Após 10 anos do tri, ex-campeões de Roland Garros rasgam elogios a Guga

Eterno freguês em Paris, Kafelnikov se junta a Moyá e Andrés Gomez no "rasgar de seda" ao catarinense

Da redação em 10 de Junho de 2011 às 12:06

Há 10 anos, Guga reinava pela terceira vez em Paris e entrava para a história do tênis mundial
A dimensão dos feitos de Gustavo Kuerten em Roland Garrose seu carisma podem ser medidos pela maneira como o russo Yevgeny Kafelnikov e o espanhol Carlos Moyá, dois ex-líderes do ranking mundial e campeões do Grand Slam francês, reverenciam o brasileiro. Assim como o equatoriano Andrés Gomez.

Russo Kafelnikov se transformou em "talismã" para Guga em todas as edições que o brasileiro reinou na França
"O Guga é uma pessoa fantástica. Desde que ele entrou no circuito, tivemos algumas grandes batalhas na nossa carreira. Eu não posso dizer nada além de boas palavras sobre o Guga. Ele foi um grande competidor e uma grande pessoa dentro e fora da quadra", disse Kafelnikov na etapa de São Paulo do Circuito de Veteranos da ATP.

Em duplas, o russo conquistou as edições de 1996, 1997 e 2002 de Roland Garros. Em simples, foi campeão em 1996, um ano antes do primeiro título de Guga. Ele acumulou mais de US$ 23 milhões em prêmios durante a carreira e assumiu a liderança do ranking mundial em 1999.

Yevgeny Kafelnikov é um dos adversários mais significativos do brasileiro. Ele eliminou o russo no caminho para seus quatro mais importantes títulos: Roland Garros em 1997, 2000 e 2001, além da Masters Cup em 2000. Na edição de 2010 da Semana Guga Kuerten, ambos se encontraram novamente para uma exibição.

Dez anos depois do último encontro com o brasileiro em Roland Garros, o russo ainda se recorda do embate. "Eu me lembro bem. Como de costume, o Guga jogou muito bem naquela edição de Roland Garros e ganhou de mim nas quartas de final", disse. Em 12 jogos contra Kafelnikov, o brasileiro venceu sete.

Espanhol Moyá era grande amigo de Guga e elogiou feito histórico de catarinense em Roland Garros
Um dos poucos que conseguiu quebrar a hegemonia de Guga na França entre 1997 e 2001 foi o espanhol Carlos Moyá. Ele venceu a edição de 1998 de Roland Garros e, no ano seguinte, assumiu a liderança do ranking mundial. No total, faturou 20 títulos de simples. "O Guga foi muito importante para o tênis e tenho muitas lembranças dos jogos contra ele. Eu consegui ganhar algumas vezes, mas ele venceu a maioria. Ele foi revolucionário para o tênis na América Latina e uma pessoa muito importante por seu carisma", disse o espanhol, que perdeu cinco de oito partidas contra o brasileiro.

No Masters 1.000 de Madri, Moyá teve a chance de ver Thomaz Bellucci em ação. Em sua melhor campanha em torneios do nível, o brasileiro treinado por Larri Passos, ex-técnico de Guga, venceu o escocês Andy Murray e o checo Tomas Berdych, dois top 10, antes de cair diante do sérvio Novak Djokovic na semifinal.

Na atualidade, Bellucci aparece como o grande nome do tênis nacional
"Se ele mantiver essa consistência, pode chegar muito longe, ele tem jogo para isso. A potência dos golpes dele me impressionou. Saca bem e é canhoto", afirmou o espanhol, que destacou o atual técnico de Bellucci. "O Larri tem a experiência de já ter levado um jogador ao topo e isso é importante", disse.

Gustavo Kuerten e Andrés Gomez são os únicos tenistas da América do Sul e não argentinos que já conquistaram títulos de Grand Slam em simples. O equatoriano, campeão de Roland Garros em 1990, foi top 10 em simples e liderou o ranking de duplas, categoria na qual faturou o Aberto da França em 1988 e o Aberto dos Estados Unidos em 1986.

Gomez e Guga foram um dos poucos sulamericanos a vencer um Grand Slam nas simples

"O tênis cresceu na América do Sul depois que o Guga ganhou Roland Garros, principalmente em nível social. O esporte tornou-se muito mais popular, abriu muitas oportunidades para jogadores de diferentes classes sociais. Existem muito mais quadras agora e isso é bom", afirmou Gomez.

Na opinião de Gomez, Bellucci tem potencial para jogar melhor como canhoto
O equatoriano trabalha com o desenvolvimento do tênis em seu país. Desta forma, teve a chance de observar Thomaz Bellucciem início de carreira. O desempenho do brasileiro, campeão dos ATP 250 de Gstaad em 2009 e Santiago em 2010, que já foi o 21º do mundo, não é surpresa para o ex-jogador.

"Eu gosto muito dele. Conheço bem o Bellucci, porque ele jogou ainda como juvenil no Equador. Nessa época, eu já percebi que era um jogador com muito talento, mas tem que aprender mais a jogar como canhoto. Ele tem apenas 23 anos e está ganhando experiência", afirmou Gomez, também canhoto.

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