Ex-número 1 do mundo compareceu ao Encontro Internacional de Treinamento da CBT
Por Vinicius Araujo em 3 de Dezembro de 2018 às 17:34
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
Direto de Florianópolis, Santa Catarina
O principal destaque do primeiro dia no Encontro Internacional de Treinamento da CBT foi a presença de Guga Kuerten. No dia em que completou exatamente 18 anos de sua maior conquista da carreira, o ex-número 1 do mundo interagiu com os treinadores, preparadores físicos, tenistas profissionais, juvenis e também bateu bola com as crianças participantes dos projetos sociais realizados na sede da entidade.
Em entrevista exclusiva à Revista Tênis, o ídolo do tênis nacional comentou sobre a segunda edição do evento e também da evolução do nosso esporte.
Primeiramente é uma honra contarmos com sua presença aqui no Encontro Internacional da CBT. Estamos com a velha e a nova geração reunidas aqui e na sua época não existia um evento como este que além dos principais nomes do tênis brasileiro, também conta com tenistas da América Latina. O que você está achando do evento?
Acho que essa iniciativa é excelente. A gente economiza esforços e também cria um espírito de união entre o tênis brasileiro e sul-americano. Temos escassez de investimentos, o processo sempre é delicado, temos muitas frentes para desenvolver e nada melhor do que colocar todo mundo junto, com respeito e criando vínculos.
O tênis é muita sobrevivência. Estar no circuito, fora de casa, superar desafios e nada melhor que olhar para o lado e ver que é possível chegar onde queremos. Os tenistas podem se apoiar nas conquistas reais que temos hoje com a Bia (Haddad), o Bruno (Soares), Marcelo (Melo), o Thiago (Monteiro), quanto mais dermos confiança e estímulos para esses jovens tenistas enfrentarem o circuito, será o melhor dos cenários possíveis.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
O que você acha da sede da Confederação Brasileira de Tênis aqui em Florianópolis, sendo a nova casa do tênis brasileiro?
O esporte precisa sobreviver. Precisamos investir da maneira correta. Aqui em Florianópolis é um local símbolo para a história do nosso tênis. Colocar esse projeto de pé é mais simples que fazer uma mega estrutura no Rio de Janeiro ou em São Paulo, por exemplo. Precisamos ter cautela e dar os primeiros passos. O investimento também precisa ser no profissional. O dinheiro do incentivo aos técnicos e professores também é importante. O que mais se percebe aqui no evento é a busca pela mesma solução. Todos amam o esporte e se sentem envolvidos pelo tênis.
O mais impactante é o espírito das pessoas e a vontade de fazer. A gente percebe que passou as Olimpíadas e depois o que ficou é a matéria prima, nossos jogadores. Mas acho que está melhorando. A Confederação faz um trabalho bonito, enxuto, dentro da sua realidade e já conseguiu identificar e juntar os principais treinadores. Hoje as iniciativas são muito boas.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
Você sabia que a Tennis Route e o Instituto Tênis firmaram uma parceria e uniram esforços em prol do tênis nacional? Você acha que é mais uma boa iniciativa para o crescimento do tênis brasileiro?
Sério? Não estava sabendo. O caminho mais sensato é este. Hoje exatamente faz 18 anos que alcancei o número 1 do mundo e lá atrás conseguimos. Antigamente a gente juntava os treinadores e tenistas para economizar. Acho que essa é a melhor notícia do dia de hoje para o tênis brasileiro. Esses interessados que querem transformar nosso esporte e a gente também está à disposição caso eles também queiram uma parceria (risos).
Sem dúvida a CBT tem tido um papel importante nessa consagração. Otimizar esforços, motivar pessoas e canalizar os envolvidos nesses processos. Fico super feliz e satisfeito e espero que um dia a gente possa concretizar esse sonho do "batalhão brasileiro". Um dia vamos chegar lá e tenho convicção que estamos no caminho certo.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes