Vitória histórica de Li em Roland Garros retoma orgulho chinês e bate recorde de audiência no país

Aos 29 anos, Li se tornou a primeira asiática a conquistar título de Grand Slam nas simples

Menos de 20 anos depois de se ter estreado num torneio Grand Slam, o tênis chinês entrou em uma nova fase com a vitória histórica de Na Li em Roland Garros, a primeira asiática a conquistar um dos quatro maiores torneios do circuito mundial em simples.

Li surpreendeu no saibro de Roland Garros e garantiu ascensão no ranking da WTA

Assim como no Brasil, o tênis na China é visto ainda como um esporte de elite e, em termos de popularidade, continua muito aquém do futebol, do basquete e do tênis de mesa, mas, segundo a diretora da federação chinesa da modalidade, Sun Jinfang, o triunfo de Li em Paris "terá um grande impacto e inspirará mais jovens".

Stacey Allaster, principal nome da WTA, enfatizou a repercussão do título da carismática chinesa. "A proeza de Na Li abriu um novo espaço para os profissionais chineses e captou os corações, não apenas no seu país mas no mundo inteiro", declarou.

A final de Roland Garros, transmitida ao vivo pela CCTV (Televisão Central da China), proporcionou ao público chinês a maior alegria desportiva desde os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Apoiada por quase 1,5 bilhão de pessoas, Li derrotou a italiana Francesca Schiavone em sets diretos. "Na Li carregou o peso de um continente e as esperanças de toda a nação", disse um apresentador de televisão.

Título de Li levou milhões de chineses à frente da TV no último fim de semana

Os comentários na Internet foram ainda mais inflamados. "Estou orgulhoso da China e orgulhoso por ser chinês", escreveu um internauta após o triunfo acerca da carreira de Li. No último domingo, em um popular website do país, "havia mais de cinco milhões de pessoas a falar sobre Na Li" e "mais de dois milhões registaram-se como seus fãs", afirmou o jornal China Daily.

Além de Li (foto), China tem mais três mulheres no top100 do tênis

A primeira tenista chinesa a disputar um torneio Grand Slam foi Li Fang, que participou do Australian Open, em 1992. Nesta altura, Li tinha 10 anos de idade. Profissional desde 1999, ela ocupa agora o 4º lugar do ranking e o país conta ainda com Shuai Peng, Shuai Zhang e Jie Zheng no top100.

Entre os homens, pelo contrário, o melhor classificado, Bai Yan, está apenas em 364º lugar. "Eles são todos jogadores muito bons. Falta-lhes apenas confiança neles próprios", disse Li, em entrevista publicada hoje em Pequim.

Segundo estimativas difundidas na imprensa chinesa, 13 a 14 milhões de chineses praticam tênis regularmente - é metade dos Estados Unidos, que tem um quarto da população da China, mas em 1988, o ano em que a modalidade regressou aos Jogos Olímpicos, o número era de apenas um milhão.

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