Entenda a mecânica do saque do jovem Milos Raonic, o sucessor dos grandes sacadores do tênis
Arnaldo Grizzo em 16 de Novembro de 2012 às 15:40
O CANADENSE MILOS RAONIC (ele, na verdade, nasceu em Montenegro) despontou no ano passado. De repente, no circuito de quadras rápidas norte-americano, ele assombrou o mundo disparando aces e golpeando a bola sem piedade no fundo de quadra para vencer o torneio de San Jose e ser finalista em Memphis.
Para se ter uma ideia da ferocidade do saque do jovem de 21 anos, ele está nos primeiros postos de quase todas estatísticas envolvendo serviço em 2012. Ele é o primeiro em break-points salvos, com incríveis 74%. Ele terminou em segundo lugar no total de aces na temporada, com 1002, apenas três a menos que John Isner (sendo que o canadense jogou uma partida a menos que o norte-americano na temporada). Raonic também lidera na porcentagem de pontos vencidos com o primeiro saque, com 82%, e fica em oitavo, com 56% dos pontos ganhos como o segundo serviço. Por fim, ele venceu simplesmente 93% dos games em que sacou, sendo também o primeiro da lista nesse quesito em 2012.
A primeira coisa a notar no saque de Raonic é a empunhadura. Repare que ele segura a raquete com algo entre o Continental e o Eastern de backhand. Você aprendeu que o grip Continental é o que lhe dá as maiores variações, mas alguns profissionais também usam uma versão aproximada do Eastern de backhand, sem prejudicar a obtenção de spin.
Depois, note que o jovem, assim como outros grandes sacadores, não junta as pernas na hora de sacar. Alto, com 1,96 metro, ganha impulsão apenas com a transferência do peso da perna de trás para a perna da frente no momento de executar o golpe. Veja como, além das pernas, todo o tronco se movimenta.
O braço do lançamento da bola está sempre reto (o que garante um toss bem feito) e a bola é jogada levemente para a frente e para a direta, para um poderoso saque chapado.
Ele faz o impacto com a bola no momento em que ela já está começando a descer (segundo os professores, o ideal é no ponto zero - em que ela está parada). Perceba a pronação do punho bastante acentuada, o ganho de impulsão e, por fim, a aterrissagem bastante dentro da quadra, pronto para avançar sobre uma bola mais curta.