Em nove anos, muita coisa aconteceu e muita coisa vai ficar na memória de quem esteve na Costa do Sauípe
Da redação em 28 de Janeiro de 2009 às 12:34
2008 - Despedida do ídolo
Gustavo Kuerten seguramente protagonizou os principais acontecimentos do Brasil Open nestes nove anos. No ano passado, quando decidiu deixar as quadras, talvez tenha sido o ápice da comoção. No início da partida contra o argentino Carlos Berlocq, Guga - que sempre encantou a todos com seu sorriso - já quase não agüentava segurar as lágrimas. No fim, desabou, fez discurso em cadeia nacional agradecendo o apoio dos brasileiros em todos os anos de sua carreira. Não houve quem não chorasse junto com o tricampeão de Roland Garros.
2004 - Chuva, catimba e final em dois dias
O bicampeonato de Guga no Sauípe foi extremamente sofrido. A final contra o argentino Agustin Calleri foi uma batalha homérica. Marcada para sábado à noite, ela só terminou no domingo à tarde. Após um começo oscilante, Kuerten (careca!) perdeu o primeiro set, mas voltou melhor no segundo. Com uma forte garoa caindo, o brasileiro fechou a parcial. Calleri estava descontente com o comportamento da torcida e do juiz que deixou o jogo seguir debaixo de chuva. Com o empate, a partida foi suspensa. Uma tempestade impediu que ela recomeçasse no sábado. A volta se deu na tarde de domingo e aí Guga foi soberano, selando a vitória.
2005 - O primeiro dos 11 títulos do prodígio espanhol
Ainda com 18 anos, 2005 foi a primeira grande temporada de Rafael Nadal. A conquista no Brasil Open, quando bateu Alberto Martin na final, foi o ponto de partida para isso. Depois, o jovem de Mallorca acumulou mais 10 títulos, entre eles Roland Garros, e terminou o ano somente atrás de Roger Federer no ranking.
2008 - Primeiro torneio sustentável do mundo
No ano passado, o Brasil Open inovou e se tornou o primeiro torneio sustentável do mundo, dando o exemplo. Preocupado com as questões sociais e ambientais do planeta, o evento promoveu diversas ações para reduzir o impacto causado na natureza. Árvores foram plantadas para neutralizar as emissões de carbono, usou-se papel certificado nos impressos, biocombustível nos geradores, entre outras diversas ações ecológicas e sociais.
#Q#
Brasil Open Resultados 2001 Jan Vacek (CZE) v. Fernando Meligeni (BRA) 2/6, 7/6(2) e 6/3 Enzo Artoni(ARG) e Daniel Melo (BRA) v. Gaston Etlis (ARG) e Brend Haygarth (RSA) 3/6, 6/1 e 7/6(5) 2002 Gustavo Kuerten (BRA) v. Guillermo Coria (ARG) 6/7(4), 7/5 e 7/6(2) Scott Humphries (USA) e Mark Merklein (BAH) v. Kuerten e André Sá (BRA) 6/3 e 7/6(1) 2003 Sjeng Schalken (NED) v. Rainer Schuettler (GER) 6/2 e 6/4 Todd Perry (AUS) e Thomas Shimada (JPN) v. Scott Humphries (USA) e Mark Merklein (BAH) 6/2 e 6/4 |
2001 - O show de Meligeni
No primeiro ano do ATP brasileiro, quando todos esperavam que Guga (então número um do mundo) dominasse, quem brilhou foi Fernando Meligeni. Com a garra e determinação de sempre, Fininho lutou muito para chegar à final da competição. No entanto, suas artimanhas terminaram na decisão diante do tcheco Jan Vacek, que ficou com o título.
2002 - Guga derrota Coria em jogo épico
Se em 2001 - ano de estréia do evento -, Kuerten deixou a desejar, ele mostrou tudo o que podia na edição seguinte. Após ter passado pela primeira cirurgia no quadril, o catarinense voltou a brilhar e dar alegria à torcida baiana. Sua primeira final no Sauípe foi épica. Depois de mais de três horas de jogo e com direito a salvar match-point, Guga ficou com o título ao bater o talentoso novato (na época) argentino, Guillermo Coria.
2005 - Mello fica perto de bater Nadal
A fase de Ricardo Mello no fim de 2004 e início de 2005 não podia ser melhor. O campineiro havia conquistado o ATP de Delray Beach e estava perto do top 50. Jogando com consistência, ele foi à semifinal do Brasil Open, que, pela primeira vez, não tinha a participação de Guga. Nesta etapa, cruzou com Rafael Nadal, até então apenas uma promessa do tênis espanhol. Mello venceu o primeiro set, perdeu o segundo e teve quebra na frente do terceiro, mas acabou errando na hora decisiva.
2006 - Massú volta a vencer depois da Olimpíada
Depois do ouro na Olimpíada de Atenas em 2004, o chileno Nicolas Massú alternou bons e maus momentos e não conseguiu mais nenhum título profissional. Desacreditado, veio ao Brasil Open 2006 e surpreendeu ao vencer.
#Q#
2004 - Torcida entoa "Poeira"
O ano de 2004 foi, sem dúvida, extremamente marcante no Brasil Open. O torneio mudou de data - de setembro para fevereiro - e de piso - cimento para saibro. E isso contribuiu para aumentar as emoções dentro de quadra. Guga, já com duas cirurgias no quadril, sofreu para vencer os jogos desde a primeira rodada, sempre com apoio da torcida. Nas quartas, enfrentou o argentino Franco Squillari, em mais uma partida que ficaria registrada na memória de todos. Com muita garra, o catarinense venceu de virada. Durante o jogo, o argentino chegou a cair no saibro ao tentar alcançar algumas bolas e a torcida não perdeu a oportunidade para cantar o hit da época "Poeira", de Ivete Sangalo. E esse foi o tema musical da plateia até a final.
2005 - O bom moço aparece
No começo de 2005, Nadal ainda não apresentava a constância que o consagrou. No Sauípe, esteve na corda bamba em algumas ocasiões. Uma delas foi contra Agustin Calleri, nas quartas. No último jogo da noite, o espanhol teve a bola para fechar o segundo set e a partida. Após um golpe profundo do argentino, o juiz de linha cantou fora o que seria o match-point. Calleri já se dirigia à rede quando Nadal passou o pé na marca e deu boa. O jovem acabou perdendo o set e só conseguiu fechar o jogo no terceiro, com muito sofrimento, em 2h31 de partida. Já era por volta de 1h da manhã e o show de Margareth Menezes teve de esperar tudo isso para começar.
2008 - Almagro vence o torneio
O ATP brasileiro teve nova final espanhola no ano passado. De um lado, Carlos Moyá, representante de uma geração consagrada e experiente, que precisou lutar muito para estar na decisão, mas sempre mostrou toda sua classe nas partidas. De outro, Nicolas Almagro, representante da nova safra de seu país. Este jovem mostrou todo seu poderio na caminhada rumo à final. E, contra Moyá, precisou de sua juventude para conseguir a vitória no terceiro set.
2008 - Melo e Sá fazem festa Brasileira nas duplas
Se nas simples os brasileiros não deram conta do recado, nas duplas a história do Brasil Open 2008 foi outra. Apontados como uma das melhores parcerias do mundo, os mineiros Marcelo Melo e André Sá fizeram valer a condição de favoritos e venceram, levantando a galera. Terminaram o ano em nono lugar no ranking.
2003 - Alemão impede bi de Kuerten
Após o show da final de 2002, Guga voltou bem em 2003, mas na chave havia dois top 15, o alemão Rainer Schuettler e o holandês Sjeng Schalken. O brasileiro enfrentou Schuettler na semifinal. Teve saque na mão para fechar a partida, mas viu o alemão reverter a situação com seus golpes sempre regulares. Na final, porém, o tenista da Alemanha sucumbiu diante de Schalken.
2007 - Show de Cañas
Voltando ao circuito, o argentino Guillermo Cañas recebeu convite para a edição 2007 do Brasil Open. Com atuações irrepreensíveis diante dos compatriotas Agustin Calleri e Juan Ignacio Chela, foi à final. Na decisão, passou por Juan Carlos Ferrero. Sua ascensão foi tanta que nos meses seguintes venceria Roger Federer por duas vezes.
#Q#
2007 - Thiago Alves surpreende Moyá
Carlos Moyá já tinha vindo ao ATP da Costa do Sauípe em 2004 e perdido na estreia para Tomas Behrend, brasileiro de dupla cidadania (a outra é alemã), decepcionando o público. Em 2007, a história se repetiu. Favoritíssimo diante do inspirado Thiago Alves, o espanhol voltou a perder na primeira rodada.
2007 - Saretta vence Guga em sua tentativa de volta
Depois de muito tempo, Kuerten, que estava afastado das quadras, voltou a vencer uma partida de ATP, contra o italiano Filippo Volandri na estréia de 2007. Em seguida, enfrentou Saretta. Em sua última boa exibição no Sauípe, Guga levou o jogo ao terceiro set, mas acabou derrotado pelo paulista, que, em seguida, venceria Nicolas Almagro e só pararia na semifinal diante de Juan Carlos Ferrero.
Brasil Open Resultados 2004 Gustavo Kuerten (BRA) v. Agustin Calleri (ARG) 3/6, 6/2 e 6/3 Mariusz Fyrstenberg e Marcin Matkowski (POL) v. Tomás Behrend (GER) e Leos Friedl (CZE) 6/2 e 6/2 2005 Rafael Nadal (ESP) v. Alberto Martin (ESP) 6/0, 6/7(2) e 6/1 Leos Friedl e Frantisek Cermak (CZE) v. Jose Acasuso e Ignacio Gonzalez King (ARG) 6/4 e 6/4 2006 Nicolas Massú (CHI) v. Alberto Martin (ESP) 6/3 e 6/4 Lukas Dlouhy e Pavel Vizner (CZE) v. Mariusz Fyrstenberg e Marcin Matkowski (POL) 6/1, 4/6 e 10/3 2007 Guillermo Cañas (ARG) v. Juan Carlos Ferrero (ESP) 7/6(4) e 6/2 Lukas Dlouhy e Pavel Vizner (CZE) v. Albert Montañes e Ruben Ramirez Hidalgo (ESP) 6/2 e 7/6(4) 2008 Nicolas Almagro (ESP) v. Carlos Moyá (ESP) 7/6(4), 3/6 e 7/5 Marcelo Melo e André Sá (BRA) v. Albert Montañes e Santiago Ventura (ESP) 4/6, 6/2 e 10/ |
2006 - Saretta joga muito e elimina Ferrero
Juan Carlos Ferrero era uma das principais estrelas da competição em 2006. Flávio Saretta deu azar e caiu contra ele na estréia. Mas, o azar foi do espanhol. Inspirado, o paulista jogou uma das melhores partidas de sua vida e venceu. No entanto, não seguiu longe no torneio.
2008 - Coria sofre contra qualifier, vence e chora
Guillermo Coria tentou voltar ao circuito em 2008 e conseguiu sua primeira vitória profissional após mais de um ano afastado, no Sauípe. Contra o qualifier italiano Francesco Aldi, o argentino sofreu. Teve lampejos da habilidade que o consagrou, mas também cometeu erros bisonhos e muitas duplas-faltas. Com o calor, passou mal, porém conseguiu vencer. No final, chorou emocionado.
2005 - Qualifier incrível
Nadal foi a grande estrela do torneio de 2005, mas o australiano Peter Luczak empolgou a torcida. Furou o quali, venceu o cabeça dois, Fernando Gonzalez, e só parou na semifinal, já cansado.