Editorial - Edição 126
Da redação em 13 de Abril de 2014 às 00:00
QUEM ESTÁ ACOMPANHANDO COM ENTUSIASMO os últimos acontecimentos no tênis juvenil, com excelentes campanhas dos jovens brasileiros no Banana Bowl e Copa Gerdau, especialmente os títulos de Orlando Luz, de apenas 16 anos, nos torneios de São José do Rio Preto e Porto Alegre, os dois maiores do Brasil, logo pode pensar: será que teremos um novo Guga em breve?
Quando, na verdade, a pergunta deveria ser: será que precisamos de um novo Guga? Não precisamos. Quem acompanha a história do tênis no Brasil sabe que tanto Guga quanto a “longínqua” Maria Esther Bueno foram fenômenos passageiros, que trouxeram brilho ao tênis do País enquanto atuaram, foram capazes de ajudar a fomentar o esporte, mas que surgiram abruptamente. Não se pode negar seus legados, porém, em uma análise mais fria, vê-se que eles vieram “do nada”, quando não havia qualquer base formada, e isso faz com que suas aparições sejam como fenômenos mesmo, tais como cometas vistos muito raramente.
Então, do que precisamos, sim, é de uma boa base. Quanto maior, maiores as chances de despontarem bons jogadores – que não mais precisam ser fenômenos. E esse caminho parece que está parcialmente trilhado. Precisamos, então, de garotos comprometidos como os que vimos disputando o Banana Bowl. Precisamos de técnicos determinados, sem rompantes de estrelismo, capazes de trocar experiências. Precisamos criar uma verdadeira comunidade de tênis, cooperativa e competitiva. No Banana Bowl, mais do que as belas campanhas dos nossos juvenis, o mais bonito foi vê-los treinando juntos, conversando, compartilhando experiências. Um belo exemplo que mostra que o tênis pode, sim, ser um esporte individual sem ser individualista, egoísta.
Esta edição, portanto, está praticamente toda dedicada à nova geração do tênis brasileiro, à esquadra de juvenis que desponta a cada ano. É para incentivá-los nessa caminhada que estampamos diversos deles em nossa capa e esperamos que ainda mais nomes surjam e possam estar em capas futuras.
Aqui, não só retratamos os principais destaques juvenis como também tratamos de todas as nuances que envolvem suas carreiras com dicas de técnicos conceituados como Edvaldo Oliveira, que discorre sobre a importância de se jogar torneios no exterior, e João Zwetsch, que fala sobre o trabalho do técnico na formação do atleta. Além disso, mostramos o golpe de direita da jovem estrela, Guilherme Clezar, e o duplista André Sá revela dicas para o voleador nas duplas.
Tudo isso e muito mais para você poder ir para a quadra e dar o melhor de si, sem se preocupar com um novo Guga.
Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos