Dupla ideal

Dez qualidades que você deve buscar em um parceiro de treinos

Além dos aspectos técnicos, o físico e o psicológico também são essenciais


Existem várias características que transformam um companheiro de bate bolas em um bom, ótimo ou ideal parceiro de treino. Estas qualidades, muitas vezes, não estão nos drives, nos forehands e backhand, mas fora das quadras.

Quando pensar em um parceiro de treino, lembre-se que aspectos como físico, técnica e força mental são importantes, mas outras, como disposição, aplicação, comprometimento, simpatia e generosidade são tão ou mais importantes do que as virtudes ou qualidades técnicas e mecânicas.

Pensando nisso, criamos um pequeno guia de qualidades para um parceiro de treino ideal.

1. Empatia

O parceiro de treino poderá ser alguém com quem você irá conviver por bastante tempo, muitas horas e muitas situações. Este convívio e o próprio aproveitamento deste tempo serão muito mais agradáveis se você conseguir alguém com quem simpatize, uma pessoa agradável, educada e, principalmente, comprometida com a proposta de treinar.

2. Físico

Se um dos dois (ou mais) parceiros de treino tiverem um preparo físico muito abaixo, a duração, intensidade e frequência dos treinos podem se tornar desinteressantes para o outro, com excessos de intervalos, pausas, interrupções ou até dificultando a concentração da proposta prática do dia. A compatibilidade física é muito relevante e deve ser levada em consideração.

3. Disposição

Por mais que você e seu parceiro gostem de tênis, treinar ou praticar é desgastante e cansativo, aliás, estes são ou devem ser objetivos dos treinos como atividade física. A disposição e a pré-disposição em planejar ou seguir uma proposta de treino para enfrentar as prováveis adversidades e improvisar nas frequentes situações adversas podem ser as qualidades mais marcantes ao longo do tempo.

4. Seriedade

No aspecto seriedade, incluem-se os fatores assiduidade, pontualidade e responsabilidade, que estão associados ao respeito indispensável. O bom parceiro não deixa você “na mão”, mesmo quando está indisposto ou abaixo das condições ideais, chega no horário, demonstrando respeito ao parceiro e ao treino. Respeito – além do pessoal propriamente dito, com educação, cordialidade e cumprindo certas formalidades por mais íntimos que sejam – inclui a responsabilidade que engloba demais aspectos como o material de treino, os acessórios e os hábitos pessoais, estando bem disposto, alimentado adequadamente, bem descansado, com duas ou mais raquetes encordoadas e em boas condições, com a vestimenta adequada completa, bolinhas etc.


5. Técnica

Entramos agora na parte mecânica do jogo. O parceiro deve dominar uma boa técnica para que as sessões de treino não fiquem muito limitadas, possam ter variações e opções de exercícios, conseguindo dominar a velocidade da bola, a direção, profundidade, altura e os efeitos mesmo em movimento, ter bom saque e voleios. Com essas qualidades, seu parceiro proporcionará uma adaptação ergonômica diária mais fácil e prazerosa. O mesmo acontece com o aquecimento propriamente dito, que permitirá muitas variações nas sessões de treino, como os dois trocando voleios, prática de slices, saques e devoluções, movimentação etc.

6. Controle ou regularidade

Quando se fala em controle e regularidade, estão automaticamente implícitos aspectos como técnica, físico e emocional. Ter controle e regularidade, muitas vezes, é apenas um hábito a se adquirir por ser desgastante física e mentalmente. Se você tem como objetivo reduzir seus erros não forçados, ser mais regular e consistente, nada melhor do que escolher um “paredão” como parceiro.

7. Ritmo

Ritmo aborda vários temas ligados à potência e aceleração da bola. Sabe-se que algumas pessoas têm maior facilidade do que outras nesse quesito, principalmente por características genéticas, mas que um determinado grupo pode, sim, atingir resultados satisfatórios. Treinar o ritmo significa praticar também intervalos diferentes na movimentação, cobertura da quadra e reposicionamento para o próximo golpe. Para isso, nada melhor do que conseguir um parceiro com um bom “poder de fogo” ou com uma bola bem rápida, que lhe obrigue a se mover mais rapidamente e acelerar o braço para manter a bola no ponto ideal de batida.

8. Mental

Quando nos referimos aqui ao mental do parceiro, consideramos os aspectos do jogo em si, as decisões de jogadas, a estratégia usada no jogo, nos sets, nos games e nos pontos, a escolha dos golpes etc. Como estamos atribuindo qualidades ao parceiro e não ao treinamento, um parceiro com o mental forte é aquele que possui uma boa estratégia de jogo, variada com um ótimo controle emocional, o qual consiga ficar focado nos treinos e jogos por longos períodos e que jogue com boa intensidade e boas atitudes nos jogos-treino, tanto estando na frente quanto atrás no placar.

9. Cooperativo

Mesmo nas sessões de jogos “abertos” ou disputas de sets, o empenho do parceiro é a cooperação com a qualidade do treino ou jogo. Sob este ponto de vista, todos os treinos são cooperativos, porém, aqui nos referimos a um parceiro capaz de compreender, “topar” e se empenhar em cada treino mesmo quando aquela sessão for mais importante para você do que para ele. Ele precisa aceitar a proposta ou o tipo de trabalho e empenhar-se para obter o resultado desejado.

10. Generosidade

A generosidade é uma qualidade que abrange todos os aspectos do jogo e da vida, de dentro e fora das quadras. Nos treinos, o parceiro generoso é aquele que treina e contribui conscientemente para a evolução do outro, que compartilha suas qualidades, entende que se o parceiro melhora, as sessões de treino serão melhores e, por isso, ambos terão maior proveito e satisfação.

Conclusão

Todas estas qualidades podem e devem ser encontradas em uma pessoa, mas certamente não será uma busca fácil. Vale lembrar que mesmo encontrando a “mosca branca”, se você realmente está decidido a melhorar, treinar e jogar com pessoas de diferentes características será fundamental, principalmente jogadores contra os quais você também ganhe as partidas.

Essas observações devem ajudá-lo a mudar um pouco alguns conceitos como, por exemplo, o de treinar somente com tenistas melhores, principalmente porque o “melhor” é subjetivo e só fica estabelecido quando há desnível técnico, físico ou mental, que tornam o treino desinteressante para os dois lados – a menos que um esteja sendo pago para o treino, como professor ou “sparring” (rebatedor), mas isso não é “parceiro”.

Lembre-se, treinar com parceiros que você possa experimentar jogadas, golpes, táticas e vencer para adquirir confiança será tão importante quanto treinar com parceiros “melhores”, principalmente para crianças.

Finalmente, o lugar para encontrar os melhores parceiros de treino é dentro de você mesmo. Seja simpático, pontual, humilde, bondoso, generoso, aplicado, comprometido e inteligente e todos os parceiros serão, no mínimo, bons. Tire o melhor proveito de todos os treinos e, para os mais fortes e mais fracos, seja você o “parceiro ideal”.

Carlos Omaki

Publicado em 7 de Abril de 2016 às 17:30


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