É para ficar ligado!

ATP promove mudanças na regra de saque que vão dar o que falar

Matheus Martins Fontes em 22 de Janeiro de 2013 às 08:46

“Time warning, Nadal”. O espanhol Rafael Nadal sequer pisou na quadra em 2013, mas já deve estar preocupado com a possibilidade de ouvir essa frase. A Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) anunciou, no nal de 2012, algumas mudanças no circuito a fim de deixar o jogo mais rápido e dinâmico e isso deve afetar a rotina de saque dos tenistas.

O QUE MUDA?

A entidade instituiu um período de três meses de experiência para a extinção do “let”, quando o serviço toca na fita da rede e cai na área de saque. Isso vale apenas nos torneios da série Challenger. Ou seja, se o saque tocar na rede, ele não volta mais; o ponto está valendo (como ocorre no vôlei). “Apesar dessa mudança não reduzir efetivamente a duração do jogo, acreditamos que deve ter um impacto positivo no andamento das partidas”, declarou Brad Drewett, presidente da ATP.

ATENÇÃO REDOBRADA

Durante o Aberto de São Paulo, por exemplo, os atletas tiveram que ficar mais atentos na devolução, principalmente se a bolinha beliscasse a fita da rede. “Agora é igual ao vôlei, tem que estar atento sempre, porque esses detalhes podem fazer a diferença”, afirmou João Olavo Souza, o Feijão. Supervisor no circuito há vários anos, Paulo Pereira lembra que a aprovação da nova regra só acontecerá com a reação satisfatória conjunta do público e dos atletas e afirma: “Ainda é prematuro para tirar uma conclusão”.

Tenistas com “rituais” de saque demorados poderão sofrer as consequências

SEM ENROLAR

Além disso, a ATP também decidiu aplicar de forma mais rígida o cumprimento de uma regulamentação já dentro do código – o limite de 25 segundos para o sacador recomeçar o ponto. O tenista que tomar mais tempo para sacar receberá uma advertência verbal, sendo que, caso prossiga com a atitude, perderá um serviço e, por fim, se voltar a retardar o jogo, perde o ponto.

A recomendação já começou a ser posta em vigência nos primeiros torneios de 2013 e, certamente, deverá trazer problemas para jogadores que abusam do tempo entre os pontos, como é o caso de Rafael Nadal e de Novak Djokovic, por exemplo.

Em Doha, o francês Gael Monfils foi penalizado pelo juiz de cadeira pela demora em excesso no saque contra o alemão Philipp Kohlschreiber e se defendeu com um argumento curioso. “Sou negro, então acabo suando muito”, alegou. Grandes sacadores como John Isner e Tomas Berdych não poupam críticas ao novo comando e já mostram uma aversão ao disputarem torneios em locais muito quentes. “Para quem sua muito, como eu, é preciso usar um boné, mas parece que nunca podia ir pegar uma toalha.

O juiz me olhava o jogo todo. Isso acaba atrapalhando”, reprova Isner após experiência em Sidney.

“Não acho que o tênis vá para frente com isso. Há várias questões e não há razão para essa regra. As condições de calor tornam impossível você seguir o tempo todo. Em Chennai, era muito úmido e era preciso pegar a toalha a todo o tempo, especialmente após o término de uma disputa longa”, acrescenta Berdych.

Portanto, em 2013, que Nadal, Djokovic e os “catimbadores de plantão” se cuidem e re itam sobre os rituais no serviço nos eventos ATP. Nos Grand Slams e Copa Davis, competições organizadas pela Federação Internacional de Tênis (ITF), a regra não será obrigatória. Mas até quando?

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