Por onde a bolinha quica

Renato Lima, Ruth de Souza e Pei Ju Chien

Virado à paulista

Donos da casa fazem a festa e faturam a maioria dos títulos na 21ª edição da Copa São Paulo

EM PLENO ANIVERSÁRIO de 460 anos da “capital da garoa”, quatro estados tiveram a honra de verem suas jovens revelações levantarem troféus na 21a Copa São Paulo – Troféu Marília Silberberg, um dos maiores torneios infantojuvenis do país e que foi disputado nas charmosas quadras do Clube Paineiras do Morumby.
Ao longo da semana festiva para os paulistanos, os donos da casa sentiram o gostinho de gritar campeão na maioria das finais. Ao todo, 329 jogadores de 11 estados e mais o Distrito Federal disputaram as chaves, divididas nas categorias 10, 12, 14, 16 e sub-25 anos. Um prato cheio para quem gosta de antever preciosas joias nos primeiros anos de trajetória com a raquete na mão.

Um banho

Com as festividades de Sampa, os paulistas ganharam ânimo extra para comprovar sua supremacia em competições nacionais. Em simples, na categoria sub-25 anos feminino, Pei Ju Chien derrotou a conterrânea Gabriella Alves na decisão. Vale lembrar que a menina de 15 anos, de descendência taiwanesa, vem ganhando destaque desde a temporada passada, principalmente pelo título no Brasileirão do ano passado, já na categoria 16 anos. E se na principal idade São Paulo fez bonito, nos 14 e 16 então...
O estado sobrou nas duas categorias, tanto no masculino quanto no feminino. Entre os homens, Renato Souza Lima foi o vencedor nos 16 anos, e Luiz Eduardo de Oliveira dos Santos nos 14, em ambas as decisões compostas só por atletas da casa. Já na chave feminina, Rafaela Rodrigues dos Santos conquistou o título dos 16 anos sobre Marcelle Armani, que já tinha sido vice em 2013, e uma categoria abaixo, coube a Ruth Borges de Souza vencer o tira-teima contra Alexandra Ferreira da Silva, outra que ficou com o segundo lugar em nova temporada. Os paulistas ainda vibraram com os troféus de Gustavo Heide nos 12 anos e Ana Candiotto na categoria 10 anos. Isso sem contar os destaques nas chaves de duplas, em que, ao menos, um representante de São Paulo saiu com o troféu em todas as categorias.

Sobreviventes

Quem também sorriu no 25 de janeiro foram Alagoas, Amazonas e Mato Grosso, que beliscaram um troféu cada. Gabriela Barbosa representou bem a região Nordeste ao triunfar na categoria 10 anos. O Norte também falou alto com Thassane Abrahim arrasando nos 12 anos, enquanto que Marvin Spiering pediu licença com o Centro-Oeste no sub-25 masculino. Com esse panorama, já dá para ter uma ideia dos nomes que podem rechear a nova safra brasileira de esperança.

Caras novas na Austrália

Após cinco anos de hegemonia do “Big Four” nos Grand Slams, coube a Stanislas Wawrinka quebrar a sequência ao vencer o Australian Open, em janeiro. O jogador de 28 anos construiu uma campanha mágica, vencendo, na mesma semana, Novak Djokovic (quartas) e Rafael Nadal (decisão). A façanha fez com que o ranking desse uma chacoalhada e Stan estacionou na terceira posição da classificação. Entre as mulheres, a chinesa Na Li precisou ter muito sangue frio para salvar match-point na terceira rodada contra Lucie Safarova e, de lá para o fim, não deu mais chances às adversarias. Foi o segundo título da simpática asiática em Grand Slams, resultado que a fez subir para a vice-liderança da lista da WTA.

Que fase!

Nos primeiros meses de 2014, os jovens brasileiros obtiveram ótimos resultados em várias etapas da gira Cosat. Nos 14 anos, a gaúcha Luiza Braghini manteve desempenho consistente tanto em simples quanto nas duplas ao longo dos eventos na América do Sul. Em Cali, ela foi campeã na chave de duplas junto com a argentina Maria Lourdes Carlé. Duas semanas depois, em Lima, ela repetiu a dose, com a mesma parceira. E na Copa Milo, em Santiago, Luiza conseguiu a dobradinha ao vencer a peruana Maricielo Sicha na final individual, e faturou o troféu nas duplas junto com a venezuelana Michelle Los Arcos. Nos 18 anos, Letícia Vidal, segunda melhor jogadora do país no ranking da ITF, saiu do Chile com dois troféus no bolso – em simples, construiu uma campanha sem sustos, e nas duplas também foi soberana jogando com a paraguaia Gabriela Sanabria. Já entre os meninos, o grande destaque é o pernambucano João Lucas Reis da Silva. Na etapa do Chile, o jovem de 13 anos conquistou seu primeiro título internacional em uma chave em que superou os melhores de sua faixa. Além disso, ele também foi vice-campeão em simples nas etapas de Guayaquil e Lima. Outro nome interessante na mesma categoria é Igor Gaspari Gimenez. O paulista, número 1 do Brasil no ranking dos 14 anos, conquistou a etapa de Cali no fim de janeiro e está, junto com João Lucas, entre os 10 melhores da América do Sul.