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Referência na arbitragem mundial, Carlos Bernardes revela bastidores do tênis e confessa tietagem a Tiger Woods

Árbitro brasileiro já apitou finais de Grand Slam, visitou centenas de países e contou como começou a despontar para carreira profissional


Carlos Bernardes é um dos árbitros mais respeitados do circuito masculino
A boa campanha de Thomaz Bellucci no Masters 1000 de Madri reacendeu a esperança de se ver um brasileiro novamente entre os melhores do mundo no tênis. O que passa despercebido para muitos é que o país tem, há alguns anos, um figurão no circuito.

Em 20 anos de carreira, árbritro paulista apitou jogos entre grandes estrelas, como Nadal (foto)
O árbitro Carlos Bernardes, aos 46 anos, está entre os principais juízes do planeta. Em seu currículo, o paulista de São Caetano do Sul pode se gabar de alguns feitos. Há 20 anos, ele já apitou três decisões de Grand Slam (duas de simples e uma de duplas) e inúmeras de outros torneios menores. Em seus passaportes, exibe dezenas de carimbos dos 60 países que visitou ao longo da carreira que quase teve outro.

Na década de 80, a chance de participar de uma edição da Fed Cup em São Paulo atraiu a atenção do então professor de tênis, Carlos Bernardes. Curioso que sempre foi, inscreveu-se para atuar como juiz de linha na competição. Dali em diante, já viajava pelo Brasil para participar de torneios. A "jornada dupla" foi sendo levada por alguns meses até que a então chefe de Bernardes, Cássia Lorenzini, deu-lhe um ultimato - ou seguia como professor ou que optasse por ser árbitro.

Até Djokovic deu trabalho para Bernardes ao longo dos anos
A escolha pela segunda opção se provou correta, apesar de que até atingir um certo nível e comandar jogos de primeira linha, alguns anos se passaram. Mas Bernardes está longe de se arrepender. Hoje, ele possui um gold badge (distintivo de ouro), que confere o nível mais alto ao árbitro. Segundo o paulista, há entre 15 de 20 juízes com a distinção máxima no circuito. "A ATP paga todas as despesas. Os torneios pagam outras, como alimentação e lavanderia", relatou.

Brasileiro admitiu que pediu autógrafo a Tiger Woods (foto) durante final do US Open
Como ocorre em qualquer esporte, há uma competição entre os árbitros. Mas Bernardes garante que se trata de uma disputa sadia. "Eu me dou bem com todos. Acho que depois de 20 anos, se não tivesse feito amizades, não estaria neste trabalho. Somos como uma segunda família para nós mesmos", afirmou o juiz, que atualmente mora em Bergamo, na Itália.

Quanto ao tema privacidade, Bernardes não acata muito ao ditado "juiz não é amigo de tenista". Para o paulista, exceções podem ser abertas quando necessário. "Pode acontecer de ir a um lugar jantar e alguns jogadores convidarem para se juntar a eles. Mas nada de combinar com ele de ir jantar".

Mas todo o comedimento não impede que o árbitro brasileiro realize atos de tietagem explícitos algumas vezes. Em uma de suas finais do US Open, Bernardes pediu um autógrafo de Tiger Woods em uma bolinha e foi atendido.

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ESPECIAL: Carlos Bernardes - Se há tempos o Brasil não tem um tenista top, ao menos temos alguns brasileiros representando o País nos mais importantes torneios. Nossos árbitros estão entre os melhores do mundo e um deles conseguiu algo "impossível": fazer a final de um Grand Slam   (Confira!)

Da redação

Publicado em 13 de Maio de 2011 às 13:46


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