Não falta nada
Da redação em 22 de Junho de 2012 às 07:04
A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE. Quem não se lembra daquela campanha mágica de 2004, quando aos 17 anos uma menina, quase uma criança, angelical, mas com os olhos de guerreira e um rugido de leão foi capaz de vencer Wimbledon, derrotando na final ninguém menos que a "gigantesca" Serena Williams. Era o início de uma nova vida para Maria Sharapova.
Todos os holofotes recaíram sobre ela. No ano seguinte, tornou-se número um do mundo. Em 2006, ganhou o US Open. Dois anos depois, Australian Open. Machucou o ombro seriamente (ainda em 2007), viu sua carreira ser ameaçada devido às constantes lesões. Ficou nove meses afastada das quadras em 2009 e veio voltando aos poucos desde então.
Assim como para diversos grandes tenistas, o saibro de Roland Garros sempre foi seu calcanhar de Aquiles, tanto que uma vez definiu-se: "Uma vaca no gelo", para explicar seu sentimento em relação à superfície deslizante. Contudo, o que poderia impedir a determinação de uma menininha russa que foi para os Estados Unidos, aos nove anos, para treinar, ficou separada da mãe durante dois anos e passou por poucas e boas para se tornar uma grande campeã?
E assim foi sua conquista em Roland Garros, para completar o Grand Slam na carreira. Sua reação após a consagração - sendo apenas a sexta mulher na Era Aberta a ganhar os quatro Majors? Pular feito uma criança "boba" no meio da Philippe Chatrier, com uma alegria que alguns, que não conhecem sua trajetória, poderiam dizer ingênua.
A "primeira vez" de Sharapova, assim como a sétima do "monstro" Rafael Nadal, foi acompanhada de perto pelo repórter Matheus Martins Fontes. Nosso estreante em coberturas de Grand Slams trouxe todos os detalhes do Aberto da França 2012. Ele chegou em Paris antes mesmo do qualifying e ficou até o fim, coletando histórias dos mais diversos personagens - notórios e desconhecidos - para contar em nossas páginas.
No entanto, esta edição não trata só de Roland Garros e traz uma série de matérias de instrução para você poder melhorar aspectos importantes do seu jogo como, por exemplo, a empunhadura de direita, o saque, a parte mental etc. Assim como também abrimos espaço para discutir a eleição na Federação Paulista de Tênis, que pela primeira vez em 12 anos terá um candidato que não pertence à chapa da diretoria. Quais serão os rumos do tênis paulista daqui para frente?
Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos