Bia confessa atendimento para esfriar rival e vê evolução mesmo com revés em Floripa: "saio de cabeça erguida"

Paulistana sentiu dores na perna nessa 4ª, parou jogo no set final, mas não evitou eliminação. Análise pós-jogo foi positiva: "aprendi muito na semana"

Matheus Martins Fontes, Direto De Florianópolis em 27 de Fevereiro de 2013 às 17:45

O começo foi animador e a jovem Beatriz Haddad Maia parecia que prolongaria ainda mais sua campanha histórica no WTA de Florianópolis. Após um primeiro set arrasador, a torcida catarinense já aguardava por uma vaga brasileira nas quartas de final, porém a húngara Melinda Czink provou sua vaga de top 100, ocupa exatamente o 100º posto, e derrotou a última brasileira na chave por 2 sets a 1, com parciais de 1/6, 6/2 e 7/6(3), em mais de 2h de partida.

Bia Haddad lutou por mais de duas horas, mas não evitou derrota em Florianópolis
Bia, de apenas 16 anos, jogou a chave principal de um evento WTA pela primeira vez na carreira e havia derrotado na estreia a americana Chieh-Yu Hsu em dois sets. Essa vitória a garante uma ascensão significativa no ranking da próxima semana, em que subirá de sua atual 634ª posição para dentro do grupo das 500 melhores da entidade.

No jogo dessa 4ª, Bia começou tomando o controle das ações e não deixou a adversária, mais de 500 colocações acima na classificação da entidade, respirar, fechando a primeira parcial por 6/1. Porém, na segunda, a paulistana viu a reação de Czink, que parou de errar e mostrou toda a experiência de quem já tem 30 anos de idade. Contando com os erros da brasileira, a húngara levou a definição para o set final com o 6/2 no segundo set.

No terceiro, Bia sofreu com dores na perna desde o início da parcial. Em diversas vezes, a loira de 1,84m alongou, reclamou e até chamou o técnico Larri Passos para a orientar em quadra em um intervalo de games (regra permitida no tênis feminino). Com 4/5 no placar e vendo a rival servir para se classificar às quartas de final, a brasileira saiu da quadra para ser atendida pelo fisioterapeuta.

A parada serviu para ajudar Bia, que contou com a perda de concentração de Czink para virar o placar em 6/5. No 12º game, a brasileira chegou a ter três match points, mas não conseguiu confirmar a quebra e viu sua vaga escapar por pouco no tie-break.

Em entrevista coletiva pós-jogo, Bia lamentou as chances perdidas na partida, mesmo que o saldo, na sua breve análise, tenha sido positivo ao longo da semana.

Jovem de 16 anos perdeu três match points e levou virada nessa quarta-feira
"Hoje eu entrei sabendo que eu ia ter que defender muito bem, que eu tinha que impôr o meu jogo a todo momento. Eu comecei muito bem no 1º set, perfeita praticamente. No 2º, ela mudou um pouco do jogo. Ela veio para cima e eu fiquei um pouco passiva. No 3º, eu tive chances, tive 6/5 e três match points, mas aí ela teve coragem e foi agressiva. Ela jogou bem, soube lidar com a situação. Ela é muito mais experiente do que eu. Mas tanto ontem quanto hoje eu saio da quadra de cabeça erguida, muito feliz com a semana. Aprendi muito nessa semana", relatou Bia.

A paulistana ainda confessou que as dores na perna já lhe acusavam desde ontem e que o atendimento pedido no momento crucial do terceiro set foi pensado de forma estratégica.

"Desde ontem eu estou bem dolorida nas pernas pela tensão do jogo e do momento. Eu acordei hoje com uma dor na perna. Mas é claro que eu escolhi um momento para chamar (o atendimento). Eu esperei o momento certo e acho que deu certo. Eu consegui virar para 6/5. Ela deu uma dispersada e me deu alguns pontos de graça, mas eu não consegui matar o jogo", lamentou a comandada de Larri Passos.

Nessa quinta-feira, Czink enfrentará a francesa Kristina Mladenovic, 58ª do mundo e cabeça de chave 7, que passou pela alemã Tatjana Malek, algoz de Teliana Pereira na primeira rodada, por tranquilos 6/2 e 6/1. Já Bia também se despediu na chave de duplas com Carla Forte - as duas brasileiras perderam diante das alemãs Krtistina Barrois e Malek por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/2.

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