Quando os golpes não vencem os jogos, a mente deve assumir o comando
Allen Fox em 28 de Fevereiro de 2011 às 07:35
Você está em quadra contra um de seus rivais. Ele é o tipo de jogador que lhe vence na mesma proporção em que você o vence. Nesse dia, o plano A não está funcionando. O que você faz? Se quiser vencer mais partidas como essa, tem que se preocupar um pouco menos em vencer e um pouco mais em fazer seu oponente perder.
Vejo o plano B como a opção mental. Se você não puder vencer a partida com saques, forehands e backhands, você não tem escolha a não ser vencer com sua mente. Se seu oponente está muito bem nesse dia, canse-o e faça-o pior. Todos temos reservas limitadas de força de vontade, e só podemos suportar o estresse e nos concentrar por um tempo. A meta do plano B é levar seu adversário para o ponto de exaustão mental. Mesmo que no início você não veja sinais de fraqueza no oponente, quando a mente dele cansar e sua vontade se dissipar, o jogo dele parecerá pior.
Todo mundo, mesmo os campeões, eventualmente têm oscilações nesse sentido. Quando isso ocorre, um jogador perde intensidade e seus erros aumentam. Pequenos revezes o fazem perder controle emocional e aceleram sua desintegração. Jogadores normais ficam sem energia mental relativamente rápido. O truque é fazer com que a de seu oponente se esgote antes da sua.
Reconheça os momentos em que seu adversário está sob maior estresse e diminua a velocidade do jogo, para que ele fique assim o maior tempo possível. Um desses momentos é quando seu oponente está liderando o placar. Em jogos parelhos, a maioria dos tenistas sente mais pressão quando está liderando do que quando está perdendo. Deixe-o ficar nervoso. Seu oponente está com pressa de continuar e suspeita, corretamente, que quanto mais ficar na quadra, maiores as chances de algo dar errado.
Não estou sugerindo que você tome atitudes antiesportivas e fique amarrando o tênis a todo momento ou se enxugando na toalha. Apenas ganhe alguns segundos extras entre cada ponto, para poder se reagrupar e dar a seu adversário mais tempo para pensar. O tempo extra parecerá uma eternidade e impedirá que ele crie um "momentum" para si.
O plano B é especialmente importante quando você está jogando um game point ou um break-point. Aqui seu adversário está sob pressão para vencer o game. Mantenha-o aí. Se ele estiver sacando, evite devoluções arriscadas. Pense em quão feliz e aliviado você fica quando, no seu game point, ele exagera e erra logo na primeira bola. Não de a ele esse tipo de satisfação; force-o a jogar o ponto. Se você estiver sacando, tome cuidado para colocar seu primeiro saque em quadra. Sob pressão, seu oponente quer uma devolução fácil de segundo saque. Não dê isso a ele.
Outra parte essencial do plano B é nunca dar a seu oponente um ponto ou um game fácil, não importa quão atrás no placar você esteja. Quando se está jogando em 0-40 num game ou 1/5 no set, você pode se sentir desanimado e jogar descuidadamente, com golpes de baixa porcentagem. Ao invés disso, force seu oponente a se concentrar e lutar para finalizar o game ou o set. Isso é mentalmente cansativo, o que faz parte do seu plano, e de vez em quando você vai conseguir virar placar. Você ainda instigará seu adversário a relaxar um pouco no começo do game ou set seguinte, pois ele poderá querer uma pausa depois de tanto estresse.
Todos queremos subjugar nossos adversários com aces, winners e voleios fantásticos, mas no tênis, como na vida, o ideal não é o padrão. Da próxima vez que estiver com problemas em quadra, tente o plano B ao invés de entrar em pânico e ir para o tudo ou nada. Você pode gostar tanto que isso pode até se tornar seu plano A.
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