Nadal nega ser mais agressivo após lesão no joelho: "sou o que sou com meu estilo"

Espanhol tem confiança em retornar ao melhor de sua forma física nesse ano e que um dos objetivos a longo prazo seria jogar Olimpíada do Rio/2016

Matheus Martins Fontes, De São Paulo em 12 de Fevereiro de 2013 às 18:19

Quando venceu Roland Garros pela primeira vez em 2005 e apareceu, de vez, para o circuito profissional, Rafael Nadal impressionava pela velocidade em quadra, mesmo sem ainda seus músculos avantajados, fruto de um preparo físico invejável e que não foi igualado por ninguém no circuito nos anos posteriores. Mas, mesmo assim, os especialistas cismavam que o jogo do espanhol era defensivo demais e baseado "apenas" na regularidade de fazer o adversário errar.

Nadal disse que vai seguir trabalhando para evoluir seu nível, mas que dificilmente mudará suas características
Porém, em 2008, quando venceu pela primeira vez o torneio de Wimbledon batendo exatamente Roger Federer, seu maior adversário no circuito, Nadal roubava a coroa de "rei" também na grama, superfície mais rápida do tênis. Os troféus no Australian Open de 2009 e US Open 2010, ambos em quadra dura, só aumentaram a capacidade do "Touro Miúra" de se adaptar a quaisquer condições dentro de uma quadra.

Agora, Rafa vive uma nova realidade. Sete meses afastado das competições por conta de uma lesão grave no joelho esquerdo, o número 5 do ranking admite sentir dores ainda quando faz um treino puxado ou mesmo numa partida oficial, como aconteceu na semana passada em Viña del Mar, onde foi vice-campeão em simples e duplas.

Quando foi questionado a respeito de que a contusão poderia fazê-lo alterar suas características no sentido de encurtar mais os pontos, Nadal confessou que dificilmente poderá mudar seu estilo de jogo aos 26 anos. "Desgraçadamente não sou tão bom a ponto de reprogramar meu estilo", definiu o humilde espanhol em entrevista coletiva nessa terça-feira.

"Sou o que sou com meu estilo. Posso fazer adaptações pequenas, mas mudar de forma drástica é impossível. Melhorar para ter melhor serviço, melhor direita, para jogar agressivo. Tudo isso se pode tentar e tentei em toda a minha carreira, por isso tive bons resultados tanto na grama quanto na quadra dura. Se fisicamente for possível, se houver tempo para melhorar, tenho vontade de seguir melhorando. Espero melhorar meu estilo de jogo para prolongar minha carreira", deseja Nadal.

O fato de ter parado após Wimbledon, em junho do ano passado, para se recuperar totalmente do problema físico rendeu a Nadal uma perda importante em seu calendário para o restante de 2012 - as Olimpíadas de Londres, em que defenderia o título em simples. Dessa forma, os Jogos do Rio de Janeiro em 2016 se tornam certa prioridade para os planos do atleta no futuro.

"Tenho confiança de que vou voltar igual como antes fisicamente e seguir competindo a 100% por muitos anos. A longo prazo, quero chegar às Olimpíadas de 2016. Não poder jogar em 2012 me deixou uma necessidade, certo desejo de superar isso, e Rio 2016 é um objetivo a prazo muito longo, mas muito real", concluiu o dono de 11 títulos de Grand Slam.

Em São Paulo desde ontem, Nadal fará sua estreia nas duplas logo mais ao lado de David Nalbandian. Em simples, o espanhol só vai estrear na quinta-feira diante do vencedor do jogo entre o compatriota Ruben Ramirez Hidalgo e o brasileiro João Souza, o Feijão.

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