Se seu parceiro não estiver contente, vocês provavelmente não conseguirão vencer
Allen Fox em 6 de Janeiro de 2017 às 12:00
QUANDO EU TREINAVA O TIME DA Universidade de Pepperdine, tive que considerar tirar meu melhor duplista na hora da seleção dos jogadores. Ele era um rapaz talentoso (a quem chamaremos de Matt) com um arsenal de golpes invejável para as duplas: grande saque, voleio excelente e devoluções mortíferas. Inicialmente eu o coloquei em parceria com Bob (nome fictício), outro grande talento que havia ganhado o campeonato nacional juvenil de duplas no ano anterior. Eles se ligaram de cara. Felizes e cheios de energia, fizeram grandes campanhas, derrotando os principais times da UCLA e USC, tornando-se um dos melhores "duetos" universitários do país.
Porém, no meio da temporada, o grande momento deles se esvaiu. As derrotas se acumularam e o entusiasmo da dupla desapareceu. Bob, especialmente, estava tendo desempenhos muito ruins, errando devoluções e voleios bobos e se movendo com hesitação e incerteza. Ele parou de interceptar com o voleio durante o serviço de Matt, e então o encargo de manter o saque cou muito pesado para o parceiro suportar.
Finalmente, Matt se aproximou de mim e disse: "Acho que preciso de um parceiro diferente. Bob simplesmente não está dando conta e eu não consigo mais suportar". Não pude discordar, então desfez a parceria. Depois de um começo avassalador, os resultados da nova equipe de Matt também começaram a ficar ruins, com seu companheiro jogando no mesmo nível de Bob quando estava no seu pior nível. Quando Matt veio até mim novamente para reclamar e requisitar uma mudança, a verdade me foi revelada: Matt está arruinando seus parceiros.
Grande atleta, repleto de talento e inteligente, Matt parecia ter tudo. Mas ele era nervoso e inseguro (é sempre surpreendente descobrir que insegurança é tão comum em pessoas mais talentosas quanto nas menos). Matt estava destroçando seus parceiros ao abandoná-los emocionalmente quando eles cometiam erros. Ele involuntariamente ficava abalado nos erros dos companheiros e eles sentiam isso. Seus parceiros ficavam com medo de cometer erros, semi-paralizados de medo, e captavam mais as reprovações sutis de Matt. Como última alternativa, coloquei-o em dupla com a única pessoa do time que era mentalmente forte o suficiente para funcionar sem precisar do apoio de Matt, e eles acabaram se tornando uma dupla de respeito.
CASAMENTO
O problema de Matt é comum. Ao invés de simplesmente tentar vencer o jogo, ele estava preocupado em saber de quem seria o erro caso eles perdessem. Isso é desastroso. Se um dos parceiros diz coisas como: "Nunca perdi meu saque", ou "Meu parceiro errou dois smashes fáceis nos game points", é um sinal de insegurança e fraqueza. Grandes jogadores de dupla se preocupam em vencer, não de quem é a culpa se a parceria perder, e eles sabem que ajudar o companheiro a ganhar confiança também os faz vencer.
Em muitos aspectos, duplas é como um casamento: quanto mais feliz seu parceiro estiver, melhor para vocês. Seja sensato com suas críticas. Ainda que um ajuste pareça óbvio para você, é melhor segurar a língua do que dizer algo do qual seu parceiro ficará ressentido, ou o pressionará para fazer mudanças que são desconfortáveis para ele. Em geral, execução é mais importante do que estratégia, e impor conselhos indesejados irá prejudicar a execução.
Sua atitude, refletida verbalmente e na linguagem corporal, terá um impacto profundo na atitude do seu parceiro. Mantenha-se otimista e positivo. Se seu companheiro não estiver jogando bem, tente dar uma folga para ele e ajude-o a ter confiança dando-lhe apoio incondicional. Como você faria, em simples, ao errar um golpe, tente esquecer todos os erros rapidamente, faça pequenos ajustes e vença com o que resta do seu jogo - e com que mais o seu parceiro possa lhe oferecer.
From Tennis Magazine. Copyright 2011 by Miller Sports Group LLC. Distributed by Tribune Services