Forehand limitado? mude a empunhadura

A PARTIR DESTA EDIÇÃO, os diretores do Departamento de Capacitação da CBT, Cesar Kist e Eduardo Eche apresentarão alguns exercícios que podem ser aplicados por professores. Eles passarão dicas de drills utilizados em seu programa e também escolherão alguns formulados por treinadores durante os cursos. Neste mês, eles descrevem como corrigir a empunhadura de forehand "western" acentuada, somada ao punho caído, um problema bastante comum especialmente entre os jogadores jovens e meninas.

Com este tipo de empunhadura extrema o tenista normalmente tem dificuldades com: bolas rápidas; bolas baixas; bolas abertas; bolas que vem com slice; devolução de saque aberto (longe do corpo) e bolas em deslocamento. Para evitar o aparecimento do problema, Kist e Eche sugerem:

#R#

1 - Utilizar bolas soft para as crianças na fase de iniciação (facilita o aprendizado e é muito mais leve). Por quê? As crianças tendem a virar o grip para western, buscando mais apoio (força), já que os músculos supinadores prevalecem sobre os pronadores. 2 - Evitar lançar bolas altas (acima da cintura) na fase da "escolinha". Por quê? Pelo mesmo motivo. As bolas na altura da cintura ou abaixo exigem menos força, evitando, assim, a mudança gradual para o western. Isso é muito comum e, muitas vezes, o professor não percebe até que já está sedimentada.3 - Não permitir que as crianças utilizem raquetes pesadas. Por quê? Elas vão precisar de mais força e efetuarão a mudança para o western em busca disso.

ANÁLISE TÉCNICA

Antes de mudar de empunhadura, é preciso ver se é necessário. Então, observe:

1 - Os objetivos de controle não são atingidos - falta de consistência, profundidade e potência. 2 - A velocidade da bola é muito lenta - pouca potência, já que normalmente os jogadores "raspam" muito a bola. 3 - Há problemas com o contato da bola - a bola toca no aro frequentemente.

Quando não mudar? Há jogadores que conseguem executar com potência e eficácia o golpe de forehand usando o western e, nesse caso, não se deve efetuar a mudança. Embora estejamos difundindo que o ensino do tênis deve ser baseado em função do jogo, ou seja, aprender a técnica em função da tática, há casos em que a técnica precisa ser melhorada para que o jogador possa evoluir. Esse é o momento em que o trabalho analítico (por partes) deve ser utilizado.

CORREÇÃO

Mudar a empunhadura de western (mais virada) para semi-western (menos). Perceba a seqüência analítica de correção focando o ponto de contato.

1- Com a palma da mão para frente.
2- Com a raquete segurando na garganta.
3- Com a raquete segurando no meio.
4- Com a raquete segurando no grip.

Em cada etapa, devem ser executadas de 20 a 30 repetições. Se necessário, repetir o procedimento em outras sessões de treino. Dependendo da habilidade do aluno, pode saltar alguma etapa.

Com esta simples e eficaz metodologia analítica seus alunos poderão assimilar esta técnica mais apurada e obter uma melhora progressiva rapidamente.

Dica importante: no início do processo de mudança o jogador não deve ficar exposto às pressões de campeonatos.