Mudanças Já!

Navratilova aconselha partidas em melhor de três sets para os homens em Grand Slams

Norte-americana crê que atual sistema influencia em maior esforço por parte dos atletas e vem causando inúmeras lesões até entre os jogadores tops


Ron C Angle/TPL

Navratilova crê que hoje a velocidade do jogo e o excesso de força em quadra estão prejudicando o físico dos jogadores

Antes mesmo de começar o torneio de Wimbledon, onde foi constatado o maior de número de desistências em um só dia num Grand Slam na Era Aberta (desde 1968) - sete jogadores abandonaram seus jogos, na última quarta-feira, por causa de lesões -, a tcheca naturalizada americana Martina Navratilova havia alertado de como o tênis se tornou dependente do aspecto físico.

Em entrevista à Laureus.com, a dona de nove títulos individuais em Wimbledon afirmou: "as partidas estão se tornando tão desgastantes que acredito que um dia teremos jogos de três sets nos Grand Slams, caso contrário, teremos que tirar jogadores da quadra em maca".

A "alternativa" de poupar os jogadores deveria ocorrer por conta de vários deles terem se queixado de problemas físicos como foi o caso de Rafael Nadal, que ficou mais de sete meses afastado das quadras devido à lesão no joelho. O britânico Andy Murray abriu mão de Roland Garros em maio por causa das costas. E a temporada de quadras rápidas nem começou, essa que causa maiores danos ao corpo do atleta.

Para Navratilova, a velocidade do jogo e a maior lentidão dos pisos influenciaram em pontos mais longos, o que exige ainda mais dos atletas em relação ao passado.

Ron C Angle/TPL

Tsonga foi um dos sete jogadores que desistiram em um só dia em Wimbledon

"Em primeiro lugar, estamos jogando em superfícies duras a maior parte do ano e não no saibro. Nós jogávamos com madeira e fibra, agora ele jogam com metal ou algum tipo de raquete sintética. Eles treinam muito mais tempo e todos batem na bola com mais força, e têm que correr mais. E ainda, as quadras são mais lentas para que as trocas de bola durem mais tempo. E o corpo paga o preço por tudo isso", opinou a ex-líder do ranking da WTA.

"Você joga uma partida longa e leva meses para se recuperar, porque é como correr uma maratona em grande velocidade, mas algumas vezes é preciso jogar uma partida no dia seguinte ou dois dias depois", emendou Navratilova.

Por isso, até os homens deveriam adotar sistemas semelhantes aos das mulheres, como  os jogos em melhor de três sets também  nos Grand Slams. "Eu acredito que uma maneira de contornar o problema seria jogar partidas em melhor de três sets no masculino em Grand Slams."

E para aqueles que dizem que não pode-se alterar o formato histórico dos Grand Slams, ela tem uma resposta.

"Mudamos o sistema de pontuação que encurtou pelo menos alguns jogos. Não tínhamos tiebreaks até os anos 1970 no tênis, de maneira que estávamos acostumados a sets de 14, 12, 24, 22 games o tempo todo. Agora, imagine se não tivéssemos tiebreaks e jogássemos partidas de três em cinco sets...boa sorte! Portanto, sim, nós mudamos as regras do tênis e esta é outra regra que pode mudar", concluiu Navratilova, membro da Academia Laureus World Sports.  

ESPECIAL:A voz da experiência - Roland Garros não foi palco apenas da consagração dos mais jovens. O saibro parisiense reservou grandes surpresas daqueles que preferem a discrição de um bom "passatempo" para prolongar um pouco mais suas carreiras dentro do circuito  (Confira!)

Da redação

Publicado em 28 de Junho de 2013 às 12:49


Notícias