Se o saque é o golpe mais importante do tênis, a devolução vem logo em seguida. A professora Suzana Silva ensina a devolver através de exercícios simples e divertidos
Suzana Silva em 5 de Setembro de 2007 às 12:13
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As informações mais importantes sobre a devolução são:
1. A maneira de segurar a raquete enquanto se espera o saque é a empunhadura do seu golpe favorito para respondê- lo. Mas, se o adversário tem uma porcentagem maior de saques dirigidos para o seu backhand, espere o saque já com esta empunhadura.
2. Posicione-se mais à frente para esperar um segundo saque fraco ou curto, e mais atrás para um primeiro potente ou fundo.
3. O tempo do saltito de antecipação é primordial: você deve estar aterrissando do saltito quando o adversário faz impacto com a bola.
4. Como você terá menos tempo para armar o golpe contra sacadores de bom nível, é aconselhável que diminua o tamanho da sua preparação (diminuindo ou eliminando o looping) com um giro de tronco bem rápido.
5. As pessoas possuem dominância lateral para o giro do tronco: há tenistas que são muito rápidos para girar o tronco e armar um forehand, outros para um backhand. Não é incrível? Esta informação pode ajudar o tenista a determinar a preferência em responder o saque adversário por um ou outro lado, digamos, se o saque vier em cima do corpo.
6. Outro fato interessante é que nosso cérebro se acostuma gradativamente com devoluções mais e mais rápidas. Todos nós podemos um dia retornar o saque do Roddick!
7. Para antecipar a direção e o efeito do serviço adversário é importante acompanhar a bola desde o início do lançamento. E procurar as dicas corporais mais sutis: se o adversário muda um pouco a posição do corpo para sacar aberto... já dançou!
8. É mais fácil devolver exatamente para a direção de onde veio. Mudar a trajetória da bola só deve ser feito em saques mais lentos e curtos.
9. Devolver o saque bem no fundo e no meio contra adversários que sacam e possuem um respeitável jogo de fundo de quadra é uma boa tática.
10. Se o oponente saca e sobe, as famosas "bolas no pé" são uma boa pedida!
VAMOS AOS JOGOS!
> 5, 6, 7 anos: um dos maiores legados que trago da infância é a infinidade de jogos com bola e parede que aprendi. Jogar a bola na parede - sim, uma simples bola grande ou média, de plástico - e recuperá-la depois de um quique, é uma das brincadeiras mais simples que existe e já estimula nos pequenos a velocidade de reação. Basta brincar de "quem consegue pegar a bola mais vezes sem deixar cair" e pronto.
FACILITANDO: as primeiras brincadeiras podem envolver bolas grandes, uma maior distância entre a parede e a criança, que pode usar as duas mãos para jogar e recuperar.
DIFICULTANDO: além de aumentar as distâncias, usar bolas cada vez menores, até chegar à de tênis, e arremessar e recuperar usando apenas uma mão. Professores podem incentivar as crianças a criar habilidade de rebater contra a parede, usando a raquete. O paredão é um grande amigo dos tenistas de todas as idades.
DICA: misturar habilidades no paredão (arremessar, chutar e rebater, por exemplo) também é um desafio interessante.
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FACILITANDO: se um jogo parece difícil para os competidores mirins, basta adaptá-lo para que consigam certo grau de sucesso: abaixando a rede, jogando sem rede, diminuindo distâncias etc. Se a atividade envolver apenas dois participantes, adapte as regras para baterem recorde de acertos.
DIFICULTANDO: aumentar a área do jogo, sacando e devolvendo em três quartos da quadra ou nela toda.
DICA: se o nível da turma for bom, pode-se colocar alvos para a resposta de saque, iniciando com os alvos de direção. Aí só marcam pontos as duplas que acertarem o saque na área de serviço e a resposta no alvo de direção.
> 10, 11, 12 anos: estimular o pensamento hipotético, utilizando estratégias de saque e resposta, é altamente recomendável nesta fase. Podemos fazer jogos nos quais os tenistas já vão percebendo o impacto que causam com seu saque e devoluções. Sacadores marcam pontos assim (cada um tem direito a sacar duas bolas): ace vale três pontos; saque com resposta na rede, ou fora, vale dois pontos; saque que o adversário responde na quadra vale um ponto, e erros de saque na rede, ou fora, não marcam ponto. Cada equipe saca vinte bolas, somam-se os pontos, os devolvedores então sacam na revanche, contam-se os pontos. Este jogo estimula sacadores e devolvedores.
FACILITANDO: aqui também valem as adaptações de diminuir espaços caso os alunos ainda estejam aprendendo a sacar e a receber.
DIFICULTANDO: dependendo do seu objetivo tático na aula, vamos supor que queira trabalhar respostas de saque fundas: cada vez que um serviço for devolvido numa área determinada no fundo da quadra, o sacador também não marca ponto.
> 13 anos em diante: os jogos que podem ser criados para estimular a resposta de saque são infinitos! As partidas de duplas são excelentes neste sentido, pois promovem ainda mais variações táticas: responder longe do tenista da rede, responder nos pés do sacador que subiu à rede, responder lobando o tenista da rede, responder angulado para o corredor cruzado, enfim... Se tiver apenas duas pessoas para praticar, vale mudar as regras, como: delimitar áreas para responder o saque, se cair lá, já marca um ponto bônus; não pode sair da linha de fundo para responder o saque senão perde o ponto; só pode responder com topspin; só pode responder com slice; sacador necessariamente sobe à rede atrás do saque; devolvedor necessariamente sobe à rede atrás da devolução etc.
Suzana Silva desenvolveu a linha de Raquetes"EZ Wilson" e é diretorada Tote Esporte com Arte. tote@tote.com.br |