A história do ranking da ITF de beach tennis, que hoje tem o Brasil na liderança, desbancando a Itália
Por Marcela Evangelista em 5 de Julho de 2014 às 00:00
APESAR DE O BEACH TENNIS TER surgido há mais de 35 anos, apenas na última década que ares mais sérios e de competição chegaram ao esporte.
Duas grandes entidades passaram a cuidar do cenário mundial. Inicialmente, a Federação Internacional de Beach Tennis (IFBT), com sede em Ravenna, na Itália, foi a responsável por determinar as regras do jogo e administrar um calendário de torneios e, consequentemente, o ranking mundial. Anos depois, Federação Internacional de Tênis (ITF), com sede em Londres, na Inglaterra, fez algumas adaptações nas regras e também passou a oferecer um calendário de competições, além de organizar um ranking da modalidade. Portanto, atualmente, existem duas opções de calendários e, logo, dois rankings.
Além de possuir um calendário de torneios mais amplo, o circuito de beach tennis da ITF oferece maior premiação total em dinheiro (prize money). Como resultado, atrai mais participantes e, de maneira geral, alcança maior destaque entre os beach tenistas e na mídia. Portanto, é o seu ranking que vamos analisar historicamente para ver como os brasileiros evoluíram e, hoje, lideram a modalidade.
No fim de 2008, ano em que a ITF debutou no cenário do beach tennis, 125 mulheres faziam parte do ranking mundial. Entre os homens, 216 jogadores já faziam parte do circuito que viria a se tornar o mais forte nos anos seguintes. Naquele ano, nenhum brasileiro aparecia nos rankings masculino ou feminino, já que foi a temporada de estreia da modalidade nas areias brasileiras. Os italianos, criadores da modalidade, eram os líderes.
Evidenciando o crescimento da modalidade no mundo e no Brasil, no fim de 2010, constavam no ranking mundial da ITF 436 mulheres e 610 homens. Este ano foi particularmente especial para o Brasil, pois foi a primeira vez que o país teve quantidade expressiva de jogadores no ranking, com 28 no feminino e 30 no masculino. Além disso, o Brasil passou a contar com dois nomes no top 10 de ambos os rankings.
Dando continuidade à trajetória de desenvolvimento da modalidade, no fim de 2012, o número de mulheres deu um grande salto, com 1.141. Entre os homens, a lista contava com 1.297. Entre os top 10, o Brasil manteve dois nomes em cada ranking. Neste ano também foi realizado o primeiro campeonato mundial por equipes, conquistado pela Itália. O formato é semelhante ao da Fed Cup, em uma melhor de três pontos: dupla feminina, dupla masculina e, no caso de empate, dupla mista.
Foi o ano da quebra da hegemonia italiana e da consagração do Brasil como potência mundial do beach tennis. Além da conquista do campeonato mundial por equipes, o Brasil venceu a primeira edição dos Jogos Panamericanos e alcançou a primeira colocação no ranking mundial feminino, com a dupla Joana Cortez e Samantha Barijan. A temporada também trouxe mudanças relevantes à estrutura do ranking da ITF. Passaram a ser considerados válidos os pontos dos seis melhores resultados do jogador nas 52 semanas anteriores, e não mais apenas os quatro melhores. Além disso, a atualização do ranking passou a ser semanal, de maneira a acomodar o crescente número de torneios no calendário.
O primeiro semestre de 2014 se encerrou com três jogadores brasileiros no seleto grupo top 10 de cada um dos rankings. Joana e Samantha mantiveram-se como a melhor dupla do mundo, agora acompanhadas de Vinicius Font, atleta brasileiro que, em junho, alcançou a primeira colocação no ranking masculino. Em toda a história do ranking da ITF, ao menos uma das categorias (masculina ou feminina), tinha italianos no topo do ranking. Ou seja, esta é a primeira vez que o Brasil, ou qualquer outro país, mantém dois jogadores na posição mais alta.
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