Pernambucana já derrotou duas top 100 nas primeiras rodadas e, daqui para frente, não deixa a desejar para nenhuma outra adversária na chave
Da redação em 21 de Fevereiro de 2014 às 09:07
Rio de Janeiro (Brasil) - Por anos, o tênis feminino do Brasil amargou o ostracismo. Demoramos duas décadas para ter outra mulher numa semifinal de um WTA. Foram também necessários vinte anos para ter outra representante no top 100. E, novamente, vinte anos sem uma jogadora dentro dos Grand Slams. E quem quebrou os três tabus e deu vida nova ao cenário nacional foi Teliana Pereira.
Teliana já bateu duas adversárias melhor ranqueadas em seu caminho até as quartas do Rio Open
Atual 98ª do ranking da WTA, a pernambucana de 25 anos vem caminhando devagarzinho ao longo da semana no Rio Open, torneio da série International e que distribui 280 pontos para a campeã. Com pressão de defender os 146 pontos que acumulou no WTA de Cali, onde alcançou a já citada semifinal, a nossa número 1 precisa, ao menos, da final no Rio para poder permanecer no top 100.
E depois de duas vitórias contra jogadoras top 100 (Alexandra Cadantu, 60ª do mundo e cabeça 4 na primeira rodada, e agora a Patricia Mayr-Achlietner, 81ª do ranking nas oitavas), ela e o público brasileiro já veem a possibilidade de um título mais próxima do real.
Amanhã, não antes das 13h (horário de Brasília), Teliana enfrentará a romena Irina-Camelia Begu, qualifier e atual número 145 do mundo. A adversária, em termos de classificação, não assusta mais do que nas rodadas anteriores e, se olhar a chave como um todo, a pernambucana percebe que não deixa a desejar em relação a mais ninguém.
Se passar por Begu, Teliana enfrenta na semifinal a vencedora do jogo entre a principal favorita Klara Zakopalova, 35ª do mundo, e a polonesa Katarzyna Piter, 110ª da WTA. E por mais que a tcheca possa ter o favoritismo do ranking, a brasileira sabe o que é vencer uma jogadora bem ranqueada. Na campanha em Bogotá, no ano passado, ela bateu a francesa Alize Cornet, na época uma das 30 melhores do planeta.
Emocionada, Teliana, número 1 do Brasil, está a três vitórias do tão sonhado título no Rio de Janeiro
As outras concorrentes também estão no mesmo patamar da brasileira – a italiana Nastassja Burnett, apenas a 160ª do mundo, a japonesa Kurumi Nara, 62ª da lista, a argentina Paola Ormaechea, 65ª do mundo e velha conhecida de Teliana, e a espanhola Lourdes Domingues Lino, 70ª do ranking.
Se é cedo dizer (e até errado) dizer que Teliana já tem o torneio na mão, não é exagero algum colocá-las entre as mais fortes na chave, pelo embalo, pela campanha e, é claro, pela torcida carioca. Ontem, ao final do jogo de oitavas, ela agradeceu o carinho da plateia no Rio: “A torcida me ajudou demais e isso contou bastante. É incrível, fiquei arrepiada, nunca joguei com tanta gente torcendo por mim. Tinha que buscar a vitória porque essa torcida está fazendo a diferença", encerrou a brasileira, com lágrimas em seus olhos.