Guia completo para ajudar a tornar seu saque uma arma poderosa
Por Matheus Martins Fontes em 9 de Maio de 2014 às 00:00
JÁ SE TORNOU COMUM CLASSIFICAR aquele jogador como “completo” apenas por observar parte do seu treinamento ali da beira da quadra. Após uma série de drills, já se ouve: “Nossa, mas que forehand plástico! O backhand é sólido como uma rocha. Que técnica no voleio!” Mas de nada adianta ter uma ótima base para a construção e o encerramento do ponto se o jogador não saber começá-lo de maneira adequada. O ponto de início para um cenário tão dinâmico de jogadas e variações no tênis é o saque, golpe que muitas vezes é subestimado por todos.
O serviço é o único fundamento em que o tenista usufrui do controle total da situação e pode utilizá-lo de forma inteligente para dominar o rival da maneira que bem entender. Pensar no saque não é necessariamente ir para a definição no ace a todo momento, mas ter o “luxo” de levar vantagem sobre o devolvedor.
Portanto, para que você não corra o risco de perder o foco do verdadeiro objetivo do saque, a Revista TÊNIS preparou um guia para que você conheça todos os detalhes desse fundamento e possa tornar o seu serviço uma poderosa ferramenta. E não paramos por aí. Quem domina os segredos da mecânica do saque, não pode ficar disparando “tijoladas” sem analisar friamente o que é melhor para determinado momento da partida. Foi por isso que ouvimos vários técnicos e especialistas para mostrar que o grande sacador também pode (e deve!) usar a tática para desestabilizar seus maiores rivais em quadra.
Nos últimos anos, principalmente pela evolução do equipamento (raquetes, cordas etc), o saque acabou sofrendo muitas alterações, porém ainda hoje é tido como o golpe mais importante. O serviço é uma combinação de movimentos em alta velocidade que deve fluir e estar bem coordenado de baixo para cima, ou seja, dos pés à cabeça, e a quebra de alguma das partes envolvidas compromete o resultado do golpe.
Concentre-se no seu ritual de preparação para o saque
Ricardo Acioly, atual técnico de João Souza, o Feijão, revela os detalhes para os quais o tenista deve ficar atento antes mesmo de tocar na bola no momento do saque: “A base de tudo começa no posicionamento dos pés, pois é dali que o jogador irá iniciar o movimento para gerar força com as pernas e, em seguida, começar a usar o quadril, tronco, ombros, braços e punho, tudo isso num movimento muito rápido”, explica Pardal.
Há dois tipos de posicionamento dos pés para a realização do serviço: o fechado, em que os pés do atleta ficam juntos até o fim do ritual do saque, e o “step by step”, em que o sacador começa o movimento com os pés afastados e junta-os pouco antes de flexionar as pernas para a sua execução.
O treinador Edvaldo Oliveira comenta que o sacador define qual movimento irá utilizar a partir da técnica estabelecida para a sequência do ponto. “Na minha época, os jogadores juntavam as pernas para realizar o saque, aterrissavam e já se dirigiam para a rede. No passar do tempo, começaram a ficar mais no fundo, então sacavam com as pernas mais separadas para ganhar mais impulsão. Hoje há os dois tipos. Você vê o [Novak] Djokovic, o [John] Isner juntando, mas o [Roger] Federer já deixa os pés mais separados. Depende muito do objetivo do jogador”, aponta o treinador que jogou profissionalmente na década de 1980.
João Zwetsch, companheiro de Oliveira nas viagens pelo circuito, reforça a importância do posicionamento do corpo para uma melhor coordenação do movimento: “O jogador pode se posicionar lateralmente à quadra com o ombro apontando para a rede no saque. O ideal é respeitar a cadeia de energia usada no golpe passando por todas as partes envolvidas, desde as pernas até a munheca”. O técnico Luiz Peniza corrobora a opinião do capitão brasileiro na Copa Davis, lembrando que um bom saque só acontece a partir de uma postura correta do jogador: “A posição da cabeça está diretamente ligada ao centro de gravidade, então, quando bem realizada, contribui muito para manter o equilíbrio do corpo. A cadeia cinética é fundamental para armazenar força para gerar o máximo de potência no resultado final do saque”, completa o treinador do Instituto Gaúcho de Tênis (IGT).
Com o corpo já posicionado, o próximo passo é pensar na empunhadura, e a maioria dos tenistas opta pela Continental, que permite ao jogador obter mais variações de efeito no serviço, além de potência e consistência. O treinador Marcelo Meyer explica que, apesar de ser a mais “cobiçada”, a Continental pode ter variações na mão do sacador. “A empunhadura ideal é a Continental, mas, com tantas opções hoje em dia, pode sofrer pequenas variações. O tenista pode fechar um pouco mais a Continental, ou abrir para ficar numa do tipo Eastern (muitos iniciantes aprendem a sacar com essa empunhadura) ou até Semi-Western (para golpes com mais firmeza)”, cita o ex-treinador de Fernando Meligeni.
Para quem está começando... Suzana Silva, referência quando o assunto é o ensino de tênis para as crianças, dá dicas de como o iniciante pode ter facilidade para se acostumar com a empunhadura já cedo no momento de sacar: “O saque do iniciante deve ser simples e enxuto, com uma base estável dos pés e focando na coordenação dos dois braços e no giro do tronco. Usar a bola vermelha, 75% mais lenta do método Play & Stay, e começar sacando do quadrado de saque são ações que facilitam o processo de aprendizado, pois permite que a criança já use a empunhadura Continental e perceba a rotação que o movimento imprime à bola. Se essa empunhadura for muito desconfortável, é uma boa saída começar com a Eastern forehand e ir mudando aos poucos”, recomenda a treinadora, que integra a equipe de capacitação da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). |
Agora já com a raquete empunhada, o braço não dominante do sacador já tem uma missão bastante importante a seguir: realizar o “toss” (o lançamento da bola). Se a bola for lançada fora da posição ideal, toda mecânica será prejudicada e o jogador não terá eficiência no saque. Pode não parecer, mas ainda hoje há muitos (inclusive profissionais) que sentem dificuldade em controlar o toss e, consequentemente, sofrem com um carrossel de duplas-faltas.
Para corrigir esse ponto fraco, Marcelo Meyer fornece técnicas de lançamento que ajudarão esse jogador a readquirir sua confiança e ainda pensar em que efeito pretende imprimir:
Só que apesar de, muitas vezes, aprender lançamentos distintos para cada efeito, o jogador precisa, na verdade, de um toss constante, o qual lhe forneça mais opções na escolha do tipo de saque. No tênis, existem três tipos de efeito e o treinador Elson Longo explica as peculiaridades de cada um a seguir.
A. Flat (ou chapado): é o saque mais rápido e pesado;
B. Slice: fornece à bola altas doses de efeito lateral (o chamado “side spin”). No voo, esse efeito lateral promove uma alteração da trajetória retilínea da bola, causando um desvio lateral. Quando ela quica novamente, desvia-se para o lado;
C. Topspin (também chamado de american twist): possui um efeito misto lateral e frontal. É a trajetória que mais se altera de todas. Primeiro, o efeito frontal faz a bola cair antes do previsto e espirrar para cima ao sair do solo. Ao mesmo tempo, a parcela lateral dos efeitos faz a bola desviar para o lado. Resumindo, a bola espirra para o lado e para cima.
O segredo dos grandes sacadores é realizar esses três saques lançando a bola no mesmo lugar. É claro que isso não se aprende de um dia para o outro, no entanto, fazer o “toss” controlado e constante dificulta bastante a leitura e antecipação por parte do devolvedor. Meyer relembra uma grande lenda do tênis que aprendeu muito bem a lição de casa. “Pete Sampras lançava a bola sempre no mesmo lugar e era impossível saber onde sacaria, porque no último milésimo ele conseguia, só com o punho, fazer a variação e angulação do golpe. Isso logicamente não aparece da noite para o dia, mas vem com muitos anos de experiência”, afirma.
Coordenador do programa de Capacitação da CBT, César Kist traz algumas explicações quanto ao movimento da “laçada”, a condução da cabeça da raquete para baixo, e próxima à região das costas, que permite ao tenista ganhar aceleração no movimento até o ponto de contato com a bola. “Quando a raquete desce na laçada, antigamente dizia-se que o tenista deveria encostá-la nas costas. Isso não é mais indicado, pois impede uma boa rotação interna/externa de ombros responsável por gerar grande parte da potência no saque”, avisa o treinador.
Especialista em biomecânica para o tênis, Elson Longo pede atenção para mais cinco importantes fases na execução do saque: o ponto de contato, a trajetória do lançamento da bola, o corpo no ponto de impacto, a verticalização e o mortal. Acompanhe o raciocínio e entenda a importância de cada uma dessas etapas para o movimento por completo do saque de acordo com a sequência de fotos a seguir.
Nível intermediário
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A partir da explicação das principais fases da mecânica do saque, é necessário também pensar nele como uma importante arma estratégica. Já passou da hora de parar com a mania do conceito “fechar os olhos e soltar a pancada”. O serviço é de fundamental relevância e os principais nomes da atualidade não têm uma “bomba” em mãos, é bom frisar, mas são conscientes em usarem esse recurso a seu favor, seja preparando o terreno para bolas mais curtas, tirando o devolvedor da quadra, surpreendendo ao irem para a rede ou mesmo por manterem apenas o primeiro saque em quadra.
Evite usar sempre o mesmo tipo de saque. Saiba variar e surpreenda os seus adversários
Às vezes, o fato de trabalhar o ponto com o primeiro serviço se torna mais eficiente do que disparar uma pancada em todos os games. A variação nos efeitos, direção e profundidade (até em diferentes pisos, altitudes etc) são características que fazem do seu saque ainda mais poderoso e temido pelos adversários. Variar o serviço evita que o rival se acostume com o timing nas respostas e o deixa inseguro no instante da devolução. Se causar esse desconforto no seu oponente, você já estará ganhando.
Na sequência, você poderá ter uma melhor noção de como trabalhar o saque, em quais situações, e de que maneira cada um dos serviços poderá minar a confiança do devolvedor a partir dos conselhos de vários técnicos. O assunto se torna tão decisivo que até a segunda bola (a bola que o devolvedor responde) é um tema para se pensar antes mesmo do impacto da raquete com a bola.
Execute o saque que traz mais confiança
Quando se tem um bom saque, é muito natural ter o seu padrão e usá-lo bastante sem pensar muito no devolvedor, como fazem os gigantes John Isner e Ivo Karlovic. Rafael Nadal quase sempre usa o seu saque aberto no lado da vantagem, buscando jogar o adversário para fora da quadra em busca de bater a segunda bola com o forehand.
Saque em diferentes superfícies
Num piso mais rápido, em que a bola quica e desliza um pouco mais, os saques chapados e os com slice são bem eficientes. Em contrapartida, nos pisos mais lentos, onde a bola quica e fica um pouco mais alta, um saque com mais spin pode render mais.
Pontos para o sacador observar
Confira na tabela abaixo:
Autocrítica
Atualmente, o brasileiro dá pouca atenção para o saque no treinamento. De todo o tempo reservado ao treino, só 10% é direcionado para o saque. Trabalhamos muito o fundo, mas, às vezes, acabamos nos esquecendo do saque. A primeira orientação é reservar mais horas do treino para os drills específicos no saque. Os jogadores deveriam sacar, no mínimo, uma hora todos os dias, porque se ele treina pouco esse fundamento, é difícil fazer com que ele melhore esse golpe.
Finalidade
O atleta deveria gastar um dia inteiro para executar todos os tipos de saque com o intuito do aperfeiçoamento. Nesse dia, o treinador passaria a explicar a mecânica, a laçada, o posicionamento do corpo, todas as peculiaridades que envolvem o tema, porque aquele saque pode dar o game ao jogador em um placar de 40/30, ou ajudá-lo a se recuperar num momento de 30/40. É fácil para o jogador imprimir potência, mas a precisão, tão importante nos momentos decisivos, acaba muitas vezes não aparecendo pela falta de ênfase naquele fundamento.
Importância da segunda bola
Hoje, ter um bom saque não significa que você não será quebrado. A devolução foi o golpe que mais evoluiu e é comum ver uma excelente resposta após um bom serviço. Por isso, é importante o sacador ficar atento para a segunda bola. Em suma, os sacadores terão menos tempo e estarão em posição e local da quadra desfavoráveis para a execução de golpes de base. Isso faz a segunda bola ser tão específica e única. É necessário, então:
a) Automatizar combinações de saque e segunda bola: saque aberto e segunda bola no espaço vazio, no contrapé; saques fechados e segunda bola no contrapé, no revés; saques no corpo e segunda bola no espaço vazio.
b) Movimentação após o saque: a pérola, o ponto crucial. Quanto antes os jogadores se restabelecerem ao aterrissar, atingindo o “split step”, maiores serão suas chances de efetuarem uma boa segunda bola. Se o jogador demora para voltar à posição inicial, quem paga o preço é a segunda bola. A movimentação de retorno é a ponte entre os dois elementos do sistema: o saque e a segunda bola.
Quer ir para o ace?
Se a sua intenção é definir o ponto no saque, a opção mais correta de primeiro saque é o flat.
Saque para o jogo de rede
Se pretende sacar e ir para a rede num game point, por exemplo, a opção mais interessante é um saque quique aberto para ganhar mais tempo de chegar até a rede e, ao mesmo tempo, beneficiar-se de um lado da quadra aberto para o voleio.
Saque em pisos velozes
Numa quadra rápida, é sempre interessante acrescentar um pouco de efeito slice no primeiro saque, porque a bola tende a se afastar do devolvedor e o piso auxilia na velocidade da bola.
Segundo saque
Se o jogador procura segurança, pode usar um serviço quique no corpo do adversário. Em uma quadra de grama ou rápida indoor, um saque slice também seria interessante.
Jogar com o primeiro saque
O sacador tem que saber identificar a situação quando tem uma “gordura” para queimar no game de saque. Por exemplo, em 15/30, ele tem que ter noção de jogar com o primeiro saque porque é mais seguro naquele momento.
Saber jogar com porcentagem
Em Bogotá [local com altitude considerável], se o tenista sacar com 15/30 no game e errar o primeiro serviço, a chance de cometer uma dupla falta é imensa. Então, são momentos em que mais vale a pena jogar o primeiro saque com 80, 90% da força do que cometer uma dupla falta. Em muitos jogos ao longo da minha carreira, se conseguisse botar mais de 70% de primeiro saque em quadra, eu sabia que poderia ganhar a maioria dos games de serviço. Há certos momentos em que você é “obrigado” a colocar uma alta porcentagem de primeiro saque devido à tamanha qualidade de devolução do adversário.
Exemplo de grandes campeões
Observe o Federer. Ele consegue executar aquele saque “cirúrgico”, que não é fortíssimo, mas apresenta uma alta porcentagem de primeiro saque, e é um serviço que desequilibra o rival para a próxima bola. Quanto maior o nível, mais os jogadores pensam taticamente em obter um saque para criar condições de ganhar o ponto já na segunda bola.
Como sacar contra adversários que devolvem em cima da linha
O tenista pode executar um saque quique mais curto, porque o devolvedor terá que bater a bola acima da altura dos ombros. Se o quique for mais profundo, o rival irá bater a bola mais na linha da cintura. Portanto, é bem importante variar a colocação, velocidade e profundidade nos serviços.
Como sacar em diferentes pisos
Nos pontos importantes em uma quadra lenta, é bom sempre jogar com o primeiro saque, com uma boa velocidade, mas o sacador deve estar preparado para disputar os pontos com paciência. O segundo saque, geralmente, é mais direcionado para o backhand do adversário para evitar que ele consiga atacar o sacador. Nas quadras mais rápidas, utiliza-se mais o saque aberto para conseguir deslocar o rival já na primeira bola e matar o ponto no lado vazio, logo em seguida.
Como sacar quando se está vencendo
Em uma vantagem no game de saque, por exemplo 40/0, o sacador pode soltar mais o braço, arriscar um saque que não tem tanta confiança. O objetivo é não sacar sempre no mesmo lugar, porque caso contrário irá “telegrafar” onde vai sacar.
Saque do tenista iniciante
Ele deve pensar primeiro na regularidade, em acertar o saque na quadra. Logo em seguida, vem o controle de direção. No quadradinho, com bola vermelha do método Play & Stay, fica tudo mais fácil e rápido, principalmente se você praticar com alvos. Descubra de que lado seu oponente responde pior e mande 90% dos saques para lá. De vez em quando, varie a direção para o adversário não se acostumar com um tipo de saque.
Saque do tenista intermediário
O tenista precisa entender a diferença entre o primeiro e segundo saques (imprimindo ainda mais rotação no segundo), e conseguir direcionar os dois para onde quiser (aberto, fechado, no corpo do adversário).
Saque do tenista avançado
Quanto mais fundo no quadrado ele sacar, melhor. Com a potência adquirida pelas horas de prática, o saque deve realmente ser sua arma mais importante no jogo. O tenista deve ainda ter o recurso de sacar e subir para surpreender o adversário de vez em quando. Os avançados entendem qual saque funciona melhor com cada adversário. O saque quique de Nadal aberto no backhand de Federer é devastador. Quem sacava contra André Agassi, gostava de sacar no seu corpo para diminuir a angulação das suas respostas. Estude seu adversário para montar seu plano de abertura dos pontos.
Por Carlos Omaki
O saque é o termômetro do seu jogo. Quando ele está bom, os demais golpes tendem a fluir e, vice-versa.
Lembre-se: o sacador comanda o tempo, o início dos pontos e, por isso, deveria assumir o comando das jogadas. O saque é o único golpe que você mesmo prepara a bola e, portanto, é com ele que você acaba demonstrando aspectos como ansiedade, postura emocional, autocontrole e concentração.
A concentração é o ponto chave para coordenar e sincronizar o tempo exato entre a técnica do golpe mais complexo do jogo com o tempo do lançamento da bola, que será sempre o alicerce (o herói ou o vilão) para acertos, e erros, e que determinará os aspectos: quando e onde a raquete “encontrará” a bola.
Pensando em uma forma de ajudá-lo a não se perder durante esta fração de segundos, vamos listar observações importantes que são as principais causadoras de duplas-faltas, um dos piores (talvez o pior) erros, e a mais frustrante maneira de se perder um ponto no tênis...
COMANDE A QUADRA
Já que você vai “comandar” o início do ponto, é sua a responsabilidade de começar com a quadra e tudo que a cerca em perfeitas condições. Antes de posicionar-se para o saque, olhe se não há bolas na área de jogo ou alguma movimentação (se o pegador de bolas está parado e, é claro, se o seu adversário já está pronto e posicionado para receber o saque) que possa lhe incomodar. Esse é o primeiro passo para a condição ideal para o serviço.
OBSERVE QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DE SAQUE
Embora você comande o serviço e a quadra seja sempre “a mesma” em dimensões, o jogo de tênis é muito vulnerável, ou seja, sofre muito a influência de aspectos externos como sol, luz, vento etc.
NÃO “BRIGUE” COM A LUZ
Se você for sacar e o sol (ou o foco de luz) estiver exatamente no ponto ideal do golpe, mesmo que você enfrente a luminosidade, a “cegueira momentânea” ou a redução de visibilidade perdurarão por uma fração de segundos que aumentam consideravelmente os erros de saque ou na próxima bola. O melhor ou “menos pior” a fazer é improvisar e mudar o lançamento (toss) e o tipo de saque que vai usar.
“CALCULE” E CONSIDERE O VENTO
Por mais que se trate de um primeiro saque, a trajetória da bola, distância percorrida, efeito etc sofrerão a ação do vento. Calcule isso controlando mais com o vento a favor, forçando um pouco mais contra o vento e atentando-se também à lateralidade no caso de ventos laterais.
OPÇÕES DE SEGUNDO SAQUE
Tenha mais do que uma opção de segundo serviço. Se o segundo serviço é um “quique”, pratique alguns saques com efeito slice, e mesmo sem ter que se tornar um expert nos dois, você já terá pontos de lançamento diferentes e a possibilidade de estratégias distintas que poderão resolver vários problemas.
TÁTICA
Defina 100% o que “vai fazer” ou tentar fazer, pois mudanças de planos de última hora são os maiores causadores de duplas-faltas.
POSICIONE-SE ADEQUADAMENTE
Após definir o que será feito, posicione-se adequadamente e saiba, caso jogue na presença de um juiz de linha, que um foot fault (falta do pé) representa erro de serviço mesmo que você acerte a área de saque. Foot fault não é invadir a quadra, pisar na linha ou invadir áreas impróprias para o serviço antes de tocar na bola, mas sim a partir do momento em que você assume o posicionamento final para iniciar o serviço. Por exemplo, a área de execução de saque compreende a marca de saque (aquela marca central na linha de base), até a linha lateral que limita a quadra, seja para simples ou para as duplas, e a linha de base. Iniciar o movimento invadindo algumas dessas áreas é considerado foot fault.
CONCENTRE-SE
A concentração não é pensar em aspectos técnicos, alvos etc. Pensar, escolher e decidir o que será feito vêm antes de se posicionar definitivamente para o saque. A concentração está na atenção total e foco na sincronia do movimento, sem pensamentos de última hora.
NÃO LANCE A BOLA MUITO ALTA
Em primeiro lugar, lembre-se da força da gravidade que fará com que o “alvo móvel” do saque (a bola) seja golpeado em alta velocidade. Lançar a bola alta requer mais força, o que reduz a precisão e dificulta muito a variação perfeita para diferentes opções de saque. A bola lançada deve passar no máximo 50 cm do ponto ideal de contato, principalmente para tenistas principiantes e intermediários.
NUNCA DEIXE A BOLA DO PRIMEIRO SAQUE NA QUADRA
Outro vilão das duplas-faltas é a ansiedade em executar o segundo serviço. A movimentação da bola sacada e até devolvida pelo adversário, de um primeiro saque fora ou na rede, gera movimentos, interrupções ou atrai a sua atenção para o ponto onde ela parou ou, pior, onde deverá parar. Nunca saque o segundo serviço com a bola do primeiro errado na quadra, principalmente do seu lado. Tire a bola, espere que tudo volte ao normal, controle toda a quadra. É apenas uma questão de hábito.
“DESCONDICIONE” O MOVIMENTO
Após o primeiro serviço, pare, pense novamente, decida, equilibre-se, concentre-se para reiniciar tudo perfeitamente para o segundo serviço. Muitas vezes, as duplas-faltas acontecem com a bola fora ou na rede, no mesmo lugar, no primeiro e segundo saques. E isso ocorre porque, sem nenhum intervalo, você tende a repetir exatamente o mesmo movimento, sincronismo e lançamento da bola. Pare, dê um passo para trás, respire, organize o planejamento, tome a decisão, posicione-se e focalize o objetivo, ou alvo, e foque no tempo de execução.
Elimine o pressentimento da dupla-falta de sua mente. Não comece o movimento sem ter plena consciência do que vai fazer
TENHA O ALVO DEFINIDO
Comece o movimento após definir o alvo do saque que jamais deverá ser apenas a área de saque. Com os treinos e com o passar do tempo, alguns ajustes automáticos são desenvolvidos, ajustes finos involuntários de pura coordenação motora que ficam 100% desorientados quando o alvo não está pré-definido.
DECIDA SE QUER FICAR PARA O SEGUNDO SERVIÇO
Identifique os momentos em que você tem mais dificuldade de manter a concentração, ou o autocontrole, para definir se suas chances de acertar um bom primeiro serviço são boas e se estará confiante para executar um segundo serviço depois de arriscar um primeiro. Descubra os momentos em que se sente mais desconfortável e coloque o primeiro saque na quadra.
ELIMINE O PRESSENTIMENTO DA DUPLA-FALTA
Quase invariavelmente as duplas-faltas vêm precedidas de um sentimento ou pressentimento negativo de tensão ou “fraqueza”, como o pensamento de não poder errar, da própria dupla-falta ou outros “flashes” negativos que invadem a cabeça quando a bola já foi alçada. Saia do lugar, dê um passo atrás, bata bolas, concentre-se no objetivo até que esse pressentimento quase inexplicável desapareça. Isso acontecerá em uma fração de segundos, inicie a rotina e saque confiante.
TENHA UMA ROTINA DEFINIDA
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