De olho no futuro

Primeira edição do ATP Challenger Tour Finals dá uma prévia do que nos espera no Brasil Open em 2012

Mário Sérgio Cruz em 12 de Dezembro de 2011 às 13:10

UM DOS MAIS TRADICIONAIS PALCOS DO ESPORTE brasileiro e futura casa do Brasil Open, o Ginásio do Ibirapuera recebeu, entre os dias 16 e 20 de novembro, a primeira edição do ATP Challenger Tour Finals. O evento reuniu os sete tenistas com maior pontuação nos torneios de nível Challenger em 2011, além da presença de Thomaz Bellucci, convidado.

O frio, a chuva e a concorrência com o futebol no mesmo horário dos jogos afastaram o público dos dois primeiros dias de competição. Já na noite de sexta-feira, dia 18, quem compareceu para prestigiar o torneio assistiu à heroica vitória de Thomaz Bellucci, que salvou um match-point contra o eslovaco Martin Klizan, antes de bater o ex-número um do mundo no ranking juvenil no tiebreak do terceiro set.

Na tarde seguinte, com as arquibancadas lotadas, Bellucci deu até Gran Willy e levantou a torcida, mas acabou se despedindo do torneio ao perder para o israelense Dudi Sela, o mesmo que, em agosto, o eliminou na primeira rodada do US Open.

Entretanto, o protagonista do torneio acabou sendo o caçula da turma. O alemão Cedrik-Marcel Stebe, de 21 anos, virou um jogo perdido diante do compatriota Andreas Beck na semi e dominou Sela na partida decisiva para erguer o troféu na capital paulista.

UM NOVO CAMPEÃO
Dentro de quadra, o estilo agressivo do canhoto Stebe lembra o de um boxeador, que encurrala seu oponente nas cordas, enquanto dita o ritmo da disputa. Fora de jogo, o jovem campeão do Challenger Finals até faz as suas brincadeiras, mas se mostra bastante ciente dos objetivos que tem para sua carreira.

"Encerrar o ano com um título é excelente para chegar confiante na próxima temporada", comemora Stebe, que, em 2011, saltou do 375º para o 81º lugar no ranking. Sua meta para 2012 é chegar ao top 50, para entrar diretamente nas chaves dos Masters 1000.

Stebe deixa São Paulo com uma avaliação positiva da cidade e não descartou um retorno ao Ibirapuera em fevereiro para a disputa do Brasil Open. "Ainda não defini meu calendário, mas gostei muito de São Paulo. O público veio à final mesmo sem um jogador brasileiro, a comida é ótima e as mulheres bem bonitas".

O jovem e talentoso alemão Cedrik-Marcel Stebe levou o título da primeira edição do ATP Challenger Tour Finals

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EMBAIXADOR DE ISRAEL
Vice-campeão do evento e algoz de Bellucci na semifinal, Dudi Sela manifestou o desejo de, assim como o brasileiro, competir em casa, diante da torcida. "O povo de Israel adora o tênis, mas nós só temos a oportunidade de jogar em nosso país durante a Copa Davis. Não há um grande torneio, ou mesmo um Challenger por lá", comentou Sela, que, em 2009, foi top 30. Neste ano, ficou beirando o número 100 do ranking por muito tempo e acabou em 83o lugar, pouco pior do que em 2010 (quando terminou em 75o).

RECOMEÇO
Dias antes de voltar ao Brasil após a derrota na estreia do Masters 1000 de Paris, Bellucci anunciou o fim da parceria com o treinador Larri Passos. Segundo o tenista, o encerramento do acordo foi feito naturalmente, em uma conversa na qual ambos concordaram que era melhor cada um seguir seu caminho.

Mesmo sendo favorito no torneio, os jogos do brasileiro foram irregulares, re exo das preocupações extra-quadra (encontrar um novo treinador) e de um fraco final de temporada. Nofim, um ano que prometia ser especial para Bellucci terminou com uma leve queda no ranking (de 31º para o 37º) e falta de confiança. Para o ano que vem, ele optou pelo técnico argentino Daniel Orsanic, que vem treinando compatriotas e outros tenistas sul-americanos desde 2002.

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