O britânico é um dos poucos tenistas da ATP a apostar em uma treinadora feminina no circuito e vive sua melhor fase nos últimos anos
Da redação em 12 de Maio de 2015 às 13:26
Após vencer Rafael Nadal pela primeira vez no saibro na sua carreira, o britânico Andy Murray vive uma boa fase na terra batida um mês após se casar com Kim Sears. Em Munique, o número 3 do mundo venceu seu primeiro torneio da carreira no saibro e na sequência, bateu Rafa na final do Masters 1000 de Madri para chegar embalado em Roland Garros.
Dono de dois títulos de Grand Slam em sua carreira, Murray conquistou os maiores feitos em seus 10 anos como profissional ao lado de Ivan Lendl, com quem trabalhou do início de 2012 até Março de 2014. Com o fim da parceria, o britânico teve que escolher um novo treinador, ou melhor, uma nova treinadora.
Com uma aposta arriscada, Andy Murray escolheu Amélie Mauresmo para ser sua técnica a partir da última edição de Wimbledon. Com a decisão, o tenista de 27 anos foi alvo de algumas críticas, inclusive de seu compatriota, Tim Henman, que criticou a escolha de Murray e afirmou que a francesa não fazia com que ele jogasse de maneira correta.
Depois do título em Madri sobre Nadal, o campeão de Wimbledon em 2013 decidiu falar ao Red Bulletin, revista da Red Bull, sobre sua parceria com Mauresmo e elogiou a presença feminina no circuito.
"Eu sei que isso não havia acontecido anteriormente," comentou o tenista sobre a parceria com uma mulher. "Eu não pensava que isso seria algo pioneiro ou influenciasse outros esportes. Eu não vivo minha vida pelo que as pessoas possam dizer na imprensa ou no twitter"
"Após ver a reação e muitas coisas que foram ditas, atualmente eu fiquei apaixonado por termos mais mulheres no circuito, dar mais oportunidades. Quando eu era mais jovem, não pensava em coisas assim. Mas agora vi com meus próprios olhos o baixo número de treinadoras que existem em todos os esportes."
Muito ligado à sua mãe, Judy Murray, Andy sempre contou com sua presença em seu camarote durante suas partidas e vê grande proximidade em sua relação com Mauresmo. "Desde que eu sou jovem, eu acho mais fácil de me abrir e falar como me sinto para as mulheres mais próximas de mim - minha mãe e minha esposa. Mauresmo ouviu sobre como não me sentia confiante."
Buscando igualdade no circuito, Murray não se considera literalmente um feminista, mas quer diminuir a desigualdade no esporte. "Eu precisava de alguém que realmente me ouvisse e minha relação com o Ivan não era perfeita, faltavam alguns elementos. Eu sou a favor de todos terem as mesmas chances, se isso for ser feminista, então posso me considerar um. Desigualdade foi algo que abriu meus olhos e minha mente."