Paulista acabou superado novamente por Filippo Volandri e lamentou recepção do público: "talvez as pessoas não valorizem nosso esporte", soltou
Matheus Martins Fontes, De São Paulo em 14 de Fevereiro de 2013 às 17:36
Desde o primeiro jogo no Ginásio do Ibirapuera, Thomaz Bellucci mostrou um tênis inseguro, apático e muito abaixo do que pode render. Nessa quinta-feira, o canhoto, principal esperança do país em título no Brasil Open, afirmou ter vivido um dos piores momentos em sua carreira ao sair vaiado de quadra após eliminação no Brasil Open para o italiano Filippo Volandri, exatamente seu algoz no ano passado.
Bellucci não conseguiu imprimir seu jogo diante de Volandri e recebeu até vaias do público |
"Nunca é fácil para mim em jogar dentro do Brasil. Da mesma maneira que minha família e meus amigos vêm para me ver, sempre tenho um friozinho na barriga. Sempre tento dar meu 100%, e, muitas vezes, a pressão é grande, não é fácil jogar, muitas vezes eu não consigo render no Brasil o que rendo lá fora. E tenho que saber lidar com isso, preciso ter mais maturidade, experiência para lidar melhor com esse tipo de situação", explicou o número 1 do Brasil.
Testemunha dos inúmeros erros não forçados do atleta de 25 anos, o público paulistano não perdoou o resultado inesperado e reprovou o comportamento de Bellucci por meio de vaias ao brasileiro, enquanto que Volandri era aplaudido. O fato foi lembrado na coletiva e o pupilo de Daniel Orsanic não escondeu a decepção, algo que o próprio confessou nunca ter passado na vida.
"É difícil que a torcida entenda que eu tenho dias ruins, que eu não durma bem, que talvez possa ter acontecido alguma coisa e não tenha mostrado um bom tênis. Acho que as pessoas querem ver um bom tênis e se isso não acontece, recebo críticas, as pessoas vaiam. Acho que só meu técnico, meu preparador físico, as pessoas que trabalham comigo sabem o quanto eu me dedico por esse esporte, as coisas que abro mão para estar na quadra. Para mim, é muito difícil sair de quadra vaiado dentro do meu país, acho que isso nunca aconteceu comigo nem fora do país. É uma coisa muito triste para mim, é difícil aceitar que as pessoas não valorizam o esforço em nosso esporte", concluiu o paulista natural de Tietê.
Agora, a torcida verde-amarela tem poucas chances de ver um representante nacional levantando a taça. João Souza, o Feijão, enfrentará logo mais o espanhol Rafael Nadal, principal favorito em simples. O Brasil foi campeão do Brasil Open em simples por duas vezes com Gustavo Kuerten, o Guga, em 2002 e 2004.
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ESPECIAL:Casa nova... E cheia - Mudança para São Paulo se mostrou benéfica para o Brasil Open, que teve excelente público desde as primeiras rodadas e ginásio cheio nos últimos três dias, mesmo sem um brasileiro na final de simples. A Revista TÊNIS selecionou as melhores fotos dos principais personagens (Confira!)