De bem com a vida e trocando fraldas, Federer vislumbra títulos e ouro olímpico

Em entrevista ao Marca, suíço se impressiona com a fase de Djokovic, enaltece Nadal e se diz melhor do que nunca fisicamente

Da redação em 3 de Maio de 2011 às 11:22

Em Wimbledon, Federer sonha em conquistar a medalha de ouro olímpica nas simples
Desde que assumiu a liderança do ranking da ATP no início de 2004, Roger Federer mostrava aos fãs do tênis o surgimento de uma das maiores hegemonias do esporte em todos os tempos. Praticamente quatro anos no topo, 16 Grand Slams no currículo... Mas, nem assim o suíço para de experimentar novas sensações.

Em entrevista ao diário espanhol Marca, o jogador natural da Basileia revelou seus pensamentos em relação ao tênis na atualidade, discutiu sobre o seu desempenho na temporada e até parou para falar sobre a inusitada situação de trocar fraldas em seu dia-a-dia por conta das duas filhinhas que tem com a esposa Miroslava Federer.

Nos últimos anos, Nadal e Djokovic foram os jogadores que dividiram a hegemonia do tênis junto com suíço
Para começo de assunto, os resultados do tenista foram o foco principal. Em 2011, o número três do mundo só perdeu quatro partidas, sendo duas para o imbatível Novak Djokovic e uma para Rafael Nadal. "Não acho que os meus resultados estejam sendo ruins. Desde Wimbledon, eu só perdi antes das semifinais em Mônaco - meu primeiro torneio no saibro. Fazia tempo que eu não me sentia tão bem fisicamente. Os problemas nas costas que incomodavam meu serviço desapareceram", relatou Federer.

Em seguida, o ex-líder do ranking afirmou que não tira do pensamento os Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados na grama sagrada de Wimbledon. Além disso, Federer aproveitou para explicar por que tem mais dificuldades no saibro de Roland Garros. "O Grand Slam mais difícil é Roland Garros, mas não porque é na terra, mas porque tem Rafael Nadal", explicou.

Suíço conquistou uma vez Roland Garros, mas sempre tem Nadal como "pedra no sapato"
Para o suíço, além do excelente desempenho de Nadal e Djokovic em 2011, o tênis de hoje está equilibrado pela qualidade do top5 do ranking. "Diria que os cinco primeiros jogadores do ranking que dominam. É injusto esquecer que Murray venceu em Toronto e Xangai no ano passado e foi vice-campeão no Aberto da Austrália e que Soderling fez duas finais seguidas em Roland Garros".

Quanto ao impressionante início de ano de Novak Djokovic, com 27 vitórias consecutivas, Federer contou que, em janeiro, não teria apostado na hegemonia do sérvio. "O normal seria que ele tivesse perdido alguma das partidas que jogou contra mim, alguma contra o Rafa e uma zebra que não se esperava. Eu acho que, em Indian Wells, tive as minhas chances de vencer. É admirável que ele não tenha decaído desde que perdeu a final do US Open para o Rafa."

"Quando não se para de ganhar, você fica tão confiante que acha que não pode mais perder. A vida é mais fácil e eu sei por experiência própria. Se tenta estender por mais tempo quanto possível, mas sabendo que um dia chegará ao fim", acrescentou Federer.

Há dois anos, Federer e sua esposa, Miroslava, tiveram que se adaptar à nova rotina de pais de duas gêmeas
Quanto à nova experiência em sua vida, a de cuidar de suas filhas, o atleta de 29 anos não esconde que foi obrigado a se acostumar com a ideia de trocar fraldas. Há dois anos, a mulher de Federer teve as gêmeas Myla Rose e Charlene Riva.

"Eu não gosto de falar sobre mudanças. Gosto de me adaptar a elas. Gosto de viajar com elas. A Mirka (esposa) sempre faz um ótimo trabalho. A babá, meus pais e sogros também nos ajudam. Quando elas me veem na quadra ou em anúncios, elas gritam ''papai''. Gosto de desenhar com elas e brincar de identificar animais, frutas... Não acho que muito tempo na frente da televisão faça bem", concluiu o papai Federer.

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