O consistente backhand de Pablo Cuevas lhe valeu o título do Brasil Open e Rio Open
Da redação em 23 de Maio de 2016 às 09:04
Durante a transmissão da final do Rio Open, Gustavo Kuerten estava comentando para a televisão e afirmou que o uruguaio Pablo Cuevas tinha a melhor esquerda de uma mão do circuito. Um elogio e tanto vindo de um jogador que certamente teve um dos backhands mais eficientes e plásticos de sua época.
Talvez Guga estivesse exagerando um pouco, mas a verdade é que foi graças à constância e à agressividade de seu golpe de esquerda que Cuevas foi capaz de conquistar os dois ATPs realizados no Brasil em fevereiro: o Rio Open e o Brasil Open. No Rio Open, seu backhand foi para lá de testado, pois, durante toda a campanha, o uruguaio enfrentou somente canhotos que, com seu forehand, buscaram explorar a possível fraqueza do adversário em bolas fundas e cruzadas. No entanto, Cuevas não só resistiu, como impôs o seu ritmo, distribuindo bolas de todas as formas. Vamos então, analisar melhor o seu golpe.
Uma mão fantástica
A primeira regra para um bom backhand com uma mão (assim como para todos os golpes) é o ajuste de pernas. Perceba como Cuevas tem plena noção do quique da bola para ajustar seu posicionamento. Mais do que isso, ele consegue estabelecer um belo apoio de pernas (fechado ou close stance), muito propício para uma melhor estabilidade da batida. Ele está com a perna direita à frente, apoiada e flexionada, além de dar as costas do ombro para a bola, por já ter feito toda a rotação do swing na preparação antecipada do golpe (outro detalhe fundamental). Ou seja, nesta sequência, Cuevas fez tudo “dentro da cartilha” e está preparado para desferir a batida liberando toda a cadeia cinética que gerará potencia.
Perceba que a raquete começa alta, baixa pouco antes do ponto de contato e depois sobe novamente em uma amplitude incrível. Repare o braço sempre esticado, quase do começo ao fim. Ele usa a empunhadura Eastern (a base do indicador sobre a face superior do cabo da raquete), comum nos backhands clássicos de uma mão. Outra coisa que fica clara é a soltura do golpe, com todo o corpo indo em direção à bola. Ele termina o movimento com o pé esquerdo passando pelo direito para retomar o apoio, com a base baixa e recuperar a quadra.