Depois de dois anos de derrotas frustrantes, revés contra a Rússia no Play-off da Copa Davis deixou um gosto amargo, sim, porém uma sensação de que estamos quase lá
Arnaldo Grizzo em 21 de Outubro de 2011 às 14:02
Quando o sorteio definiu que o Brasil iria enfrentar a Rússia no Play-off da Copa Davis, houve um lamento. Pelas opções de emparceiramento, demos azar. Havia pouca chance de jogar fora de casa e calhou de esta ser uma das poucas. Para piorar, o time russo é consistente e certamente jogaria em um piso rapidíssimo.
Ao chegar em Kazan, sede do duelo, as expectativas de vitória, ao contrário dos anos anteriores, eram baixas. Enfim, jogaríamos como franco atiradores, sem grandes responsabilidades. A equipe de Thomaz Bellucci, Ricardo Mello e a dupla Marcelo Melo e Bruno Soares parecia ter poucas chances contra Mikhail Youzhny e seus companheiros.
Contudo, faltou converter um pontinho só para conseguirmos uma grande façanha. Depois de ganhar de Igor Andreev na primeira partida, Bellucci teve em suas mãos a chance de selar a vitória brasileira e a volta ao Grupo Mundial. O nosso número um fez um jogo brilhante contra Youzhny e teve dois match-points no saque adversário. No entanto, o russo cansado, mas experiente, suportou a pressão e reverteu o placar com autoridade.
Depois, muito do crédito da vitória russa - além de Youzhny - deve-se ao capitão Shamil Tarpischev, que sacrificou o primeiro ponto ao escalar Andreev, mas guardou o fôlego de Dimitry Tursunov para o quinto jogo contra Mello. Uma tática arriscada, mas que funcionou.
Sofrido
Foi uma derrota dura? Sim, ainda mais depois de a equipe ter virado o placar e aberto 2 a 1 com a vitória arrasadora nas duplas. Mas, ao contrário dos anos anteriores, contra a Índia e especialmente contra o Equador, o sentimento não foi de total desânimo. Bellucci, apesar da derrota por detalhes, dá mostra de que tem, sim, condições de suportar um confronto mais complicado com adversários mais fortes e nossa dupla rea rmou que tem condições de ganhar de qualquer uma. Falta ainda um segundo jogador que possa realmente surpreender.
Em 2012, provavelmente haverá uma nova chance, já que o Brasil deu sorte e mais uma vez será cabeça-dechave do Grupo I do Zonal Americano. Vamos enfrentar o vencedor de Equador e Colômbia ou México, já que o duelo entre mexicanos e colombianos foi atrasado.
Resultado Rússia x Brasil
Mikhail Youzhny v. Ricardo Mello 6/0, 6/2 e 6/1
Thomaz Bellucci v. Igor Andreev 6/4, 6/3 e 6/3
Marcelo Melo e Bruno Soares v. Igor Kunitsyn e Dimitry Tursunov 6/4, 7/5 e 6/2
Mikhail Youzhny v. Thomaz Bellucci 2/6, 6/3, 5/7, 6/4 e 14/12
Dimitry Tursunov v. Ricardo Mello 6/1, 7/6(5), 2/6 e 6/3