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Da redação em 20 de Outubro de 2009 às 07:34
ROUBADO !
Estava vendo a matéria sobre tenista Anne Keothavong falando que roubaram o Ipod dela na academia do US Open. Me roubaram também uma sacolinha que continha uma câmera fotográfica digital, fitas e o recarregador da minha filmadora - que não estava neste saco porque estava filmando o Nadal jogando pebolim. Pensava que isso jamais poderia acontecer dentro do complexo. O ocorrido se deu no Players Lounge.
Edvaldo Oliveira
SONHO DE UM TÊNIS OLÍMPICO
Em 2016, se considerarmos o material humano que temos atualmente, seremos bem provavelmente meros coadjuvantes nas competições de tênis, exceto se alguma promessa hoje na faixa etária entre 13 e 18 anos se confirmar. Caso contrário, uma segunda ou terceira rodada sofrida impulsionada pela atmosfera favorável proporcionada pelo público brasileiro.
A pergunta que recai sobre os observadores do tênis é: até que ponto os investimentos que serão direcionados para a construção da infraestrutura tenística dos Jogos Olímpicos de 2016 e o clima esportivo que contagiará a todos a partir do anúncio do Rio de Janeiro como sede irão se materializar em medidas efetivas que elevarão o padrão do tênis brasileiro em cerca de sete anos? Marcos Daniel é carta fora do baralho para 2016. Thomaz Bellucci, próximo dos 30 anos à época da disputa, terá a experiência necessária para assegurar uma boa participação, mas dificilmente atenderá às expectativas dos brasileiros, que certamente desejarão, ignorando justificativas de falta de condições adequadas, a tão cobiçada medalha de ouro. A dupla André Sá e Marcelo Mello, provavelmente, já estará desfeita com a aposentadoria do primeiro, que terá quase 40 anos em 2016. Dessa forma, é muito difícil alimentar quaisquer expectativas em relação aos atletas em atividade atualmente no que concerne às Olimpíadas do Rio de Janeiro.
O fato é que exporemos para milhões de jovens brasileiros o melhor do tênis mundial - o que provavelmente não incluirá Roger Federer e, talvez, Rafael Nadal, este último pelas lesões recorrentes e pela competição natural de outros espanhóis. O efeito do anúncio olímpico será positivamente avassalador: milhares de crianças se multiplicarão nos clubes em busca das primeiras raquetadas e aqueles que já se encontram no processo serão contagiados pela possibilidade de representar o seu País. Em seguida, a peneira dos talentos e o encaminhamento para centros especializados, valendo salientar que a formação de um tenista excede o prazo de sete anos e, portanto, hoje não será possível "fabricar" um atleta para competir nas quadras cariocas em 2016. Com estruturas portentosas como legado dos investimentos bilionários dos Jogos Olímpicos, um passo crucial para o desenvolvimento do tênis brasileiro é atrair grandes investidores que patrocinarão a realização de grandes competições da Associação dos Tenistas Profissionais em território nacional. Não podemos mais depender do já aposentado Gustavo Kuerten para atrair tenistas entre os 30 melhores do ranking para o nosso único AT P na Costa do Sauípe. É preciso fazer com que as emissoras de televisão, rádio e outras mídias enxerguem o potencial do tênis na exposição de produtos empresariais para determinadas classes da sociedade, mas, para isso, é preciso que os anunciantes vejam em nossos atletas os valores esportivos necessários para reforçar suas marcas. E não há momento melhor do que as Olimpíadas para fazê-lo.
Além de todos os benefícios físicos que virão com os Jogos de 2016, um importante aspecto é o da autoestima de atletas e da população. Exceto por alguns esportistas diferenciados como Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, os jogadores brasileiros costumam carregar um certo complexo terceiro mundista, que se mostra bem claro em competições de grande porte. Com a bagagem de sediar o evento esportivo máximo, com a responsabilidade de representar seu País nos Jogos Olímpicos e com a obrigação e motivação de dar continuidade a todo esse processo, respectivamente, governo, atletas e população marcarão tempos de novas exigências e prioridades; o sonho de um tênis olímpico.
Artur Salles Lisboa de Oliveira