso, a atriz Suzana Alves, o preparador físico Márcio Attala, o campeão mundial de pôquer André Akkari, e o cantor André Bonilha, do grupo Inimigos da HP, também andam de raqueteira nas costas e o tubinho de bolinhas na mão.
Dessa forma, a Revista TÊNIS quis saber desses personagens, que batem uma bolinha nas quadras da academia do ex-tenista Givaldo Barbosa, em São Paulo, por que quiseram incluir o tênis em suas rotinas. Seis entrevistados, seis maneiras diferentes de ver como o tênis pode ser a medida em comum para suas exigências no cotidiano.
39 anos, ex-jogador de futebol
Revelado pelo Guarani, Amoroso será lembrado pelos vários gols marcados nos campos, mas, desde que se aposentou, começou a fazer aulas de tênis para manter a forma física e melhorar a qualidade da respiração. Na verdade, o goleador se interessa por tênis desde a época de Pete Sampras, mas confessa que é fã de Nadal. “Quando era criança, ficava olhando os mais velhos jogando e pensava que poderia aprender, já que gostava muito de ver jogos pela tevê. Comecei com o tênis há quase 10 anos para relaxar quando estivesse com meus amigos na praia, no clube, para me divertir e tirar sarro daqueles que não sabem.”
38 anos, jogador de pôquer profissional
Campeão mundial de pôquer há dois anos, André Akkari é apaixonado pelo tênis já que o esporte apresenta similaridade com o aspecto mental da sua profissão. Controlar emoções, lidar com erros e agir sob pressão também foram ações que o fizeram se encantar pelas quadras, sua espécie de “válvula de escape”. “Assim como grande parte dos brasileiros, tinha como inspiração o Guga, mas também sempre admirei o Meligeni pela forma que ele encarava os momentos difíceis na quadra, sob pressão do adversário. Tive o prazer de conhecê-lo e vi nele uma pessoa ainda mais maravilhosa do que aquela que via pela televisão.”
38 anos, integrante do grupo “Inimigos da HP” (percussão)
Aos 7 anos, André Bonilha, fã de Guga, já tinha contato pela primeira vez com a raquete e não demorou para jogar de forma competitiva. Mesmo que não tenha seguido carreira, o músico já passou pelas mãos de vários treinadores e se apoia na prática como forma de se manter saudável e em ótima forma. “O tênis, além de ser um esporte em que você exercita todos os músculos e treina muito a parte aeróbica, também é um esporte muito sociável, pode-se praticar dos 4 aos 104 anos.”
33 anos, jornalista e humorista
Acostumado com o mundo esportivo desde criança, Felipe Andreoli descobriu logo cedo sua paixão pelo tênis e, no programa “CQC” da rede Bandeirantes, faz questão de elaborar as matérias relacionadas à modalidade, como aconteceu em Roland Garros nessa temporada. Encontra na quadra uma forma de testar sua força mental e, dessa maneira, diz “sair feliz e leve” após os treinos. “Tudo começou com 10, 11 anos quando treinei com um professor chileno. Achei o máximo ter um professor estrangeiro. Nesse tempo, admirava o Lendl, com a cara de mau, parecia o Arnold Schwarzenegger, mas meu ídolo foi Agassi. Estilo, rebeldia, talento puro. Ele foi a grande inspiração da galera da minha idade, dos anos 1980.”
42 anos, preparador físico
Responsável por auxiliar Ronaldo na luta para o “Fenômeno” emagrecer, Márcio Attala começou com o tênis em 1996, no mesmo ano em que iniciou seu trabalho como preparador. Apaixonado pelo tênis desde as batalhas de Borg e McEnroe, Atalla afirma que o esporte é o remédio para não mostrar seu lado estressado do dia a dia. “O treino é meu Lexotan”, brinca o preparador. “Com a idade, diminui bastante os esportes de contato físico como futebol. Troquei-os pelo tênis, afinal sou apaixonado desde criança, sempre assistia aos jogos, lembro-me de Agassi em Itaparica. Gosto do desafio de ter que superar o adversário, não apenas tecnicamente, mas principalmente nas partes tática e mental.”
34 anos, atriz, dançarina, professora de Pilates
Famosa pela personagem “Tiazinha” do Programa H, da rede Bandeirantes nos anos 1990, Suzana Alves começou a praticar o esporte incentivada pelo marido, o ex-tenista Flávio Saretta. Hoje, professora de Pilates, ela sempre toma cuidado com a saúde e tem no tênis um complemento para seu cuidado mental e corporal. “No início, queria me aproximar do tênis para falar a mesma língua do Flávio, para conseguir aprender um esporte que ele domina. Os treinos com o meu professor Zé (José Nilton) me contagiam, com aulas dinâmicas e exercícios físicos que exigem meu melhor. Além disso, consigo ter mais resistência física, força, e isso me deixa muito mais alegre. Sinto-me em casa nesse esporte”.
E o tênis “1001 utilidades” também atrai outras personalidades para dentro de academias a fim de conhecerem um pouco mais sobre a modalidade que movimenta mais de 1,5 milhão de praticantes no Brasil. Givaldo Barbosa, por exemplo, também já recebeu a cantora Luciana Mello, os jogadores do Corinthians, Paulo André e Júlio César, o repórter Bruno Laurence, da rede Globo, e o ator Dan Stulback. Não perca a chance de se juntar a eles e descobrir também que esse esporte pode mudar para melhor o seu dia a dia.