Árbitro de tênis e amante de futebol, Carlos Bernardes vira referência e ídolo na rival Argentina

Renomado juiz brasileiro vive dias de estrela no ATP de Buenos Aires, dando autógrafos e revelando simpatia ao "indigesto" jornal Olé

Da redação em 18 de Fevereiro de 2011 às 13:28

Brasileiro Carlos Bernardes é um dos juízes mais respeitados do circuito da ATP
Brasil e Argentina sempre formaram uma das maiores rivalidades da história do futebol. Cinco títulos para o samba de cá, três para o tango de lá. No tênis, Guillermo Vilas despontou como um dos grandes gênios do tênis sulamericano com quatro Grand Slams e a vice-liderança para o currículo da competente escola argentina.

Guga conquistou tradicional torneio de Buenos Aires em 2001
Mesmo com a gritante diferença na estrutura e na cultura tenística entre brasileiros e argentinos, as duas nações rivais viram nascer um verdadeiro fenômeno em 1997. Com Gustavo Kuerten, o Brasil colocou seu nome no esporte décadas depois do grande sucesso de Maria Esther Bueno. O catarinense encantou o mundo com seus três títulos em Roland Garros e a liderança do tênis por quase um ano, além de seu carisma característico pouco visto em um circuito recheado de jogadores frios. E na fria e, ao mesmo tempo, quente Argentina, o "manézinho da ilha" escreveu seu nome no saibro do tradicional Buenos Aires Lawn Tennis Club com a conquista do torneio em 2001.

Juiz brasileiro implanta respeito dentro de quadra, inclusive com líder Rafael Nadal
Dez anos depois, o tradicional evento continua mostrando seu charme e, mesmo com a aposentadoria de Guga, outro brasuca faz sucesso (às vezes nem tão reconhecido) nos bastidores. O experiente árbitro Carlos Bernardes se surpreende com o tamanho do assédio dos fãs locais. "Chego a dar tantos autógrafos como o Nalbandian. É realmente incrível", admitiu o paulista de 45 anos em entrevista ao tradicional jornal Olé.

Acostumado a estar nos grandes eventos do circuito e até protagonizar finais de Grand Slam, Bernardes teve que ocupar o lugar de destaque no tênis para o Brasil, logo após a retirada de Guga das quadras. E o reconhecimento é um presente para o árbitro, considerado um verdadeiro ídolo no país vizinho. "É impressionante. Outro dia, fui cumprimentado por um motorista de taxi! Venho a este torneio desde 1994", afirmou o brasileiro, que está trabalhando na atual edição do evento argentino.

Mesmo admitindo não ter "desafetos", Bernardes revelou trabalho com italiano Fognini
Nesta semana, Bernardes confessa que sofreu com o temperamento do italiano Fabio Fognini em partida contra Albert Montañes, porém nega que haja algum desafeto no circuito em todos esses anos. "Acontecem algumas coisas, mas não há jogadores difíceis, há situações difíceis em geral", contou um dos árbitros de grau máximo da ATP.

Fora das quadras, como todo bom brasileiro, Bernardes é um bom fã do futebol nacional. Palmeirense de coração, o juiz foi questionado sobre a recente aposentadoria do craque Ronaldo, que teve uma boa passagem pelo rival Corinthians. "É uma pena, me dói ver um ídolo como ele parar. E também pelas circunstâncias que ele parou, com a torcida do Corinthians quebrando as janelas de automóveis pelo time não ter classificado na Libertadores. Como jogador, Ronaldo não pode ser reprovado em nada, mesmo gordo como estava, era simplesmente um figura", declarou.

Ao lado do árbitro de cadeira argentino Damiar Steiner, Bernardes pode trazer um pouco da rivalidade do futebol sulamericano para o esporte que ama. E o brasileiro revela que, nos últimos anos, o futebol nacional está revelando algumas marcas do nossos hermanos, que digam os fãs de estrangeiros que se destacam no país. "Digo que, cada vez mais, nós, brasileiros, tratamos de copiar as características dos jogadores argentinos. Em especial, a garra. Por isso, no Brasil, há ídolos como Tevez, D'Alessandro, Conca... E cada vez mais, é comum ver meninos brasileiros com camisetas de Messi", concluiu o árbitro de cadeira, natural de São Caetano do Sul.

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ESPECIAL:Carlos Bernardes - Se há tempos o Brasil não tem um tenista top, ao menos temos alguns brasileiros representando o País nos mais importantes torneios. Nossos árbitros estão entre os melhores do mundo e um deles conseguiu algo "impossível": fazer a final de um Grand Slam   (Confira!)

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