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Nadal ao lado da mãe em lançamento das exibições contra Federer; em casa, Ana Maria afirma que filho não é número um |
Realmente não é fácil ser mãe de um líder do ranking mundial. Por mais que as alegrias das vitórias, dos títulos, dos recordes possam compensar uma parte do preço da ausência de seu protegido, a outra e maior parcela de sentimento é de saudades de pouco ver o filho, tão exigido ao longo do ano fora de seus domínios. Um exemplo disso é Ana Maria Pareras, progenitora do jogador a ser batido na atualidade.
Em entrevista ao diário espanhol Marca, às vésperas do confronto de seu filho Rafael Nadal diante do suíço Roger Federer, a mãe do 'Touro Miúra' contou um pouco das experiências pela quais passou na vida ao lado de sua família. Atualmente no comando da Fundação Rafael Nadal, uma instituição que trabalha com jovens com deficiência mental e crianças excluídas da sociedade, Ana Maria disse que o duelo da próxima quarta-feira na Caja Mágica será o mais importante no seu comando da Fundação. "Estou muito feliz com estes jogos, pois será o primeiro ato público que a Fundação organiza. O resultado deste jogo será o de menos. De início, não pensavamos que teria tanta magnitude, mas foi impressionante", afirmou a espanhola, que também demonstrou satisfação pelo grande rival de seu filho abraçar a importante causa social.
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"Nunca exigi nada dele. Apenas lhe disse que os estudos vinham em primeiro lugar sempre!", dizia a supermamãe de Rafa |
Em tom baixo, típico de uma mulher que raramente aparece nas partidas do filho e que não gosta de estar no centro das atenções da mídia, 'mamãe
Nadal' sempre procurou agir discretamente nos bastidores e passar o máximo de tranquilidade ao filho em relação aos problemas da instituição. "Sempre fui uma pessoa discreta e só queria me focar no trabalho da Fundação. Não gosto de ir aos torneios, assistir às partidas do
Rafa, não quero muito entrar no seu mundo. Já tenho o suficiente dele pra mim". Além disso, uma de suas principais qualidades, em sua opinião, foi nunca pressionar o filho a jogar tênis, a cobrar resultados. Apenas admitiu que o único desejo dela era que
Nadal nunca largasse os estudos que, para ela, eram o mais importante na vida. "Nunca exigi nada dele (
Nadal). Alguns exemplos foram quando ele teria que jogar os torneios juvenis de
Roland Garros e
Wimbledon. Simplesmente não foi, porque eu lhe disse que os estudos vinham em primeiro lugar. Porque nunca se sabe se este vai ser o seu futuro. Eu já vi tantos desastres neste mundo, pais que não conseguem o que querem para seus filhos e, ainda por cima, os pressionam", declarou.
Orgulhosa de ter um filho que raramente dá motivos de preocupação, ela agradeceu ao tio de Nadal, Toni, pela formação profissional, que ajudou e muito a moldar o caráter do jogador, que foi primeiramente educado em sua residência. "Agradeço a Deus, pois tenho dois filhos que nunca me deram trabalho. Porém, em minha casa, não se fala muito de tênis, porque quero deixar meu filho tranquilo todas as vezes em que vem para casa. Procuramos falar de outras coisas", afirmou Ana, que também tem uma filha de 19 anos, que está na faculdade.
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Número um do mundo no tênis, Nadal é "franco-atirador" quando chega em casa |
Mas, se
Nadal está acostumado a entrar em quadra como um verdadeiro líder, em casa, a situação se inverte. A mãe parece não se importar nem um pouco com o "ranking" do filho e mostra quem dá as regras do jogo dentro das quatro paredes. "Em casa, ele não é número um. Quando está comigo, eu o mando para o supermercado, para recolher o lixo. Aqui não está mais a sua tia. Só não peço para ele fazer mais porque é muito bagunçeiro e atrapalhado", contou a mãe de
Nadal, que confessou apenas uma situação em que o filho é 'responsável' com seus pertences. "Ele só não é bagunçeiro com seus trofeus, que ele deixa em uma sala separada. No seu quarto, tem muitos bichos de pelúcia. Ele gosta muito, e depois que ganhou o
US Open, um amigo lhe deu de presente uma girafa impressionante. Quando a vi, pensei: 'Eu te mato'. E lá está ela, com todos os seus trofeus", completou Ana Maria.
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Nos momentos de saque, Nadal não parava com seu tique curioso, o que ocasionou cartas interessantes dos fãs a respeito |
A cada partida do filho campeão, a mãe comemora primeiramente a ausência das traumáticas lesões que o espanhol é obrigado a conviver ao longo de sua carreira. Depois, cada resultado positivo é motivo para um choro, uma comemoração exaltada, apesar do esforço em se controlar. E, finalmente, o orgulho vem à tona quando é a primeira a receber as cartas e os presentes dos milhares de fãs do espanhol ao redor do mundo. E, curiosamente (ou não), a mamãe
Nadal revelou que seu filho "recebe muitas cuecas novas" em alusão a um tique nervoso de puxá-las antes do saque. Ela avisa que os torcedores as enviam por não gostarem das utilizadas nos jogos de
Nadal. "Esse é o único tique nervoso que ele tem ao longo da vida, por toda vez que fica nervoso... Uma vez, um fã enviou uma carta dizendo que havia comprado umas quatro de tamanho maior! Acho que ele tem as nádegas maiores do que as cuecas que usa", brincou a supermamãe de
Rafa.
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