"Não queria assistir ao Australian Open pela TV", declara a teimosa Radwanska

Radwanska precisou salvar match-points nas oitavas contra chinesa

Nem o mais otimista torcedor da polonesa Agnieszka Radwanska arriscaria em uma campanha tão surpreendente como esta que a jogadora de 21 anos vem fazendo nas quadras de Melbourne. Considerada uma incógnita para o torneio até um dia antes do sorteio das chaves, a atleta não tinha certeza das condições do seu pé direito, operado em outubro do ano passado, mas optou por participar do primeiro Grand Slam da temporada.

Radwanska se desculpa com boleiro após bolada durante jogo diante de Peng

Na estreia, uma tarefa complicada para quem não jogava uma partida há mais de quatro meses. A quarentona Kimiko Date Krumm entrava no caminho de Radwanska, que seria marcado por grandes batalhas. Já no primeiro jogo, um lance inusitado fará parte na galeria dos momentos mais curiosos do evento, quando a polonesa ficou apenas com o cabo da raquete na mão ao rebater uma bola. (Confira o lance!) A partida também reservou a primeira virada, quando a ex-top8 se recuperou de uma desvantagem de 1/4 na terceira parcial. Logo depois, dois triunfos contra adversárias mais jovens para garantir lugar no duelo contra a chinesa Shuai Peng. Ao se ver em uma situação de dois match-points contra, Radwanska relembrou o que havia dito ao seu médico um mês antes - "se você me dá 1% de chance de jogar em janeiro, então jogarei" - e caminhou para a vitória, com 7/5 no decisivo set.

"Pior coisa para um jogador é perder um Grand Slam", foram as palavras da polonesa

Em entrevista após o resultado alcançado nesta segunda-feira, a atual número 14 do ranking parecia não acreditar no destino em Melbourne e brincou com sua lesão. "É incrível. Eu deveria fazer uma cirurgia antes de cada Grand Slam", esbanjou bom humor a 12a favorita na Austrália, que igualou seu melhor resultado na competição obtido em 2008. 

Na próxima quarta-feira, a polonesa tentará dar continuidade ao "milagroso" desempenho contra a belga Kim Clijsters, número três do ranking. Diante da experiente adversária, que se encontra em grande fase no circuito, Radwanska afirmou que vai procurar lutar de igual para igual, sempre lembrando da grande decisão que tomou em vir à Austrália. "A pior coisa para uma jogadora é perder um Grand Slam e não queria assistir o Australian Open pela TV em casa. Não teria condições de suportar isso", completou a atleta.

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