Revigorado, o tenista gaúcho usou toda a sua experiência para conquistar o bicampeonato da etapa colombiana da Copa Petrobras
Da redação em 12 de Novembro de 2007 às 13:12
Há dois anos, o gaúcho Marcos Daniel terminou a temporada como o número um do Brasil e salvou o País de ficar sem um tenista entre os cem primeiros do ranking. Em 2005, ele venceu três Challengers, entre eles a etapa de Bogotá da Copa Petrobras, tornando-se o primeiro brasileiro campeão neste circuito de torneios pela América do Sul. Em junho do ano seguinte atingiu seu melhor ranking (80º), mas, a partir daí, não manteve o mesmo nível, sempre lidando com contusões.
Santiago Giraldo | |
Thomaz Bellucci | João Souza |
Em mais um ano de altos e baixos - em que saiu do top 200 -, com uma forte pubalgia e o primeiro filho esperando em casa, Daniel cogitou encerrar a temporada 2007 mais cedo. Contudo, após ser convocado às pressas para a Copa Davis na Áustria (para o lugar de Marcelo Melo) e "treinar bem", segundo ele; resolveu jogar a primeira etapa da Petrobras, em Bogotá. E, com a experiência de quem, aos 29 anos, já encarou diversos tipos de desafios, sagrou-se bicampeão do torneio.
O gaúcho só teve vida fácil na primeira rodada, depois, enfrentou somente partidas de três sets. Além de adversários perigosos, também soube controlar os nervos quando a chuva, insistente, resolveu atrasar as rodadas. Ele fez duelos interessantes, como contra o compatriota João Olavo Souza, o Feijão, nas quartas-de-final (venceu por 6/7(5), 6/2 e 6/3), e contra o cabeça-de-chave número um, o australiano Chris Guccione na semifinal (derrotou por 6/4, 3/6 e 6/3), ambos donos de saques potentes.
Como Daniel mesmo afirmou: "Joguei bastante com a cabeça". E isso fez a diferença. Na final, o tenista de Passo Fundo encarou o colombiano Santiago Giraldo, 19 anos, jovem promessa do país andino. Porém, nem a gana do adversário, a vibração da torcida contra ou a fina garoa tiraram a concentração do brasileiro. "Hoje foi, mentalmente, o meu melhor jogo. Mesmo no final (sentindo as dores da pubalgia) estive bem solto", revelou o campeão, que assim, voltou ao top 200 e, de quebra, ganhou o direito de disputar a etapa seguinte, em Belo Horizonte.
Nicolas Devilder |
E o primeiro torneio da Copa Petrobras foi excelente para os brasileiros, pois, além do título de Daniel, o País ganhou também nas duplas, com Thomaz Bellucci e Bruno Soares, que venceram os espanhóis Santiago Ventura e Marcel Granollers Pujol. Merece destaque, ainda, a boa participação do jovem Bellucci, que chegou às quartas-de-final em simples.
Deu França em Belo Horizonte Com isso, houve grande expectativa para a segunda etapa da Copa Petrobras 2007, realizada no Pampulha Iate Clube, em Belo Horizonte. Um dos convidados da organização era o argentino Guillermo Coria, ex-número três do mundo, que não atuava há 13 meses. Além disso, esperava-se ainda que algum brasileiro pudesse repetir a façanha de Marcos Daniel na semana anterior, em Bogotá, e levar o título. No entanto, todas as expectativas foram logo frustradas e quem se deu bem foi o francês Nicolas Devilder.
Marcel Granollers Pujol |
O canhoto de apenas 1,72m não conquistava um título desde julho de 2006, quando venceu o Challenger de Timisoara, na Romênia. "Foi uma final estressante. Depois que perdi o primeiro match-point, com 6/5 no segundo set, cheguei a pensar que não era para eu ganhar este jogo. Tive que manter a cabeça no lugar, porque o cansaço e o calor me faziam achar que não suportaria mais um set. Mas consegui e estou feliz. Este é o tipo de partida que você guarda na memória para sempre", afirmou exausto o francês após vencer o espanhol Marcel Granollers Pujol, por 6/2, 6/7(4) e 7/6(6), em 3h04 de partida, sob calor de 32 graus na capital mineira.
Guillermo Coria |
Devilder foi o único cabeça-de-chave (número sete) a alcançar, pelo menos, as quartas-de-final em Belo Horizonte. Todos os outros foram surpreendidos antes. Mas, a surpresa do evento ficou por conta da desistência repentina de Coria durante a partida de primeira rodada contra o compatriota Juan Pablo Brzezicki. O "Mago" começou bem, logo abriu 3/1, mas voltou a sentir a dor nas costas que o impediu de jogar durante tanto tempo. Com isso, perdeu o primeiro set por 6/3 e, antes mesmo da virada de set, foi à rede cumprimentar Brzezicki, desistindo do jogo, para espanto de todos. "Entrei em quadra muito nervoso, acho que nem na final de Roland Garros estava tão tenso. Mas joguei bem até o quarto game, quando comecei a sentir uma dor forte nas costas. Senti tudo travar, meu corpo não respondeu mais e me assustei. Passei a sacar mal e não pude mais jogar. Preferi deixar a quadra e não correr o risco de agravar o problema", lamentou Coria. Entre os brasileiros, mais uma vez, quem foi mais longe no torneio foi Marcos Daniel. A "sobrevida" do gaúcho, desgastado pela campanha na semana anterior, durou até as quartas-de-final, quando abandonou a partida diante do argentino Mariano Puerta no segundo set, sentindo dores na virilha. Além dele, somente o ascendente Thomaz Bellucci passou pela primeira rodada, mas perdeu nas oitavas para o espanhol Daniel Munoz de La Nava.
Resultados |
ETAPA BOGOTÁ
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