Que ele é meio doido poucos têm dúvidas. Que seu talento é proporcional à sua falta de equilíbrio poucos são capazes de duvidar. Nick Kyrgios é oito ou oitenta, ame-o ou deixe-o. Mas na madrugada dessa sexta-feira, o tenista australiano protagonizou uma de suas melhores exibições na carreira e mandou para casa simplesmente Novak Djokovic, número dois do mundo. A vitória por 2 sets a 0, com parciais de 7-6(9) e 7-5, tem ainda um detalhe curioso: Kyrgios é apenas o segundo jogador do circuito a vencer seu primeiro embate frente aos três tenistas dominantes dos últimos dez anos (Djoko, Federer e Nadal).
Com um wild card em Wimbledon 2014, nas oitavas de finais, o australiano fã do Boston Celtics venceu Rafael Nadal por 3-1 (7-6(5),5-7,7-6(5),6-3), despejando setenta winners em cima do espanhol. Já no saibro de Madrid, em 2015, foi o maestro Roger Federer que parou no jogo brutal de Kyrgios. Em uma partida com todos os sets sendo decididos no tie break (7-6(2), 6-7(5), 7-6(12)), o australiano mostrou tranquilidade para vencer a longa batalha.
Antes de Kyrgios, apenas seu compatriota Lleyton Hewitt havia conseguido tal proeza, com o senão de que Hewitt chegou ao circuito antes dos três notáveis, já possuindo uma carreira estabelecida quando venceu Djoko, Federer e Nadal. Nas semifinais de Acapulco, o “Crocokyrgios Dundee” vai jogar contra o norte-americano Sam Querrey, que venceu o nosso conhecido andarilho austríaco Dominic Thiem por 2 sets a 0, com parciais de 6-1 e 7-5.
Na outra semifinal em Acapulco, Rafael Nadal enfrentará o croata Marin Cilic. O Toro Miúra ainda não sabe o que é perder sets no torneio nas três partidas que disputou até agora (contra o alemão Mischa Zverev, o italiano Paolo Lorenzi e o japonês Yoshihito Nishiyoka). Já Marin Cilic venceu suas duas primeiras partidas em três sets (contra o ucraniano Alex Dolgopolov e contra o também croata Borna Coric). Nas quartas de finais, porém, Cilic nem precisou entrar em quadra, por conta da desistência do norte-americano Steve Johnson.