Esporte Limpo

Andy Murray se diz a favor de redução de premiações para maior rigidez no controle antidoping

Britânico cobra investimento rigoroso em testes do circuito e até se propõe a doar dinheiro para tal fim: "não quero ver escândalos no meu esporte"


O escândalo que envolveu Lance Armstrong, ex-ciclista que foi banido do esporte por confessar que se dopou em várias das suas conquistas na tradicional Volta da França, ainda repercute bastante. O tênis não fica longe desse cenário de declarações. Depois de Roger Federer e Novak Djokovic se pronunciarem, dizendo que o norte-americano havia manchado a reputação do esporte, foi a vez de Andy Murray soltar o verbo sobre o assunto e cobrar medidas mais severas.

Ron C Angle (TPL)
Andy Murray reconheceu que testes anti-doping precisam ser mais rígidos
Em entrevista na última segunda-feira quando confirmou sua presença no ATP 250 de Queen's, em junho, Murray disse que os testes antidoping devem evoluir para não serem mais sujeitos a trapaças. Até diminuir a premiação nos torneios vale, na opinião do escocês.

"É um dever dos governos e da ATP em investir parte do nosso dinheiro e garantir que os atletas sejam testados. E se isso significa reduzir a premiação para os jogadores, então devemos fazer", afirmou em entrevista à BBC.

"Não quero ver isso [escândalos de doping] acontecendo no meu esporte, porque seria terrível. Agora, toda semana há algo novo na mídia e isso é muito ruim para o esporte", comentou Murray.

Recentemente, o médico espanhol Eufemiano Fuentes, que enfrenta julgamento em Madri, admitiu que providenciava substâncias proibidas para atletas de vários esportes, incluindo tenistas. Mas ele responde no julgamento apenas pelo seu envolvimento com o ciclismo.

"É essencial que os nomes dos envolvidos nisso apareçam. Se a cada 100 tenistas ao menos um é dopado, então não somos um esporte limpo. Precisamos assegurar que todos estão competindo em alto nível de forma limpa", opinou Murray, número 3 do mundo.

Para o vice-campeão do Australian Open, mais testes de sangue, combinados com um passaporte biológico que monitora efeitos do doping, seriam a melhor tática para garantir um esporte limpo e que não acarretariam em um orçamento tão alto aos jogadores e às autoridades. 

"Para melhorar, a única maneira é investindo. Isso requer dinheiro, mas você poupa no longo prazo porque acho que mais pessoas gostariam de assistir ao esporte, ao invés de ficarem lendo sobre escândalos de doping", concluiu o britânico. 

A Federação Internacional de Tênis (ITF) realizou 131 testes de sangue em 2011 (ano do último dado disponível), além de 2.019 testes de urina. No entanto, o sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, reclamou recentemente que o número de testes de sangue caiu vertiginosamente no ano passado.

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Da Redação, Em São Paulo

Publicado em 5 de Fevereiro de 2013 às 09:12


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