Caloura em WTAs, Paula Gonçalves enfatiza luta e crê que Teliana pode dar impulso no tênis feminino do Brasil

Paulista fez jogo duro contra rival top 100, mas lamentou parada e mudança de local por conta de superaquecimento da quadra central em Floripa

Matheus Martins Fontes, Direto De Florianópolis em 24 de Fevereiro de 2013 às 16:32

No final de 2012, a paulista Paula Gonçalves conseguia o maior título de sua carreira ao faturar o ITF de Santiago, no Chile. O torneio, com premiação de US$25 mil, é modesto se comparado com os maiores do circuito feminino, porém a jogadora de 22 anos soube, enfim, como é disputar um evento grande nesse domingo e, humildemente, lembrou que o caminho para chegar à chave principal do WTA de Florianópolis começou na bela campanha em terras chilenas.

Paula Gonçalves fez um jogo equilibrado diante de Cepelova, mas acabou dando adeus ao WTA de Floripa
Depois dali, Paula não havia jogado nenhuma competição individual no circuito WTA, mas defendeu o Brasil na Fed Cup em Medellín, onde mostrou um grande desempenho logo em sua primeira participação no grupo titular. A atleta treinada por Carlos Alberto Kirmayr saiu dos quatro confrontos (contra Chile, México, Paraguai e Canadá) invicta e a recompensa veio com um convite para disputar o quadro principal na capital catarinense.

Diante da eslovaca Jana Cepelova, 95ª do ranking, Paula, 245 posições atrás na tabela, fez um jogo parelho e comandou o primeiro set por 3/0 com duas quebras. Porém, quando o placar anotava 4/4, a organização resolveu parar o confronto e transferi-lo para a quadra 1 (o duelo foi marcado previamente para a quadra central) já que as altas temperaturas em Floripa - que passavam de 30ºC - provocaram um superaquecimento no piso da quadra principal. Dessa forma, a arena foi resguardada para os jogos dessa segunda-feira.

Quando o confronto teve continuação, Paula levou a disputa para o tiebreak, mas um mau começo foi o bastante para definir a parcial para Cepelova e o jogo desandou para o outro lado. "Comecei muito bem o jogo. De fato, eu estava um pouco nervosa, um pouco ansiosa, por ser minha primeira participação de uma chave de WTA. Mas eu comecei muito bem. Fiz 3 a 0 e tive a chance de abrir 4 a 0, que poderia ser diferente", contou a atual 340ª do ranking.

Paula diz que Teliana Pereira (foto) ajuda o Brasil ter uma referência para o feminino
Para Paula, a parada e a consequente alteração de local não foram boas, já que mantinha a adversária sob pressão. "A parada não foi boa. Eu estava num bom momento, apesar de ela estar crescendo, estava me sentindo bem na quadra. Estava quente. E, depois, eu entrei um pouco tensa de novo, cometi mais erros que ela não estava cometendo. De repente, ela cresceu mais no jogo, começou a errar menos. No segundo set, ela começou a soltar mais o braço, foi ficando mais confiante. Mas, em momento algum, eu achei que o jogo estivesse perdido. Fui até o fim", emendou a brasileira, que jogará a chave de duplas com a compatriota Laura Pigossi.

Agora, o Brasil tem mais três representantes para torcer em Floripa - Nanda Alves, Beatriz Haddad Maia e Teliana Pereira, essa última número 1 do País e que chegou à semifinal do WTA de Bogotá na última semana, algo que a própria Paula enfatizou como uma espécie de motivador para as outras garotas brasileiras.

"Nós, brasileiras, precisamos ter uma referência igual no masculino, que é o Thomaz [Bellucci]. Mas no feminino a gente acaba não tendo nenhuma. Então, ter a Teliana é motivante, puxa todas as meninas e é fantástico. Estou muito feliz por ela, pelo resultado dela e espero que isso ajude a mim e a todas as meninas a melhorarem", concluiu.

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