Para a história

O adversário de Federer na final de Wimbledon não foi Roddick, mas a história. E ela, assim como o norte-americano, perdeu

Arnaldo Grizzo em 22 de Julho de 2009 às 12:34

História. 5 de julho de 2009. Após 4 horas e 16 minutos e 77 games disputados, a história se rendia a Roger Federer.

O suíço venceu Andy Roddick em uma maratona que parecia infindável de games e mais games de serviços mantidos no quinto set, que terminou com um incrível 16 a 14. No entanto, os números que ficarão marcados para sempre neste torneio de Wimbledon são o 15 e o 1. O primeiro é o total de Grand Slams em simples que Federer venceu na carreira, superando a marca de Pete Sampras, com 14. O segundo número, o 1, significa a liderança do ranking reconquistada por este gênio das quadras, mas também representa algo além, seu papel na história como o maior de todos os tempos. Lendas como Sampras, Rod Laver, Bjorn Borg e Ilie Nastase estavam lá, em Londres, para ver se o suíço ia mesmo gravar seu nome junto (ou acima) dos seus. E ele fez questão de deixar bem claro que é, sim, um dos maiores. "Não sei se é possível ser uma lenda quando ainda se está jogando. Vamos esperar para ver", afirmou humildemente o hexacampeão de Wimbledon ao ser questionado sobre se tornar um mito do esporte. Contudo, aqueles atletas legendários que estavam sentados na tribuna de honra fizeram questão de colocá-lo no mais alto pedestal da história do tênis, falando de sua genialidade e seus feitos memoráveis. "Para mim, ele é o melhor de todos", disse Borg. "Tenho que dar isso (o título de melhor de todos) a ele, ele ganhou todos os Grand Slam e venceu 15. Nos meus livros, ele é o maior", admitiu ninguém menos que Pete Sampras.

E como não há palavras que bastem para homenagear este grande campeão, brindamos com imagens dos melhores momentos de Wimbledon 2009 e rememoramos as 15 conquistas de Federer.

Roddick, vice de novo
"Perdão Pete, eu tentei segurá-lo", lamentou jocosamente o norte-americano em seu discurso. Após um torneio sensacional, somente Federer mesmo para pará-lo.
Serena, três vezes
"Se você ganhar três Grand Slam seguidos, deveria ser número um, mas obviamente não para a WTA", disse Serena após dar o troco na irmã que a havia vencido na final de 2008. "Minha motivação é vencer mais um Grand Slam e continuar em segundo lugar, acho", afirmou levanto os jornalistas ao riso e completou: "Dinara fez um bom trabalho para estar em primeiro. Ela ganhou Roma e Madrid", caindo em gargalhada junto com a imprensa.
Venus, de novo na final
Pela oitava vez na carreira, Venus alcançou a final de Wimbledon. Mesmo oscilante em outros torneios, na grama inglesa ela sabe o que faz. Ela chegou à decisão passando por cima das adversárias, como Safina, que só fez um game na semifinal.
Murray, lamento britânico
Sem Nadal, todos aguardavam uma final entre Murray e Federer. O escocês, contudo, não segurou a pressão e o saque de Roddick na semifinal. Os britânicos terão que esperar mais um ano para que um compatriota vença o torneio.
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Hewitt, em forma
Há tempos Lleyton Hewitt já não ameaçava os principais tenistas do circuito. Em Wimbledon, voltou a mostrar o bom tênis e as pernas ágeis de outrora para alcançar as quartas. Por pouco não venceu Roddick e foi além.
Has, renascido
Aos 31 anos, o alemão Tommy Haas, que já havia dado trabalho para Federer em Roland Garros, colocou sua versatilidade à prova e foi à semi na Inglaterra contra o suíço novamente, que, desta vez, lhe deu uma aula.
Safina, primeira sem título
A cada Grand Slam que passa, a liderança de Safina no ranking se torna mais questionável. Em Wimbledon, ela teve mais uma chance, porém, Venus a humilhou na semifinal com um sonoro 6/1 e 6/0.
Dementieva, por pouco
Jogando cada vez melhor e com mais consistência, a bela russa Elena Dementieva, no entanto, tem falhado nas horas decisivas. Foi assim na semi contra Serena, que venceu no terceiro set por 8/6. Haja decepção.
Djokovic, falhou de novo
No fim de 2007 e começo de 2008, Djokovic pareceu fazer frente a Federer e Nadal. Todavia, ele foi acometido pela inconstância. Desta vez, parou nas quartas em Wimbledon, diante de Haas.
Sabine Lisicki, outra para se observar
De tempos em tempos, o circuito feminino apresenta novidades. Uma delas é a alemã Sabine Lisicki, de 19 anos, top 30, que já está sendo chamada de nova Steffi Graf. Parou nas quartas, mas deu trabalho a Safina.
Karlovic, enfim sacou Surpreendentemente, o gigante croata perdeu na estreia de Wimbledon nos últimos quatro anos. Agora, enfim, seu saque poderoso lhe rendeu algo mais na grama inglesa. A elasticidade de Federer segurou seu ímpeto.
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Ivanovic, choro
A bela Ana Ivanovic sofreu em Wimbledon. Com dores, chorou na derrota para Venus.
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