Bruno Soares faz balanço de 2018, fala sobre expectativa e 'tabu' no Rio Open

Um dos líderes do esporte no país, Soares também comentou medidas da CBT

Da redação em 24 de Dezembro de 2018 às 10:00

O mineiro Bruno Soares é um dos principais nomes do tênis nacional nos últimos anos. Um dos mais destacados duplistas do mundo, ele acumula títulos de grandes torneios como o Australian Open e o US Open, ambos levantados por ele e seu parceiro Jaime Murray em 2016.
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Em entrevista para a Revista Tênis durante o Encontro Internacional de Treinamento realizado pela CBT, Bruno contou sobre a experiência de dividir a quadra com lendas do esporte durante o evento, bem como suas opiniões sobre a nova gestão da Confederação e suas perspectivas para 2019.

Confira:

O que você está achando do Encontro Internacional da CBT?

Ano passado já tinha sido muito legal. O principal desse evento, que foi uma ideia do pessoal da CBT, é juntar a grande maioria das pessoas que estão envolvidas com o tênis de alguma forma. A moçada do juvenil, os jogadores profissionais, treinadores, preparadores físicos. E tem o pessoal de fora, trabalhos com biomecânica, realidade virtual, uma série de ferramentas que são muito importantes para o tênis. Vem gente de outras federações para trocar informações e ver esse evento que a gente está fazendo, além de também trazer alguma coisa de fora.

Tivemos palestras muito legais, ontem tive a oportunidade de assistir uma do Paulo Cleto, realmente fantástica, muito bacana para todo mundo. O Paulo é um cara extremamente inteligente, uma enciclopédia do tênis, com conhecimentos de mais de 50 anos. Esse encontro para o esporte é fundamental, para a gente trocar esse tipo de informação. Agora a ideia é ter esse encontro físico, mas manter esse contato durante todo o ano para a gente ir trocando figurinha e todo mundo poder se beneficiar com isso.

Crédito: Green Filmes

O que você acha que passa na cabeça dos juvenis de estar em quadra e ter lendas como Thomaz Koch, Paulo Cleto e Marcos Hocevar?

É muito legal para todo mundo, é recíproco. Na verdade, para mim é muito legal estar aqui e ver o Pepe, o João, o Orlandinho, o Rafa, Thiago Monteiro batendo bola com o Alemão [João Pedro Sorgi]. Isso para mim é muito motivante, a gente fica muito sozinho no nosso dia a dia. Eu daqui a pouco vou para Belo Horizonte, estou treinando sozinho, estou com a turma do Time Guga, o João, o Bruninho Cardoso. Você vem aqui e é muito motivante para todo mundo. Aí você pega, coloca feras como Marcão Hocevar, Paulo Cleto, Thomaz Koch, André Sá. É um ambiente muito positivo, você sai daqui com a energia renovada. 

O que você achou estrutura da CBT aqui em Florianópolis?

Eu acho legal isso de ter quadras rápidas. Primeiro porque elas são mais fáceis de manter e hoje 70% do circuito é jogado em quadra dura. É importante para a garotada já crescer com esse ambiente. É muito bom poder ter um centro. É importante ter uma sede que se identifique com isso aí. A Confederação aqui em Floripa se distanciou um pouco de São Paulo, que é o centro financeiro, mas foi teve essa recompensa de ter as quadras. E vem sendo muito legal. Cabe para a turma da CBT compensar a distância de São Paulo e fazer alguns eventos para trazer essa turma super importante dos patrocinadores para perto da gente.

Quais são suas impressões sobre as iniciativas que a CBT tem feito nessa nova gestão, como o Encontro, o Circuito Amador Roland-Garros Amateur Series e o circuito profissional, dos torneios "de grana"?

Muito bacana esse link com Roland Garros, que é um dos quatro Grand Slam e uma das quatro forças do tênis junto com a Federação Francesa. Poder linkar o Brasil com RG é sempre uma coisa positiva. Esse circuito amador é algo muito positivo, essa turma é super importante para o tênis. Do circuito amador vai vir um cara que vai se interessar pelo esporte, vai querer patrocinar e apoiar e vai entender um pouco mais as dificuldades de um atleta. O circuito de dinheiro também é super bacana, a gente sabe que essa turma que está começando tem uma dificuldade muito grande, principalmente morando no Brasil, de patrocínio, de dinheiro para viajar. Você ter a oportunidade de competir num nível legal e poder ganhar um extra para poder ajudar na sua carreira é muito bacana.

Crédito: Green Filmes

Qual o balanço que você pode fazer da sua temporada 2018?

Foi uma temporada no geral muito boa. Três títulos, seis finais, título de Masters 1000, terminando em sétimo, quarta melhor dupla. Mas foi uma temporada de duas fases: até Roland Garros foi uma temporada irregular, onde eu vinha falando que apesar dos resultados não estarem aparecendo tanto - tivemos o título de Acapulco, mas fora isso a gente não teve nada de excepcional - eu falei que a gente estava jogando um nível muito bom de tênis, mas as coisas não estavam encaixando, perdemos alguns tie-breaks ali.

Pós Roland Garros, começando ali em Queen's foi fantástico, dali até o final do ano mudou completamente. No geral uma temporada muito boa, mas no segundo semestre foi espetacular. O lado bom de você não jogar bem alguns meses é que no próximo ano você pode aproveitar essa parte do ano para tentar somar mais. Até RG não temos muita coisa para defender, então tem muito espaço para subir.

Como está seu planejamento para a temporada 2019?

Pré-temporada terá uma parte em BH e os últimos doze dias em Miami. Esse ano eu optei por ir para Miami, treinar um pouco com o Jaime e metade com os [Irmãos] Bryan. A ideia é testar algo de diferente, ficar lá porque é mais parecido o nível do mar, calor, que é mais parecido com o que a gente joga. Fazia tempo que eu não tinha pré-temporada fora, vinha fazendo sempre em BH nos últimos anos.

Qual a expectativa de jogar o Rio Open mais uma vez?

No Rio Open a expectativa é sempre positiva. Apesar de ter a 'lenda' das semifinais comigo - de cinco edições parar nas semifinais - eu acho muito legal jogar o Rio Open. Principalmente por ser um ATP 500, muito grande e na nossa casa, jogar no Jockey é um prazer. Jogar naquele caldeirão, tanto a quadra central quanto a quadra 1 é outra coisa muito legal. Encontrar os amigos, jogar perto de muita gente que eu conheço, então é um torneio muito especial voltar lá. Então você ligar isso a um grande resultado fica uma semana perfeita.

Crédito: Green Filmes

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