O maior segredo dos profissionais

Como os tenistas soltam seus mísseis teleguiados? A resposta começa com as cordas

Bill Gray em 22 de Fevereiro de 2010 às 13:53

Birgit Ziener pode ser a pessoa mais ocupada do mundo do tênis. Como gerente de circuito da Luxilon, seu trabalho é abastecer os profissionais com esta marca popular. quão popular? A Wilson, que distribui a marca, estima que mais de mil quilômetros de corda foram distribuídas aos profissionais nos Grand Slams e em Miami, em 2009. Em Cincinnati, 70% dos top 20 da ATP e os 40% respectivos da WTA usavam Luxilon, seja totalmente ou em misturas com corda de tripa natural. Você já deve ter ouvido falar do modelo mais popular da Luxilon, o Big Banger Alu, como sendo uma corda de poliéster. Esta afirmação não é totalmente correta. Poliésteres básicos estão aí há anos, mas as empresas mudaram sua composição adicionando polímeros. A fórmula exata é guardada a sete chaves.

O que sabemos é que os poliésteres de nova geração estão aí para ficar. Alguns dos seis top 20 que não jogam com Luxilon, como Rafael Nadal, Andy Roddick e Fernando Gonzalez encordoam suas raquetes com a versão do poliéster de seus patrocinadores: a Babolat Pro Hurricane. E Nikolay Davydenko usa a Poly Star Energy, também um poliéster. Isso faz com que Gilles Simon e Radek Stepanek sejam os únicos que não usam poliésteres entre os top. A maioria das mulheres também encordoam com cordas baseadas em poliéster, enquanto Kim Clijsters, Serena e Venus Williams usam tripa natural. Ao contrário das raquetes, roupas e calçados que pagam grandes somas para que os tenistas as utilizem, muitos jogadores usam as cordas sem serem pagos para isso.

Tenistas que jogam de Wilson ganham Luxilon de graça. Um bom acordo para alguém como Roger Federer, que usa cerca de 400 encordoamentos por ano. Outros como Novak Djokovic, que utiliza Head, e Ana Ivanovic, que usa Yonex, pagam pela corda (ou seus patrocinadores compram para eles), segundo Nate Ferguson, proprietário da Priority One, empresa de Tampa, Estados Unidos, que serve de encordoador pessoal para profissionais como Federer, Djokovic e Andy Murray durante as competições.

O advento do poliéster mudou o tênis masculino mais do que qualquer outra coisa, incluindo as melhoras físicas e tecnologias de raquetes. Essa é a principal razão para que as devoluções de saque tenham se tornado mais fáceis e sacar e volear agora ser tão difícil.

Não importa se é Luxilon ou outra - como a Babolat Pro Hurricane, Tecnifibre Pro Red Code ou Isospeed Hybrid Spun - as cordas baseadas em poliéster permitem aos tenistas top golpear a bola com toda a força e ainda mantê-la em quadra por causa da sensação de suavidade.

Menos mulheres usam poliéster, pois podem preferir a potência e a sensibilidade das tripas naturais. Ferguson afirma que algumas deveriam considerar a mudança: "Acho que Serena diminuiria muito seus erros. Colocaria poliéster nas cordas verticais, para dar controle, e tripa nas horizontais, para conforto". Mas ele diz que Venus deveria ficar longe dos poliésteres, pois eles são mais rígidos e duros e ela possui um histórico de problemas com o punho. Ferguson acha que mais tenistas vão trocar para poliéster, pois novas versões mais delicadas para o braço foram lançadas em 2009.

Confira a tabela de cordas usadas por alguns dos principais profissionais:

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