A partida entre o argentino Juán Martin Del Potro e o espanhol Nicolas Almagro estava equilibrada. Um set para cada lado. Delpo 6-3 no primeiro e 6-3 Almagro no segundo set. No terceiro game do terceiro set, com o placar em 1-1 e Del Potro sacando o segundo serviço em 15-0, Almagro vê que não tem mais condições de jogo e abaixa a cabeça, sem nem perceber que o argentino havia sacado.
Tão logo percebe o drama do oponente, o argentino, sujeito tido por todos no circuito como um “cara acima da média”, passa por cima da rede e vai ao encontro de Almagro, que se deita no saibro francês e cai em prantos. Del Potro agacha perto do rival, fala palavras de incentivo, consola Almagro e, depois de mais ou menos dois minutos, ajuda o espanhol a levantar, juntamente com o médico e o fisioterapeuta.
Almagro então vai mancando até o seu lugar de descanso e ainda arremessa uma garrafa de água com raiva do ocorrido. Del Potro senta-se ao lado de Almagro e conversa com o espanhol por minutos, em uma cena que, assim como a do choro de Steve Johnson ontem, marcará esta edição do torneio parisiense. Del Potro e Almagro entraram na quadra como jogadores e saíram dela como protagonistas de uma das mais belas páginas da lendária história de Roland Garros.