A Revista TÊNIS analisou quatro golpes especiais do tenista que dominou as quadras em 2010. Confira nas matérias a seguir!
Luiz Fernando Ramos Júnior em 14 de Dezembro de 2010 às 16:26
OS FEITOS DE RAFAEL NADAL na temporada 2010 transcenderam pisos, adversários e até a história.
Surpreendem e ao mesmo tempo carregam certa dose de previsibilidade: quando Nadal apresenta-se livre de lesões, sua inabalável determinação e seus golpes pesados, associados à sua velocidade, formam um conjunto denso e compacto como nunca se havia visto. Com uma técnica muito específica e versátil por trás de seus logros, Nadal vem se reinventando a cada ano, renascendo sempre mais completo.
Em homenagem a esse mito do tênis, analisamos quatro sequências de golpes, em que todo seu poder de adaptação e improviso, bem como evolução técnica, são revelados. Para isso convidamos alguns treinadores para colaborar nessa prazerosa tarefa:
Paulo Passold e Giovani Bardini, jovens treinadores de Blumenau; Francisco Cardia, de Belo Horizonte; Fernando Ramos, de Curitiba; e Ricardo Pimentel, de Florianópolis, que foram coordenados por Elson Longo nessa tarefa. São diferentes dimensões do mesmo jogador, mas, em comum, o comprometimento profissional e a paixão pelo tênis. A seguir, você confere Nadal em 4D.
O NOVO SAQUE
Uma das principais mudanças recentes no jogo de Nadal foi seu saque. Com esta nova arma, ele foi capaz de vencer torneios em quadras rápidas
1) NA FASE DE PREPARAÇÃO DO SAQUE, VEMOS:
1. Primeiro, o estilo do saque de Nadal é com o movimento abreviado;
2. Seus pés estão na linha do ombro, proporcionando um melhor equilíbrio;
3. O toss com o braço estendido paralelo à linha de base e palma da mão para cima, o que vai dar o domínio da bola;
4. Os braços afastados do corpo, o que vai gerar uma maior potência no saque.
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2) NA FASE FINAL DE PREPARAÇÃO, VÊ-SE:
1. Esta fase é muito conhecida por "Trophy Position" (posição do troféu) ou "W". Deste ângulo não podemos observar, mas a posição da cabeça da raquete e da mão que lançou a bola está para cima e forma, junto com a cabeça do jogador, a figura da letra "W";
2. Podemos observar a aproximação do pé de trás e a flexão das pernas;
3. O quadril perpendicular à linha de base.
3) NA FASE DA IMPULSÃO NA VERTICAL, OBSERVAMOS:
1. Elevação do ombro esquerdo em relação ao direito, em que observamos a rotação no eixo transversal, mostrando que a ação e transferência da energia está na vertical, pois o quadril continua perpendicular à linha de base;
2. O pé esquerdo mais alto que o pé direito comprova a elevação do ombro dominante;
3. A raquete apontando para baixo, com a máxima amplitude das articulações de ombro e cotovelo, o que vai gerar uma aceleração fantástica.
4) NO PONTO DE CONTATO, PERCEBE-SE:
1. A altura que ele saiu do chão, reforçando a excelente impulsão na vertical, para cima.
2. Ponto de contato à frente, ligeiramente à direita (canhoto), mas com o corpo acima da linha de base, mostrando que a energia está toda para cima;
3. O tronco já em rotação no sentido sagital.
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5) APÓS O CONTATO COM A BOLA, TEMOS:
1. A raquete e a palma da mão voltadas para fora, por causa da pronação do antebraço;
2. Inclinação do corpo para frente, com a rotação do tronco no eixo sagital, fazendo o quadril só agora ir para frente acompanhando o tronco.
6) NA FASE DE ATERRISSAGEM, VÊ-SE:
1. Rotação do tronco no eixo sagital, conhecido como "mortal";
2. A perna de trás, com o pé no ponto mais alto, equilibrando o seu corpo e estabilizando o quadril para a recuperação.
7) NA FINALIZAÇÃO DO SAQUE, PERCEBEMOS:
1. O equilíbrio da cabeça, tronco e pernas, deixando Nadal totalmente pronto para a devolução do adversário; Observação: em todas as fases do saque podemos observar bem a simetria e o controle corporal, fazendo Nadal extrair o máximo das forças biomecânicas de seu corpo.